Diferentes volumes de treinamento resistido em idosos: efeitos sobre função muscular

Abstract

O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de 12 semanas de treinamento resistido com dois volumes distintos, sobre a capacidade de força estática, força dinâmica e medidas antropométricas em idosos sedentários. Foram recrutados 36 idosos sedentários atribuídos aleatoriamente ao Grupo 20 minutos (G20) ou Grupo 40 minutos (G40). Ambos os grupos passaram por 2 semanas de familiarização das atividades e procedimentos utilizados no teste principal. O treinamento dos voluntários, homens e mulheres com idade ≥ 60 anos, aconteceu na academia do Parque da Cidade do município de Praia Grande, na Baixada Santista. Os volumes de exercício foram baseados nas recomendações da American College of Sports Medicine e do International Conference on Frailty and Sarcopenia Research. Acredita-se que o treinamento resistido na população idosa sedentária, realizado em um volume abaixo da recomendação dos órgãos de saúde, promove benefícios fisiológicos relevantes. Através da coleta de dados antes e após as 12 semanas de intervenção, foram observadas alterações significativas tanto no G20 quanto no G40, com diminuição das variáveis peso (p = 0,005) e índice de massa corpórea (p = 0,008). O maior tamanho de efeito foi observado na relação entre o período pré e pós intervenção para o desfecho de força dinâmica dos membros inferiores (p = 0,000) e superiores (p = 0,000), em ambos os grupos, evidenciando o potencial do treinamento resistido na manutenção da força vinculada às atividades de vida diária. Já para as medidas de força estática, foi observada diferença estatística relevante entre os grupos na força de preensão palmar da mão direita (p = 0,056), no qual o G20 apresentou decréscimo de força, já o G40 obteve ganho força. A diferença estatística apresentada para força de extensão do joelho direito (p = 0,004) e esquerdo (p = 0,054) foi significativa, promovendo ganho de força estática para membros inferiores, que acarreta benefícios sobre a mobilidade e funcionalidade na população idosa. Em suma, é possível afirmar que o treinamento resistido, em ambos volumes, promove adaptações fisiológicas benéficas à população idosa sedentária. Entretanto, o treinamento resistido com volume abaixo do recomendado não se mostrou a melhor estratégia para a manutenção e promoção da força de preensão palmar.

The aim of this study was to compare the effects of 12 weeks of resistance training with two different volumes, on static strength capacity, dynamic strength and anthropometric measurements in sedentary elderly. Thirty-six sedentary elderly people were recruited, randomly assigned to the 20 minutes Group (G20) or 40 minutes Group (G40). Both groups underwent 2 weeks of familiarization with the activities and procedures used in the main test. The training of volunteers, men and women aged ≥ 60 years, took place at the Parque da Cidade gym in the municipality of Praia Grande, in Baixada Santista. Exercise volumes were based on recommendations from the American College of Sports Medicine and the International Conference on Frailty and Sarcopenia Research. It is believed that resistance training in the sedentary elderly population, performed in a volume below the recommendation of health agencies, promotes relevant physiological benefits. By collecting data before and after the 12 weeks of intervention, significant changes were observed both in the G20 and in the G40, with a decrease in the variables weight (p = 0.005) and body mass index (p = 0.008). The largest effect size was observed in the relationship between the pre and post intervention period for the outcome of dynamic strength of the lower (p = 0.000) and upper (p = 0.000) limbs, in both groups, evidencing the potential of resistance training in maintenance of strength linked to activities of daily living. As for the static strength measures, a significant statistical difference was observed between the groups in the grip strength of the right hand (p = 0.056), in which the G20 showed a decrease in strength, while the G40 gained strength. The statistical difference shown for right (p = 0.004) and left (p = 0.054) knee extension strength was significant, promoting gains in static strength for the lower limbs, which brings benefits to mobility and functionality in the elderly population. In short, it is possible to state that resistance training, in both volumes, promotes beneficial physiological adaptations to the sedentary elderly population. However, resistance training with a volume below the recommended level did not prove to be the best strategy for maintaining and promoting handgrip strength.