O uso do visco (Viscum album L.) no câncer em estudos clínicos: uma revisão de escopo

Abstract

Esta revisão de escopo irá identificar, mapear e sintetizar a literatura disponível sobre o uso do visco em pacientes com câncer em ensaios clínicos. O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, e possui diversas consequências negativas à saúde, decorrente dos efeitos adversos do tratamento e da doença em si. Com isso, práticas terapêuticas não convencionais vêm sendo pesquisadas como forma de ajudar no tratamento dessa doença. O visco é um fitoterápico amplamente difundido na área oncológica, utilizado em tratamentos curativos e paliativos. Essa revisão de escopo não se limitou por período de tempo, região geográfica, ano de publicação, idioma, ou população específica. São consideradas intervenções baseadas ou que incluem Viscum album L. em pacientes com qualquer tipo de câncer. Apenas ensaios clínicos são incluídos, independente do desenho metodológico utilizado. As buscas foram realizadas nas bases: CINAHL, MEDLINE, LILACS, SciELO, Embase, Scopus, CENTRAL e Web of Science. A estratégia de busca foi adaptada às especificidades de cada uma dessas bases de dados, utilizando termos e seus sinônimos relacionados à intervenção (visco) e à população (câncer). Após a fase de pesquisa dos relatos, fez-se a remoção das duplicatas através do Mendeley. A seleção foi realizada com a ajuda do software Rayyan e a extração de dados dos estudos foi conduzida a partir de critérios definidos previamente pela autora. Os tipos de estudos encontrados foram: ensaios clínicos aleatorizados controlados do tipo paralelo; ensaios clínicos não aleatorizados e de antes e depois. Os cânceres que mais foram estudados foram o de mama e bexiga. O tempo de intervenção variou entre dias e número de vezes na semana. O tipo de visco mais pesquisado é o Iscador e a principal forma de aplicação é subcutânea. Os desfechos mais avaliados foram sobrevida livre de doença, sobrevida global e qualidade de vida (EORTC QLQ-C30). A utilização do visco no câncer na pesquisa clínica é bastante heterogênea, precisando de mais estudos clínicos com metodologia mais complexa e de melhor qualidade.