Inquérito soroepidemiológico de COVID-19 em pacientes com fibrilação atrial anticoagulados

Data
2022-10-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivo: Investigar prospectivamente a soroprevalência e a incidência da soroconversão de anticorpos para SARS-CoV-2 em pacientes portadores de fibrilação atrial anticoagulados com risco para complicações da COVID-19, decorrente de infecção ou após a imunização, avaliando a dinâmica da produção de anticorpos no período do estudo. Métodos: Pacientes adultos acompanhados pelo Casa da Arritmia do HSP/UNIFESP, tiveram suas amostras de plasma e soro submetidas a técnicas de detecção de anticorpos IgG anti-RBD contra SARS-CoV-2 por até um ano a partir da data de inclusão no estudo. A análise estatística foi feita usando modelos de regressão linear e logística. Resultados: Foram incluídas 1318 amostras de 152 pacientes, com mediana de idade de 67 anos (IIQ: 59-73). Foi detectada uma taxa de infecção prévia por COVID-19 em 18,42% dos pacientes. Durante o período de acompanhamento, três pacientes (1,90%) vieram à óbito por COVID-19. Foram observadas altas taxas de aderência ao esquema vacinal básico e reforço (96,71% e 94,08%, respectivamente). Após uma dose de vacina, 68,49% dos pacientes apresentaram resposta dos quais 38% atingiram títulos ≥506 UI/ml associado a infecção prévia (p=<0,001) (OR: 9,35; IC: 2,50 a 35,07). Após a segunda dose vacinal, 86,11% dos pacientes responderam e 22,5% atingiram anticorpos ≥506 UI/ml, sendo associado significativamente a plataforma vacinal (BNT162b2: p=0,006/ OR: 32,58; IC: 3,27 a 324,72) e infecção prévia (p=<0,001/ OR7: 75; IC: 1,96 a 30,70). Entre 90 e 120 dias após a segunda dose vacinal, foi possível detectar anticorpos em 59,52% dos pacientes e apenas 3,36% dos pacientes mantiveram níveis de anticorpos ≥506 UI/ml, somente associado a infecção prévia (p=0,002). 95,56% dos pacientes responderam após o reforço vacinal e 70,13% atingiram anticorpos ≥506 UI/ml. Ter recebido a vacina BNT162b2 como reforço (p=0,02) e ter tido infecção prévia (p=0,03) influenciaram na quantificação da resposta. A vacina CoronaVac quando administrada no esquema vacinal básico se associou maior produção de anticorpos quando comparada à ChAdOx1 (p=0,003) e BNT162b2 (p=0,02) após o reforço com esquema heterólogo. Conclusão: As variáveis que demonstrara maior influência na detecção e produção de anticorpos foram a presença de infecção prévia e a plataforma vacinal vacina administrada, enquanto sexo e comorbidades não demostrou relação no presente estudo.
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