Uso frequente de maquiagem como vetor de melhora de sintomas depressivos
Date
2023-01-26Author
Veçoso, Marcos Cesar [UNIFESP]
Advisor
Leite e Silva, Vania Rodrigues [UNIFESP]Type
Tese de doutoradoMetadata
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Frequent use of make-up as a vector to improve depressive symptomsAbstract
O aumento da prevalência da depressão é um fenômeno global. Segundo a OMS,
esta aumentou 18% entre 2005 e 2015, estimando mais de 320 milhões de casos no
mundo, na maioria mulheres. Em 2010 os transtornos depressivos foram identificados
como uma das principais causas de impacto em “years lived with disability” (YLDs) e
“disability adjusted life years” (DALYs). Além disso, a OMS projetava para 2020 que a
Depressão Maior ocuparia o segundo lugar dentre as condições que mais levam a
desabilidades. Como decorrência adicional, há o potencial elevado de consumo de
recursos em saúde que esse quadro geral leva a prever, e por isso, “buscar caminhos
para remediar pessoas que tiveram seus talentos e história sufocada pela depressão
não é tarefa fácil, mas pode beneficiar milhões”. O uso de maquiagem no cuidado com
a aparência é um atributo fortalecedor da autoestima da mulher. Programas que
envolvem o estímulo e orientação ao uso de maquiagem para melhorar a qualidade
de vida de adultos têm sido reconhecidos e estudos sugerem efeitos positivos, mas
quase sempre sem medi-los de forma objetiva. Esse trabalho teve como objetivos: 1)
identificar a existência de associação entre a frequência de uso de maquiagem e a
presença de sintomas depressivos, e; 2) verificar a existência de relação causa-efeito
entre o uso frequente de maquiagem e sintomas depressivos, nível de cortisol salivar
e autopercepção da imagem. Foi realizada fase observacional / transversal junto a
uma amostra nacional de 2400 participantes para um inventário de sintomas
depressivos utilizando-se da Escala de Autoavaliação de Sintomas Depressivos de
Zung e mapeamento da frequência de uso de maquiagem, seguida de uma fase
experimental, em que foi realizada uma Oficina de Maquiagem com 145 participantes
(107 via online e 38 presencialmente), e a partir da qual os indicadores estabelecidos
foram acompanhados por 60 dias. Os resultados da fase observacional confirmaram
a associação entre o uso frequente de maquiagem e uma menor prevalência de casos
sugestivos de depressão leve, bem como com a presença menos expressiva de
sintomas nos casos sugestivos de ausência de depressão. Os resultados da fase
experimental indicaram: redução do nível cortisol salivar, restrita ao impacto gerado
pela Oficina de Maquiagem e primeira maquiagem e; melhora da autopercepção da
imagem e dos sintomas depressivos, em função da introdução do uso frequente de
maquiagem, que perduraram pelo período de seguimento do estudo. The increasing prevalence of depression is a global phenomenon. According to the
WHO, this increased by 18% between 2005 and 2015, estimating more than 320
million cases worldwide, mostly women. In 2010, depressive disorders were identified
as one of the leading causes of impact on “years lived with disability” (YLDs) and
“disability adjusted life years” (DALYs). In addition, the WHO projected for 2020 that
Major Depression would rank second among the conditions that most lead to
disabilities. As an additional result, there is the high potential for consumption of health
resources that this general picture leads to predict, and therefore, “seeking ways to
remedy people who had their talents and history suffocated by depression is not an
easy task, but it can benefit millions”. The use of makeup in the care of appearance is
an attribute that strengthens a woman's self-esteem. Programs that involve
encouraging and orienting the use of makeup to improve the quality of life of adults
have been recognized and studies suggest positive effects, but almost always without
measuring them objectively. This study aimed to: 1) identify the existence of an
association between the frequency of makeup use and the presence of depressive
symptoms, and; 2) to verify the existence of a cause-effect relationship between the
frequent use of makeup and depressive symptoms, salivary cortisol level and selfperception of the image. An observational/cross-sectional phase was carried out with
a national sample of 2400 participants for an inventory of depressive symptoms using
the Zung Depressive Symptoms Self-Assessment Scale and mapping of the frequency
of makeup use, followed by an experimental phase, in which a Makeup Workshop was
held with 145 participants (107 via online and 38 in person), and from which the
established indicators were monitored for 60 days. The results of the observational
phase confirmed the association between the frequent use of makeup and a lower
prevalence of cases suggestive of mild depression, as well as a less expressive
presence of symptoms in cases suggestive of absence of depression. The results of
the experimental phase indicated: reduction of salivary cortisol level, restricted to the
impact generated by the Makeup Workshop and first make-up and improvement in
self-perception of the image and in depressive symptoms, due to the introduction of
the frequent use of makeup, which lasted for the follow-up period of the study