Atendimentos por acidentes na infância em um serviço de emergência antes e durante a pandemia COVID-19

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Data
2022-09-30
Autores
Barbosa, Mariane Freire [UNIFESP]
Orientadores
Belela-Anacleto, Aline Santa Cruz [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
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Resumo
Introdução. No Brasil, as atividades escolares foram suspensas em março de 2020 a partir da declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde, resultando em longo período de restrição das crianças ao ambiente doméstico. Em todo o mundo, tem-se avaliado o impacto desta medida e os riscos para a educação, proteção e saúde das crianças. Objetivo. Comparar as características de acidentes ocorridos com crianças durante a pandemia COVID 19 com as características de acidentes ocorridos no período equivalente do ano anterior. Materiais e método. Estudo descritivo, retrospectivo e transversal, realizado nas unidades de atendimento de emergência (pronto-socorro pediátrico e das especialidades oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia) de um hospital universitário do município de São Paulo. A amostra intencional não probabilística obtida a partir de dados registrados em prontuário eletrônico foi constituída por crianças de zero a 18 anos incompletos atendidas por ocorrência de acidente em dois períodos de estudo: de março a setembro de 2020, e entre os meses de março a setembro de 2019. Foram avaliadas variáveis de caracterização das crianças, das lesões e dos atendimentos. Os dados foram registrados em formulário eletrônico e são apresentados segundo estatística descritiva. A correlação entre variáveis categóricas foi analisada pelo teste de qui-quadrado. Aspectos éticos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Resultados. Os acidentes corresponderam a 7,96% (n=1540) dos 19.332 atendimentos pediátricos realizados no serviço de emergência em 2019, e a 17,68% (n=1200) dos 6.784 atendimentos de 2020. Os eventos foram mais frequentes entre crianças do sexo masculino (56,4% em 2019; 56,8% em 2020) e nas faixas etárias pré-escolar (38,7% em 2019; 56,3% em 2020) e escolar (44,5% em 2019; 37,4% em 2020). Em ambos os anos, a alta hospitalar constituiu o principal desfecho (95,5% em 2019; 94,8% em 2020) e não houve óbitos relacionados aos eventos. Quanto ao tipo, prevaleceram os acidentes com corpos estranhos (43% em 2019; 49,6% em 2020) e as quedas (29,9% em 2019; 21,5% em 2020). Quanto à gravidade, a maior parte das lesões foi classificada como moderada, que impossibilitou que a criança realizasse atividades diárias. Conclusão: A necessidade de permanência das crianças no ambiente domiciliar em função do fechamento de creches e escolas durante a pandemia da COVID 19 resultou em aumento representativo da frequência de atendimentos decorrentes de acidentes no serviço de emergência pediátrica e de especialidades, reforçando a necessidade de ações para a promoção de ambientes seguros para as crianças.
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