Representações de estudantes de pedagogia sobre sexualidade: construindo scripts sexuais
Data
2022-06-29
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Esta pesquisa qualitativa teve como objetivo compreender as representações sociais de acadêmicos de pedagogia sobre sexualidade, além de identificar os scripts sexuais representados por estes estudantes, verificar a abordagem do conteúdo sexualidade no currículo de formação de pedagogos e conhecer as representações sociais dos estudantes sobre a educação em sexualidade no currículo escolar. Participaram do estudo 22 discentes do curso de pedagogia, do sexo feminino e masculino, com idade entre 19 anos e 54 anos. O estudo foi realizado no município de Guarulhos, sendo 11 discentes do curso de pedagogia da Universidade Federal de São Paulo e os outros 11, da Universidade de Guarulhos. Como aporte teórico-metodológico, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais e a Teoria dos Scripts Sexuais. As narrativas foram organizadas em oito temas: Diversidades sexuais; Violências de gênero; Caminhos para o conhecimento; Desenvolvimento da sexualidade humana; Violência sexual infantil; Pais x educadores: no âmbito do medo; Formação continuada e Fluidez das gerações. O estudo conclui que, para os discentes, as representações sobre sexualidade estão baseadas, principalmente, na questão da orientação sexual, da diversidade sexual e do desenvolvimento da sexualidade, A sexualidade é representada, pela maioria, como processo de conhecimento, de saber quais são os seus íntimos desejos e como uma forma de empoderamento. Os/as discentes consomem, ainda, muito do que é dito pelo senso comum. Mesmo estando já inseridos no universo acadêmico, o conhecimento científico é pouco consumido por esse público. Identificamos os scripts sexuais representados pelos/as estudantes convenientes às expectativas sociais desejadas, ou seja, as práticas sexuais são conduzidas dentro da lógica da heteronormatividade. A principal representação que os/as estudantes têm sobre educação em sexualidade no currículo escolar foi marcada pelo medo e pela censura. A formação continuada é percebida como uma forma de obter conhecimento, mesmo que tardio, e de ter ferramentas para trabalhar educação em sexualidade nas escolas.