Desfechos propostos para avaliação da depressão bipolar: uma revisão de escopo de protocolos de estudos clínicos

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Data
2022-07-29
Autores
Santos, Gabriela Melanias dos [UNIFESP]
Orientadores
Melo, Daniela Oliveira de [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
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Resumo
Introdução: A seleção dos desfechos que avaliarão o quanto os tratamentos podem ou não contribuir para a melhora ou cura dos pacientes é uma parte importante do planejamento dos estudos clínicos. Atualmente, o clinicaltrials.gov é o principal repositório de protocolos de estudos clínicos. O presente estudo mapeou os desfechos sobre depressão bipolar propostos em protocolos de estudos clínicos. Materiais e métodos: Foi realizada uma busca em 21 de dezembro de 2021, por protocolos de estudos clínicos de fase 3, que avaliavam intervenções farmacológicas para o tratamento do transtorno bipolar. Posteriormente, foram selecionados apenas os protocolos que incluíam pelo menos um desfecho relacionado à depressão bipolar. Desses protocolos, foram extraídas as informações sobre os cinco primeiros desfechos propostos, forma de mensuração e/ou interpretação do desfecho. Resultados: Foram identificados 278 protocolos de estudos clínicos, com 806 desfechos sobre transtorno bipolar, todos publicados no período de 1999 a 2021. Nesses protocolos, 260 desfechos foram selecionados para análise, sendo a maioria deles (213; 83,5%) específicos para avaliar depressão enquanto 43 (16,5%) eram para avaliar qualquer episódio de humor. Do total de 260 desfechos, 163 (62,7%) avaliaram a melhora, 39 (15,0%) avaliaram a recaída, 18 (6,9%) realizaram uma avaliação global, 16 (6,2%) avaliaram remissão. Foi possível observar que 61 desfechos (23,5%) não possuiam interpretação de seus resultados, e desses, 20 desfechos (32,8%) avaliavam recaída e 14 (22,9%) avaliavam melhora. Para realizar a avaliação, 106 desfechos utilizaram a Escala Montgomery Asberg Depression Rating Scale (MADRS), o que representa 40,8%. Nos desfechos que avaliaram melhora, a MADRS foi a escala mais utilizada (84; 51,5%). Discussão e Conclusão: Foi possível verificar que a avaliação de melhora foi proposta com maior frequência nos protocolos de estudos. Também, foi visto que parte dos desfechos não possuem interpretação de seus resultados, e desses, a maioria tinha como intuito avaliar a recaída. A escala mais utilizada para a avaliação dos desfechos foi a MADRS, indicando uma preferência pela análise quando o tema é depressão bipolar.
Introduction: The selection of outcomes that will assess how much treatments may or may not contribute to the improvement or cure of patients is an important part of the planning of clinical trials. Currently, clinicaltrials.gov is the main repository of clinical trial protocols. The present study mapped the outcomes on bipolar depression proposed in clinical trial protocols. Materials and methods: A search was performed on December 21, 2021, for phase 3 clinical trial protocols evaluating pharmacological interventions for the treatment of bipolar disorder. Subsequently, only protocols that included at least one outcome related to bipolar depression were selected. From these protocols, information was extracted on the first five proposed outcomes, method of measurement and/or interpretation of the outcome. Results: 278 clinical trial protocols were identified, with 806 outcomes on bipolar disorder, all published between 1999 and 2021. In these protocols, 260 outcomes were selected for analysis, most of them (213; 83.5%) specific to to assess depression while 43 (16.5%) were to assess any mood episode. Of the total of 260 outcomes, 163 (62.7%) assessed improvement, 39 (15.0%) assessed relapse, 18 (6.9%) performed a global assessment, 16 (6.2%) assessed remission. It was possible to observe that 61 outcomes (23.5%) had no interpretation of their results, and of these, 20 outcomes (32.8%) assessed relapse and 14 (22.9%) assessed improvement. To perform the assessment, 106 outcomes used the Montgomery Asberg Depression Rating Scale (MADRS), which represents 40.8%. In the outcomes that evaluated improvement, MADRS was the most used scale (84; 51.5%). Discussion and Conclusion: It was possible to verify that the assessment of improvement was proposed more frequently in the study protocols. Also, it was seen that part of the outcomes have no interpretation of their results, and of these, most were intended to assess relapse. The most used scale to assess outcomes was MADRS, indicating a preference for analysis when the topic is bipolar depression.
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