A importância da estratégia fármaco-invasiva em idosos

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Date
2021-07-01Author
Bacchin, Amanda Santoro Fonseca [UNIFESP]
Advisor
Izar, Maria Cristina Oliveira [UNIFESP]Type
Tese de doutoradoMetadata
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The importance of the pharmacoinvasive strategy in the elderlyAbstract
Introdução: O infarto agudo do miocárdio está associado a maior mortalidade em
idosos. A resposta imune e inflamatória pode afetar a massa infartada e o
remodelamento ventricular. Entretanto, a literatura é mais restrita para pacientes com
infarto agudo do miocárdio com supra-desnível do segmento ST (IAMCST) sob
estratégia fármaco-invasiva realizada dentro de janela terapêutica ideal. Objetivos:
Comparar os efeitos da estratégia fármaco-invasiva em idosos e não idosos sobre a
massa infartada e função ventricular e examinar possíveis diferenças na resposta
inflamatória. Métodos: Estudo prospectivo, com análise cega de desfechos incluiu
327 pacientes com IAMCST sob estratégia fármaco-invasiva classificados como
idosos (65 - 75 anos) e não idosos (< 65 anos). A resposta inflamatória foi analisada
por meio das concentrações das interleucinas (IL) circulantes IL-1β, IL-4, IL-6, IL-10 e
IL-18, por ELISA; a expressão do receptor de quimiocina de monócitos (CCR2) foi
mensurada por RT- PCR em tempo real; e a quantificação de subtipos de linfócitos e
micropartículas (MP), por citometria de fluxo. Todos os pacientes foram trombolisados
com tenecteplase nas primeiras 6 h e realizaram cinecoronariografia e tratamento
percutâneo, quando necessário, nas primeiras 24 h do IAMCST (D1). Ressonância
nuclear magnética cardíaca (RNMc) foi realizada após 30 dias do evento isquêmico
(D30). Resultados: Idosos apresentaram contagem de linfócitos inferior a não idosos
e maior relação neutrófilos/linfócitos (RNL) no D1 e D30. Não foram observadas
diferenças entre grupos na quantidade de linfócitos T CD4+ ou CD8+ circulantes no
D1 ou D30. Observou-se para os idosos no D30, menor quantidade de linfócitos B1
TLR4+ e maior quantidade de linfócitos B2 clássicos, devido a maior quantidade de
células B2 memória. Foram observados no grupo de idosos, níveis mais elevados de
IL-18 no D1, mas não para demais citocinas analisadas e as IL não diferiram entre
idosos e não idosos no D30. Foi constatada relação inversa entre os níveis do receptor
da quimiocina de monócitos tipo 2 (CCR2) em D30 e fração de ejeção do ventrículo
esquerdo (FEVE), sem diferenças entre os grupos. Em relação às MP, constatou-se,
para os idosos maior número de MP monocíticas no D1 e MP plaquetárias no D30. A
RNMc no D30 mostrou massa ventricular infartada similar entre os grupos e melhor
FEVE para os idosos. Regressão linear múltipla para determinantes da massa
infartada no D30 revelou que em D1 a troponina T ultrassensível (TNTus) (coeficiente
beta 0.614, p<0.001) and IL-6 (coeficiente beta 0.392, p=0.003) foram preditores
xv
independentes (ANOVA F 27.044, p<0.001, R2 0.39). Para a FEVE estimada pela
RNMc no D30, os preditores independentes coletados em D1 foram TNTus
(coeficiente beta -0.538, p<0.001) e RNL (coeficiente beta -0.171, p=0.004), ANOVA
F 55.199, p<0.001, R2 0.361). Para variáveis coletadas no D30, a creatinina sérica
(coeficiente beta 0.237, p=0.001) e leucócitos totais (coeficiente beta -0.195, p=0.008)
foram preditores independentes da massa infartada (ANOVA F 8.414, p<0.001, R2
0.09), enquanto para a FEVE, a única variável independente pela regressão linear foi
a creatinina (coeficiente beta -0.214, p=0.002, ANOVA F 9.992, R2 0.046).
Conclusões: Em pacientes sob estratégia fármaco-invasiva adequada, diferenças
iniciais nas respostas imune-inflamatórias entre idosos e não idosos não tiveram
impacto na massa final enfartada, e tampouco as variáveis analisadas foram
implicadas na melhor função ventricular observada entre os idosos.
Citation
BACCHIN, A.S.F. A importância da estratégia fármaco-invasiva em idosos. São Paulo, 2021. 86f. Tese (Doutorado em Cardiologia) – Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo. São Paulo 2021.Keywords
Infarto agudo do miocárdioIdosos
Linfócito B
Linfócitos T
Citocinas
Ressonância magnética cardíaca