Comparação dos efeitos de duas estratégias hipolipemiantes sobre subclasses de lipoproteínas em pacientes com infarto agudo do miocárdio

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Data
2020-06-25
Autores
Pinto, Leticia Carolinni Dos Santos [UNIFESP]
Orientadores
Fonseca, Francisco Antonio Helfenstein [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
BACKGROUND: Increased levels of low density lipoprotein-cholesterol (LDL-C) are related to cardiovascular disease. Prospective, randomized and controlled studies showed that statin treatment may decrease morbidity and mortality from atherosclerosis, specially from coronary disease. However, similar values of LDL-C can be distributed on many subclasses of LDL and intermediate lipoproteins (IDL) with possible implications for the residual cholesterol risk. OBJECTIVES: This study aimed to compare the effects of two highly effective lipid-lowering strategies on lipoprotein subclasses in subjects with acute myocardial infarction. In addition, associations between lipoprotein subclasses and the amount of myocardial infarction mass, as well as left ventricular function were evaluated by cardiac 3T magnetic resonance imaging (cMRI). METHODS: Prospective, randomized, open label study with blinded endpoints included 101 subjects with ST segment elevation myocardial infarction (STEMI) from nine hospitals of the city of São Paulo. All patients received tenecteplase in the first 6 h of STEMI and were hospitalized in the Hospital São Paulo of the Universidade Federal de São Paulo, in the first 24 h for coronary angiography (pharmacoinvasive strategy). At the hospital arrival, a written informed consent was obtained and the patients were randomized to receive a daily dose of rosuvastatin 20 mg or the combined simvastatin 40 mg/ezetimibe 10 mg. Blood samples were collected at admission and after 30 days of STEMI. Subclasses of lipoproteins were examined by polyacrylamid gel electroforesis. cMRI parameters were performed after 30 days of STEMI. RESULTS: Study population was composed predominantly by overweight males, smokers, and hypertensives. The two groups of patients had comparable coronary angiography with higher prevalence of the left anterior descending as culprit artery. After 30 days, cMRI revealed similar findings for both groups. The classical lipid profile (cholesterol, LDL-C, HDL-C, non-HDL-C, and triglycerides) was comparable between groups at baseline and after 30 days. Furthermore, both lipid-lowering strategies promoted similar changes on IDL and LDL subclasses. However, their effects were more pronounced on the less atherogenic lipoproteins (LDL 1-2), not changing the profile of small dense LDL particles (LDL3-7). There was an improvement with both therapies on the pattern of IDL subclasses. Finally, there was an association between baseline IDL subclasses and the amount of infarcted mass, especially IDL type C. CONCLUSIONS: Despite expressive decrease in the LDL-C levels, and improvement of IDL particles, both treatments did not improve the pattern of more atherogenic LDL particles. The infarcted myocardial mass seems related to the most atherogenic IDL subclass.
INTRODUÇÃO: A elevação do colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), apresenta associação com doenças cardiovasculares. Estudos prospectivos, randomizados e controlados, mostraram que tratamento com estatinas reduz morbidade e mortalidade decorrentes da aterosclerose, principalmente coronariana. Entretanto, valores similares de LDL-C podem ser distribuídos em diferentes subclasses desta lipoproteína ou de lipoproteínas de densidade intermediária (IDL), com implicações para o risco residual do colesterol. OBJETIVOS: O presente estudo foi delineado a fim de comparar efeitos de duas estratégias hipolipemiantes de alta efetividade na redução do colesterol de subfrações de lipoproteínas, em pacientes com infarto agudo do miocárdio. Avaliou-se ainda a relação entre subfrações lipídicas e a extensão da doença coronariana, massa infartada e função ventricular. MÉTODOS: Estudo prospectivo, randomizado, com análise cega de desfechos, incluiu 101 pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST (IAMCST) provenientes de nove hospitais do município de São Paulo. Todos foram trombolisados com tenecteplase nas primeiras seis horas de início dos sintomas e encaminhados para o Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo nas primeiras 24 horas do IAMCST para estudo hemodinâmico (estratégia fármaco-invasiva), ocasião em que foram prontamente randomizados e receberam fármacos do estudo (rosuvastatina 20 mg ou a combinação de sinvastatina 40 mg com ezetimiba 10 mg), logo após a obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido. Amostras sanguíneas coletadas na unidade de tratamento intensivo e no ambulatório da cardiologia foram examinadas por eletroforese em gel de alta resolução de policrialamida para determinação de subclasses de lipoproteínas. Parâmetros de ressonância nuclear magnética cardíaca 3T foram obtidos após 30 dias de tratamento. RESULTADOS: A amostra foi constituída predominantemente por indivíduos do sexo masculino, com sobrepeso, hipertensão arterial e história de tabagismo prévio e os achados cineangiográficos foram similares nos dois grupos de tratamento. Houve predomínio de infartos da parede anterior e a descendente anterior foi a artéria culpada mais prevalente. Dados obtidos pela ressonância nuclear magnética cardíaca 30 dias após IAMCST revelaram achados similares para os dois grupos de tratamento hipolipemiante, bem como para parâmetros lipídicos (colesterol total, LDL-C, HDL-C, colesterol não-HDL e triglicérides) obtidos no basal e final de tratamento. Os efeitos dos tratamentos sobre subclasses de IDL e de LDL foram similares tanto no padrão percentual das partículas como em suas concentrações em colesterol. Entretanto, estes efeitos foram mais pronunciados sobre as lipoproteínas consideradas não aterogênicas (LDL de padrão 1 e 2), não modificando o padrão de distribuição das LDL pequenas e densas (LDL de padrão 3-7). Houve associação entre subclasses de IDL (especialmente IDL padrão C) com a massa infartada. CONCLUSÕES: O estudo revelou reduções expressivas dos níveis de LDL-C, melhora do perfil das IDL, mas sem modificação do padrão de distribuição das subclasses de LDL. A massa de miocárdio infartado mostrou associação principalmente com subclasse mais aterogênica de IDL.
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