Leituras clínico-políticas das trajetórias de adolescentes em formação para a luta política
Data
2020-03-17
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Goals General: Read the trajectories of adolescents in situations of critical violations of human rights found in training processes for political activism. Specifics: ▪ Analyze, under the framework of clinical-political psychoanalytic interventions, the suffering and the creative power of adolescents and young people in their careers training for political activism - through the construction of narratives by researcher from the analysis of the writings of the adolescents and chronicles of the group operative. ▪ Identify collective and group contributions to care for suffering caused or related to human rights violations. ▪ Contribute and articulate research references in the field of participation and Brazilian and Latin American youth political activism. Method: The project designed a methodology that guided the research on a group of adolescents from different peripheries in the city of São Vicente. It started from a invitation of group members during a project at Instituto Camará Calunga, 9 and the group got stronger, with fluctuations, new subjects entering, others leaving, etc. It was a qualitative research, with contributions from research intervention (Rocha & Aguiar, 2003), having as a reference the contributions of implicated psychoanalysis that recognizes that “research and intervention are not, (...), in distinct fields ”(Rosa, 2004, p.343). When proposing to be research-intervention, through of the referential and the psychoanalytic method, the research intended to produce incidences in the subjective, social and institutional field. The group meetings of the adolescent collective were also thought of in perspective of operative groups (Pichón-Rivière, 2005), whose task was to analysis of the formative process of adolescents at the Institute, the sufferings, affects and ruptures produced in this way. As roles of this group, we highlighted the coordinator, who was often the researcher / educator of the group, the co-ordinator (an educator at the institution), a chronicler and also the adolescent participants. In this sense, this research unfolded in devices that addressed and put the adolescents' trajectories in analysis, their specificities / singularities, but that were also not limited to them and gave the due importance to the group and collective listening as a clinical instrument of psychoanalytic intervention. The methodological procedure was divided into monitoring fronts and analyze. The first is called “memory devices: narratives and self-writing”. THE proposal consisted of also following the trajectories of the research subjects by through the construction of diaries in which the adolescents reported their experiences singular and collective, betting on writing as a space for critical reflection, psychic organization and elaboration and an instrument that facilitates the concreteness of the process and collectivization of experiences. They received notebooks that they filled out throughout the process, with the proposal to share the affections (joys, achievements, pains, traumas, dreams and life projects) of their trajectories and the construction of critical thinking in the experimentation of political spaces during their formation. The bet would be the written account as an act of rewriting of its own history. Although they did not produce as much written material as was the intention at the beginning of research, the written reports were considered in the analyzes that make up this10 dissertation. The second was exactly the operative groups carried out with them, weekly, more detailed following which chronicles were produced by the chronicler about each of the meetings. The starting point of this stage was exactly to guarantee the space of care and analysis through collectivity, in coexistence in group understanding the group not merely as a grouping of people. Recognizing that from that device, suffering could be understood in its political sphere. To occupy the role of chronicler of the group, the researcher invited a student of Psychology degree from the Federal University of São Paulo - Campus Baixada Santista. In practice, the chronicler produced written reports about the lived experience accompanying that group and these chronicles were material for analysis of this research. The time of meetings with the group of teenagers lasted an entire semester (for data production in the second half of 2018, but the device still follows until the end of this text), held at the headquarters of Instituto Camará Calunga. In some dates, exceptionally, the meetings took place in territory or in other spaces where everyone was gathered. With an average of 2 hours in all they were present the researcher, the chronicler, the partner educator and the young people.
Objetivos Geral: Fazer leituras das trajetórias de adolescentes em situações de violações críticas de direitos humanos que se encontrem em processos de formação para o ativismo político. Específicos: ▪ Analisar, sob o referencial das intervenções psicanalíticas clínico-políticas, os sofrimentos e a potência criativa de adolescentes e jovens em suas trajetórias de formação para o ativismo político - por meio da construção de narrativas pelo pesquisador a partir de análise dos escritos dos adolescentes e crônicas do grupo operativo. ▪ Identificar as contribuições coletivas e grupais no cuidado aos sofrimentos causados ou relacionados às violações de direitos humanos. ▪ Contribuir e articular referenciais de pesquisa no campo da participação e ativismo político juvenil brasileiro e latino-americano. Método: O projeto desenhou uma metodologia que pautou a pesquisa sobre um grupo de adolescentes, de diferentes periferias da cidade de São Vicente. Começou a partir de um convite dos integrantes do grupo no decorrer de um projeto no Instituto Camará Calunga,9 e o grupo foi se fortalecendo, com flutuações, entradas de novos sujeitos, saída de outros, etc. Tratou-se de uma pesquisa de base qualitativa, com aportes da pesquisaintervenção (Rocha & Aguiar, 2003), tendo como referência as contribuições da psicanálise implicada que reconhece que “pesquisa e intervenção não estão, (...), em campos distintos” (Rosa, 2004, p.343). Ao se propor a ser pesquisa-intervenção, por meio do referencial e do método psicanalítico, a pesquisa intencionou produzir incidências no campo subjetivo, social e institucional. Os encontros grupais do coletivo de adolescentes foram pensados também na perspectiva de grupos operativos (Pichón-Rivière, 2005), os quais tiveram como tarefa a análise do processo formativo dos adolescentes no Instituto, os sofrimentos, afetações e rupturas produzidas neste caminho. Como papéis deste grupo tivemos em destaque, o coordenador, que muitas vezes foi o pesquisador/educador do grupo, a cocoordenadora (uma educadora da instituição), uma cronista e ainda os participantes adolescentes. Nesse sentido, esta pesquisa desdobrou-se em dispositivos que abordassem e colocassem em análise as trajetórias dos adolescentes, suas especificidades/singularidades, mas que também não se limitassem a elas e dessem a devida importância ao grupo e à escuta coletiva enquanto instrumento clínico de intervenção psicanalítica. O procedimento metodológico se dividiu em frentes de acompanhamento e análise. A primeira chamamos de “dispositivos de memória: narrativas e escrita de si”. A proposta consistiu em também acompanhar as trajetórias dos sujeitos da pesquisa por meio da construção de diários nos quais os adolescentes relatassem suas experiências singulares e coletivas, apostando na escrita enquanto um espaço de reflexão crítica, de organização e elaboração psíquica e de instrumento facilitador de concretude do processo e coletivização de vivências. Eles receberam cadernos que foram preenchidos por eles durante todo o processo, com a proposta de compartilhar os afetos (alegrias, conquistas, dores, traumas, sonhos e projetos de vida) de suas trajetórias e a construção do pensamento crítico na experimentação de espaços políticos durante suas formações. A aposta seria o relato escrito como um ato de reescrita de sua própria história. Apesar de não terem produzido tanto material escrito como era a intenção no início da pesquisa, os relatos escritos foram considerados nas análises que compõem esta10 dissertação. A segunda foi exatamente os grupos operativos realizados com eles, semanalmente, melhor detalhados a seguir dos quais foram produzidas crônicas pela cronista sobre cada um dos encontros. O ponto de partida desta etapa foi exatamente garantir o espaço de cuidado e análise por meio da coletividade, na convivência em grupo entendendo a grupalidade não meramente como um agrupamento de pessoas. Reconhecendo que a partir desse dispositivo, o sofrimento pudesse ser compreendido na sua esfera política. Para ocupar a função de cronista do grupo, o pesquisador convidou uma aluna de graduação em Psicologia da Universidade Federal de São Paulo- Campus Baixada Santista. Na prática, a cronista produziu relatos escritos a respeito da experiência vivida acompanhando aquele grupo e estas crônicas foram material de análise desta pesquisa. O tempo dos encontros com o coletivo de adolescentes durou todo um semestre (para a produção dos dados no segundo semestre de 2018, mas o dispositivo ainda segue até a finalização deste texto), realizados na sede do Instituto Camará Calunga. Em algumas datas, excepcionalmente, os encontros aconteceram em território ou em outros espaços em que todos estiveram reunidos. Com média de 2 horas de duração, em todos eles estiveram presentes o pesquisador, a cronista, a educadora parceira e os jovens.
Objetivos Geral: Fazer leituras das trajetórias de adolescentes em situações de violações críticas de direitos humanos que se encontrem em processos de formação para o ativismo político. Específicos: ▪ Analisar, sob o referencial das intervenções psicanalíticas clínico-políticas, os sofrimentos e a potência criativa de adolescentes e jovens em suas trajetórias de formação para o ativismo político - por meio da construção de narrativas pelo pesquisador a partir de análise dos escritos dos adolescentes e crônicas do grupo operativo. ▪ Identificar as contribuições coletivas e grupais no cuidado aos sofrimentos causados ou relacionados às violações de direitos humanos. ▪ Contribuir e articular referenciais de pesquisa no campo da participação e ativismo político juvenil brasileiro e latino-americano. Método: O projeto desenhou uma metodologia que pautou a pesquisa sobre um grupo de adolescentes, de diferentes periferias da cidade de São Vicente. Começou a partir de um convite dos integrantes do grupo no decorrer de um projeto no Instituto Camará Calunga,9 e o grupo foi se fortalecendo, com flutuações, entradas de novos sujeitos, saída de outros, etc. Tratou-se de uma pesquisa de base qualitativa, com aportes da pesquisaintervenção (Rocha & Aguiar, 2003), tendo como referência as contribuições da psicanálise implicada que reconhece que “pesquisa e intervenção não estão, (...), em campos distintos” (Rosa, 2004, p.343). Ao se propor a ser pesquisa-intervenção, por meio do referencial e do método psicanalítico, a pesquisa intencionou produzir incidências no campo subjetivo, social e institucional. Os encontros grupais do coletivo de adolescentes foram pensados também na perspectiva de grupos operativos (Pichón-Rivière, 2005), os quais tiveram como tarefa a análise do processo formativo dos adolescentes no Instituto, os sofrimentos, afetações e rupturas produzidas neste caminho. Como papéis deste grupo tivemos em destaque, o coordenador, que muitas vezes foi o pesquisador/educador do grupo, a cocoordenadora (uma educadora da instituição), uma cronista e ainda os participantes adolescentes. Nesse sentido, esta pesquisa desdobrou-se em dispositivos que abordassem e colocassem em análise as trajetórias dos adolescentes, suas especificidades/singularidades, mas que também não se limitassem a elas e dessem a devida importância ao grupo e à escuta coletiva enquanto instrumento clínico de intervenção psicanalítica. O procedimento metodológico se dividiu em frentes de acompanhamento e análise. A primeira chamamos de “dispositivos de memória: narrativas e escrita de si”. A proposta consistiu em também acompanhar as trajetórias dos sujeitos da pesquisa por meio da construção de diários nos quais os adolescentes relatassem suas experiências singulares e coletivas, apostando na escrita enquanto um espaço de reflexão crítica, de organização e elaboração psíquica e de instrumento facilitador de concretude do processo e coletivização de vivências. Eles receberam cadernos que foram preenchidos por eles durante todo o processo, com a proposta de compartilhar os afetos (alegrias, conquistas, dores, traumas, sonhos e projetos de vida) de suas trajetórias e a construção do pensamento crítico na experimentação de espaços políticos durante suas formações. A aposta seria o relato escrito como um ato de reescrita de sua própria história. Apesar de não terem produzido tanto material escrito como era a intenção no início da pesquisa, os relatos escritos foram considerados nas análises que compõem esta10 dissertação. A segunda foi exatamente os grupos operativos realizados com eles, semanalmente, melhor detalhados a seguir dos quais foram produzidas crônicas pela cronista sobre cada um dos encontros. O ponto de partida desta etapa foi exatamente garantir o espaço de cuidado e análise por meio da coletividade, na convivência em grupo entendendo a grupalidade não meramente como um agrupamento de pessoas. Reconhecendo que a partir desse dispositivo, o sofrimento pudesse ser compreendido na sua esfera política. Para ocupar a função de cronista do grupo, o pesquisador convidou uma aluna de graduação em Psicologia da Universidade Federal de São Paulo- Campus Baixada Santista. Na prática, a cronista produziu relatos escritos a respeito da experiência vivida acompanhando aquele grupo e estas crônicas foram material de análise desta pesquisa. O tempo dos encontros com o coletivo de adolescentes durou todo um semestre (para a produção dos dados no segundo semestre de 2018, mas o dispositivo ainda segue até a finalização deste texto), realizados na sede do Instituto Camará Calunga. Em algumas datas, excepcionalmente, os encontros aconteceram em território ou em outros espaços em que todos estiveram reunidos. Com média de 2 horas de duração, em todos eles estiveram presentes o pesquisador, a cronista, a educadora parceira e os jovens.