Diferenciação das imagens dos tomográfos de feixe cônico e multislice na avaliação das estruturas anatômicas nasossinusais e temporais

Abstract

Introduction: Imaging exams such as multislice computed tomography are very popular in medical practice, both for diagnosis and monitoring of various diseases. However, the harmful effects, particularly related to the amount of radiation emitted, lead us to consider the use of new technologies, the CBCT cone beam tomography is able to reproduce images of the craniofacial region with lower doses of ionizing radiation and similar quality. Medical areas such as otorhinolaryngology could benefit from this potentially promising technology for imaging involving the craniofacial region. Still, few studies address its applicability in the medical field. Objective: To verify, by means of equivalence correlation, the image quality (intelligibility) in the identification of anatomical structures of the paranasal sinuses and temporal bones obtained by tomography and cone beam techniques. Method: A retrospective study involving 41 male and female patients aged 10 to 18 years, who had been previously treated at the Mouth Breathing Center and had undergone to at least 2 tomographic examinations (cone beam and multislice) for evaluation and for treatment evolution. The evaluation of the detail in the images was performed by 2 otorhinolaryngologists and 1 radiologist and Kappa tests were used to analyze the degree of agreement between the 3 evaluators. After analyzing the degree of agreement, the study evaluated the consensus among the 3 evaluators and, with the result, the cone beam and multislice computed tomography were compared by applying the Wilcoxon and McNemar tests. Results: Mann-Whitney Test results showed that kVp and mAs values were significantly higher with multislice tomography (p <0.001). There was agreement between the 3 evaluators (100%) on the intelligibility of the structures in the coronal and axial sections of the paranasal sinuses and temporal bone obtained by both methodes. The sensitivity to identify in detail the round window in the axial slices of the temporal bones and CT5 was higher with multislice tomography. AT5 was “poorly defined” with cone beam tomography in 31.7% of cases by evaluator 1, 12.2% of cases by evaluator 2 and 9.8% of cases by evaluator 3. The tympanic membrane was “poorly” defined when using cone beam tomography in 46.3% of cases by evaluator 1, in 7.3% of cases by evaluator 2 and in 17.1% of cases by evaluator 3. All evaluators were unanimous in recommending using the cone beam technique validated the use in the area of otorhinolaryngology favoring a lower radiation dose and believe that the exam would supply all cases of airways, however, they do not believe that the exam can supply all cases of Otorhinolaryngology. Conclusion: There was agreement by the evaluators xix on the validity of the cone beam CT images in favor of a lower radiation dose, thus recommending this exam as a viable option for most treatment / diagnosis cases in the daily practice. However, they do not believe that the cone beam CT would cover the needs of all cases in otorhinolaryngology.The level of radiation was significantly higher in the multislice tomography when compared to the cone beam tomography.

Introdução: Exames de imagem, como as tomografias computadorizadas multislice, são muito solicitadas na prática médica, tanto para diagnóstico quanto para acompanhamento das várias doenças. Entretanto, os efeitos nocivos, particularmente relacionados à quantidade de radiação emitida, levam a considerarmos o uso de novas tecnologias como a tomografia de feixe cônico (TCFC) que é capaz de reproduzir imagens da região craniofacial com menores doses de radiação ionizante e com qualidade similar. Áreas médicas, como a Otorrinolaringologia, poderiam se beneficiar dessa tecnologia, potencialmente promissora para as imagens envolvendo a região craniofacial. Ainda, poucos estudos abordam sua aplicabilidade na área médica. Objetivo: Verificar, por meio de correlação de equivalência, a qualidade das imagens (inteligibilidade) na identificação de estruturas anatômicas dos seios paranasais e ossos temporais obtidas pelas técnicas de tomografia multislice e feixe cônico. Método: Estudo retrospectivo que incluiu 41 pacientes de ambos os sexos com idades variando entre 10 e 18 anos, previamente tratados no Centro do Respirador Bucal e submetidos a pelo menos 2 exames tomográficos (feixe cônico e multislice) para avaliação de evolução de tratamento. A avaliação do detalhamento nas imagens foi realizada por 2 otorrinolaringologistas e 1 radiologista e, para a análise do grau de concordância entre os 3 avaliadores, foram utilizados os testes de Kappa. Após a análise do grau de concordância, o estudo avaliou o consenso entre os 3 avaliadores e, com o resultado, as tomografias computadorizadas feixe cônico e multislice foram comparadas aplicando os testes de Wilcoxon e os testes de McNemar. Resultados: Os resultados do Teste de Mann-Whitney mostraram que os valores de kVp e de mAs foram significativamente mais elevados com a tomografia multislice (p< 0.001). Houve concordância entre os 3 avaliadores (100%) na intelegibilidade das estruturas nos cortes coronais e axiais dos seios paranasais e coronais dos ossos temporais por multislice e feixe cônico. A sensibilidade em identificar com detalhes a anela redonda nos cortes axiais e dos ossos temporais a membrana timpânica foi maior com a tomografia multislice.: A sensibilidade em identificar estruturas com detalhes, como a Janela Redonda nos cortes axiais e a Membrana Timpânica dos ossos temporais foi maior com a tomografia multislice. A membrana timpânica foi considerada “mal definida” com o uso da tomografia feixe cônico em 31.7% dos casos pelo avaliador 1, em 12.2% dos casos pelo avaliador 2 e em 9.8% dos casos pelo avaliador 3. Todos os avaliadores foram unânimes em utilizar novamente xvii a técnica feixe cônico e validaram o uso na área da Otorrinolaringologia em favor de uma menor dose de radiação, e acreditam que o exame supriria as necessidades diagnóticas em todos os casos de vias aéreas superiores, entretanto, não acreditaram que o exame seria capaz de substituir o tomógrafo multisllice em todos os casos na otorrinolaringologia. Conclusão: Houve concordância dos avaliadores na validade das imagens dos tomógrafos feixe cônico nos casos de vias aéreas em favor de uma menor dose de radiação tornando, assim, uma opção viável para a maioria dos casos de tratamento/diagnóstico na prática diária. Entretanto, não acreditaram que o exame supriria todos os casos da ORL. Os níveis de radiação foram significativamente mais elevados no multislice em relação ao feixe cônico.