OBJETIVIDADES E A RECUSA DO RELATIVISMO: UMA REVISÃO WITTGENSTEINIANA DO CONCEITO DE OBJETIVIDADE À LUZ DA EPISTEMOLOGIA FEMINISTA

Abstract

Na contemporaneidade tornou-se cada vez mais evidente a pluralidade humana e com a globalização da informação é cada vez mais explícito a ambiguidade de opiniões e significados. Mas, sobretudo, nota-se a existência do privilégio epistêmico, pois a noção de objetividade tradicionalmente valorizada como norma de justificação na ciência não é inocente e traz como consequência o preconceito e a desigualdade epistêmica. O relativismo surge como resposta e solução simplista e descredibiliza o debate. Faz-se necessário a construção de práticas democráticas e a experiência epistemológica feminista tem se demonstrado um importante instrumento crítico e político para a superação de uma epistemologia hegemônica. A experiência de cada grupo importa, pois diz respeito a vida como ela é e suas especificidades. Essa pesquisa defende a existência e incorporação de objetividades no lugar de uma objetividade enviesada por estruturas de poder.

In contemporary times, human plurality has become increasingly evident and with the globalization of information, the ambiguity of opinions and meanings is increasingly explicit. But, above all, the existence of epistemic privilege is noted, as the notion of objectivity traditionally valued as a norm of justification in science is not innocent and brings as a consequence prejudice and epistemic inequality. Relativism appears as a simplistic answer and solution and discredits the debate. It is necessary to build democratic practices and the feminist epistemological experience has proved to be an important critical and political instrument for overcoming a hegemonic epistemology. The experience of each group matters, as it concerns life as it is and its specificities. This research defends the existence and incorporation of objectivities in place of an objectivity biased by power structures.