Gravidez na adolescência no Brasil: problematizações, avanços e retrocessos

Abstract

O presente Trabalho de Conclusão de Curso pretende identificar as problematizações, avanços e retrocessos ao se tratar do fenômeno gravidez na adolescência no Brasil. Parte-se da compreensão que este se faz presente nas relações sociais através de suas dimensões de raça/etnia, sexo/gênero e classe social, ultrapassando as dimensões da vida privada, pois frente à política populacional vigente e aos estudos que demonstram possibilidades de riscos biológicos, psicológicos e sociais, alcança o debate público e pressiona a agenda política da ação do Estado. No entanto, a vivência da gravidez neste período da vida, apesar de atualmente ser lida por organizações internacionais e pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, pode não representar um problema no contexto em que está inserida, sendo muitas vezes desejada e planejada pelas adolescentes. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, sob uma perspectiva dialética atrelada ao método da teoria social que está estruturada em três capítulos e foi realizada a partir de duas fontes: bibliográfica e documental. Foi possível realizar reflexões importantes sobre a multifatorialidade e heterogeneidade acerca das vivências da gravidez na adolescência no país, enquanto fenômeno que se faz presente no mundo desde antes da construção social da adolescência. Além disso, através da contextualização dos marcos legais e políticos no âmbito dos direitos sexuais e direitos reprodutivos de adolescentes no mundo e no Brasil, houve a possibilidade de compreender o movimento de disputa entre perspectivas antagônicas que se fazem presentes até os dias atuais ao se tratar de seus desdobramentos na agenda política.