Por que as ocupações "femininas" têm menores salários? Um estudo longitudinal

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Data
2022-01-26
Autores
Silva, Yasmin Geronimo [UNIFESP]
Orientadores
Vaz, Daniela Verzola [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
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Resumo
Nas últimas décadas, a taxa de participação feminina na força de trabalho cresceu de maneira significativa no Brasil, passando de 27% em 1980 (MADALOZZO, 2010) para 54,5% em 2019 (IBGE, 2021). Apesar disso, a segregação ocupacional por sexo persiste e pode ser um fator determinante para explicar a diferença salarial em desfavor das mulheres no país. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é avaliar o impacto da transição entre ocupações distintas quanto à composição por sexo no salário dos trabalhadores do mercado de trabalho brasileiro. Pretendese verificar a existência de evidências estatísticas em favor da teoria sociológica da desvalorização do trabalho feminino. Para isso, são utilizados os microdados longitudinais de divulgação trimestral das edições de 2012 a 2019 da PNAD Contínua (IBGE) em um modelo de painel de efeitos fixos. A tipologia de integração ocupacional proposta por Oliveira (2001) é adotada para classificar as ocupações em predominantemente femininas, predominantemente masculinas ou integradas. Os resultados mostram que o trabalhador experimenta queda de salário quando transita para uma ocupação feminina, de modo que a hipótese da desvalorização é suportada. Observa-se, ainda, que os maiores salários são recebidos nas ocupações integradas, indicando que a relação entre a composição ocupacional por sexo e os salários é não-linear.
During the last decades, female participation in the labor force has increased significantly in Brazil, going from 27% in 1980 (MADALOZZO, 2010) to 54.5% in 2019 (IBGE, 2021). Despite this, occupational gender segregation persists and may be determinant to explain the gender pay gap. This study aims, thus, to evaluate the impact of the transition between different occupations regarding the sex composition on the salary of workers in the Brazilian labor market. We intend to verify the existence of statistical evidence in favor of the sociological theory of female work devaluation. To do so, we use a model with fixed effects with microdata from the 2012-2019 editions of the PNAD Contínua (IBGE). The typology of occupational integration proposed by Oliveira (2001) is adopted to classify occupations as predominantly female, predominantly male, or integrated. The results show that workers experience a decrease in wages when moving to a female occupation, hence supporting the devaluation theory. Also, the highest salaries are received in integrated occupations, indicating that the relationship between occupational sex composition and pay is non-linear.
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