O consumo de etanol entre universitários e sua relação com transtornos ansiosos e desempenho acadêmico

Abstract

Os transtornos mentais (TM) estão ganhando cada vez mais visibilidade nos dias atuais e, consequentemente, são cada vez mais estudados. Os transtornos de ansiedade são a classe de distúrbios mentais de maior prevalência, sendo estimado a 6ª maior causa de incapacitação mundial. Caracterizado por medo, pavor e inquietação como resposta ao estresse, é considerado patológico quando essa resposta passa a ser excessiva e persistente. Muitos pacientes acabam fazendo o uso de etanol como uma forma de amenizar os problemas diários, aumentando o risco de desenvolver alcoolismo. Sabe-se que a idade com a maior prevalência de consumo de álcool é no início da vida adulta, entre 18 e 22 anos, mesma idade em que normalmente se ingressa na universidade, adquirindo maiores responsabilidades e, assim, maiores preocupações com problemas do dia a dia. O objetivo deste estudo foi avaliar o consumo de etanol e o aparecimento de crises de ansiedade em estudantes universitários com idades entre 18 e 29 anos, correlacionando com o desempenho acadêmico dos mesmos, utilizando o instrumento de pesquisa do Google Formulários, respondido pelo próprio estudante. Notou-se que a prevalência de transtornos de ansiedade na amostra está acima da média da população brasileira, e houve um aumento de crises após a entrada na universidade. Um dos fatores de risco para a ansiedade é o período em que o aluno está matriculado, sendo mais presente no início e no final da formação – ambas épocas de importantes decisões de vida. Com relação ao consumo de etanol, observamos que as mulheres consumiram mais nos últimos 12 meses, o que pode estar relacionado ao fato de ser o gênero mais acometido pelos TM. Conclui-se que o contexto universitário pode ser um agravante para transtornos de ansiedade e, portanto, maiores investimentos e recursos na área da saúde mental precisam ser destinados para o bem-estar dos estudantes.

Mental disorders are gaining more and more visibility these days and, consequently, are being more and more studied. Anxiety disorders are the most prevalent class of mental disorders, being estimated as the 6th leading cause of disability worldwide. Characterized by fear, dread and restlessness as a response to stress, it is considered pathological when this response becomes excessive and persistent. Many patients end up using ethanol as a way to alleviate daily problems, increasing the risk of developing alcoholism. It is known that the age with the highest prevalence of alcohol consumption is in early adulthood, between 18 and 22 years old, the same age at which one normally enters university, acquiring greater responsibilities and, thus, greater concerns about the problems of the day to day. The aim of this study was to evaluate the consumption of ethanol and the onset of anxiety attacks in university students aged between 18 and 29 years, correlating with their academic performance, using the Google Forms search instrument, which has been answered by the student himself. It was noted that the prevalence of GAD in the sample is above the average for the Brazilian population, and there was an increase in seizures after entering university. One of the risk factors for anxiety found is the year the student is enrolled, being more present at the beginning and at the end of training, both times of important life decisions. Regarding ethanol consumption, we observed that women consumed more in the last 12 months, which may be related to the fact that it is the gender most affected by MDs. We conclude that the university can be a risk factor for anxiety disorders and, therefore, resources in the area of mental health need to be distributed for the well-being of students.