Impacto do tratamento com Enalapril associado ao treinamento físico sobre adaptações musculares em modelo experimental de hipertensão e menopausa

Abstract

Introdução: O aumento da pressão arterial (PA) após menopausa tem sido associado ao aumento da variabilidade da PA (VPA), inflamação e estresse oxidativo, com consequente lesão de órgãos alvo. Objetivo: Investigar os efeitos do tratamento com maleato de enalapril, associado ou não com o Treinamento Físico Concorrente (TFC) sobre a capacidade funcional, PA, VPA e parâmetros inflamatórios e de estresse oxidativo em tecido muscular em um modelo experimental de hipertensão e menopausa. Materiais e métodos: Ratas espontaneamente hipertensas (SHR) foram distribuídas em (n=8/grupo) controles sedentárias (S) e ooforectomizadas sedentárias (OS), sedentárias tratadas com enalapril (OSE) e treinadas tratadas com enalapril (OTE). O tratamento com enalapril (3mg/kg) e o TFC (3 dias/semana, intensidade moderada) foram conduzidos durante 8 semanas. Resultados: O grupo OTE apresentou melhora do desempenho nos testes físicos comparado com demais grupos. Enalapril isolado ou combinado com o TFC reduziu a PAS. O grupo treinado apresentou menor variância (mmHg2) (34,7±9,7 vs. OS: 56,6±23,8) e modulação simpática vascular (mmHg2) (8,1±4,1 vs. S: 16,8±6,4 e OS: 16,6±7,7). Foi verificado no grupo OTE níveis aumentados de interleucinas 6 (vs. S e OS) e 10 (vs. OS), e reduzida oxidação de proteínas (vs. OSE). Correlações negativas foram obtidas entre VPA com teste de esforço, IL-10 e catalase. Conclusão: Apesar de ambas as abordagens apresentarem eficácia no controle da PA, apenas a terapia farmacológica combinada com o TFC promoveu redução da VPA associada a diminuição de inflamação e estresse oxidativo muscular, impactando em melhora funcional.

Background: The rise of hypertension in women on postmenopausal has been associated to the increase in blood pressure variability, inflammation and oxidative stress with consequent target organ damage. Objective: To investigate the effects of enalapril treatment associated or not to moderate concurrent exercise training on blood pressure variability and inflammatory parameters and oxidative stress in muscle tissue in an experimental model of hypertension and menopause. Methods: Spontaneously hypertensive female rats (SHR) were allocated in 4 groups (n=8/group): sedentary (S), sedentary ovariectomized (OS), sedentary ovariectomized treated with enalapril (OSE) and trained ovariectomized treated with enalapril (OTE). Enalapril treatment (3mg/kg) and concurrent exercise training (3 days/week, moderate intensity) were conducted during 8 weeks. Results: OTE presented improvement in exercise tests compared with others groups. Enalapril alone or combined with concurrent exercise training decreased systolic blood pressure. Trained group demonstrate lower variance (VAR-PAS, mmHg2) (34,7±9,7 vs. OS: 56,6±23,8) and sympathetic vascular modulation (LF-PAS, mmHg2) (8,1±4,1 vs. S: 16,8±6,4 and OS: 16,6±7,7). OTE showed increase in interleukin 6 (vs. S e OS) and 10 (vs. OS), and decreased proteins oxidations (vs OSE). Negative relationships were observed between blood pressure variability and maximal effort test, IL-10 and catalase. Conclusion: Thereby, although both approaches present effectiveness on arterial blood pressure control, but only pharmacology therapy with concurrent exercise training promoted resting bradycardia and reduction of blood pressure variability, being associated with improvement in anti-inflammatory mediators and muscle oxidative stress.