Cuidados sem fronteiras: mulheres imigrantes bolivianas, maternagem e saúde na Grande São Paulo

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Data
2021-06-11
Autores
Serrano, Samantha Lynn
Orientadores
Martin, Denise [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
O objetivo do presente estudo é descrever e analisar as experiências de mulheres imigrantes bolivianas na Grande São Paulo, Brasil, na maternagem e nos cuidados em saúde pessoais e de suas famílias. O estudo aborda questões de gênero, raça, classe, maternidade, migração, interseccionalidade, trabalho em cuidado, trabalho e saúde, e acesso a cuidados em saúde deste grupo social. Nesta etnografia, a pesquisa de campo abrangeu trabalho voluntário em três instituições promovendo a integração de imigrantes na Grande São Paulo e/ou fornecendo serviços dirigidos a imigrantes bolivianas; o acompanhamento de rodas de conversa de mulheres imigrantes; o acompanhamento de interlocutoras nas suas próprias consultas médicas e em consultas para seus filhos; entrevistas semiestruturadas em profundidade com nove interlocutoras; e um grupo focal com oito mulheres imigrantes bolivianas na periferia de São Paulo. Os assuntos emergentes da pesquisa foram separados em quatro temas: a busca para cuidar da saúde dentro e fora do SUS; saúde e a maternagem; a espera no SUS e o tempo das mulheres imigrantes; e violência cotidiana e saúde. O estudo revela a importância de estratégias de integração de mulheres imigrantes bolivianas no SUS (que promoveria a integração da família toda) com um foco em trabalhadoras em oficinas de costura. Ficaram evidentes o isolamento e as condições precárias frequentemente enfrentadas nesta situação de trabalho/moradia, altas taxas de violência e corporalidades diferentes de tempo e espaço. Este estudo documenta os impactos negativos da terceirização do trabalho na indústria têxtil, a necropolítica e a neoliberalização do SUS no acesso a cuidados em saúde e os resultados em saúde deste grupo. Esse trabalho conclui que além das barreiras linguísticas e culturais para acesso a cuidados em saúde no SUS, mulheres imigrantes bolivianas enfrentam os obstáculos frequentemente enfrentados por usuárias brasileiras também, entretanto as experiências desse grupo social com estas barreiras são profundamente impactadas por suas posicionalidades estruturalmente vulneráveis.
The aim of this study is to describe and analyze the experiences of Bolivian immigrant women in the metropolitan region of Greater São Paulo, Brazil, in mothering and personal and family healthcare. The study addresses issues of gender, race, class, motherhood, migration, intersectionality, care work, health and labor, and access to healthcare for this social group. In this ethnographic research, fieldwork included volunteer work in three institutions promoting the integration of immigrants in Greater São Paulo and/or providing services directed to Bolivian immigrants; the accompaniment of immigrant women's support groups; the accompaniment of interlocutors in their own medical consultations and in consultations for their children; semistructured in-depth interviews with nine interlocutors; and a focus group with eight Bolivian immigrant women in the periphery of São Paulo. The issues that emerged from this research were separated into four overarching themes: the search for health care inside and outside of the SUS (the Single Unified Healthcare System); health and motherhood; waiting in the SUS and immigrant women's time; and everyday violence and health. The study reveals the importance of strategies to integrate Bolivian immigrant women into the SUS (which would promote the integration of immigrant families) with a focus on women workers in domiciliary garment sweatshops. The isolation and precarious conditions often faced in this work/housing situation, high rates of violence, and different embodiments of time and space were evident. This study documents the negative impacts of the outsourcing of work in the textile industry, necropolitics and the neoliberalization of the SUS on healthcare access and healthcare outcomes of this group. This text concludes that in addition to linguistic and cultural barriers to accessing health care in the SUS, Bolivian immigrant women face obstacles often confronted by Brazilian SUS users as well, however, this social group's experiences with these barriers are deeply impacted by their structurally vulnerable positionalities.
El objetivo de este estudio es describir y analizar las experiencias de mujeres inmigrantes bolivianas en el Gran São Paulo, Brasil, en el maternaje y en el cuidado de su salud personal y la de sus familias. El estudio aborda cuestiones de género, raza, clase, maternidad, migración, interseccionalidad, trabajo de cuidados, trabajo y salud, y acceso a cuidados en salud para este grupo social. En esta investigación etnográfica, el trabajo de campo abarcó el trabajo voluntario en tres instituciones que promueven la integración de las inmigrantes en el Gran São Paulo y/o que prestan servicios dirigidos a las inmigrantes bolivianas; el acompañamiento de ruedas de diálogo de mujeres inmigrantes; el acompañamiento de interlocutoras en sus propias consultas médicas y en las consultas de sus hijos; entrevistas en profundidad semiestructuradas con nueve interlocutoras; y un grupo focal con ocho mujeres inmigrantes bolivianas en la periferia de São Paulo. Las cuestiones que surgieron de la investigación fueron separadas en cuatro amplios temas: la búsqueda de cuidados de salud dentro y fuera del SUS (el Sistema Único de Salud); la salud y el maternaje; la espera en el SUS y el tiempo de las mujeres inmigrantes; y la violencia cotidiana y la salud. El estudio revela la importancia de las estrategias de integración de las mujeres inmigrantes bolivianas en el SUS (que promoverían la integración de toda la familia) con foco en las trabajadoras en oficinas domiciliares de costura. El aislamiento y las condiciones precarias frecuentemente vividas en esta situación de trabajo/vivienda, los altos índices de violencia y las diferentes corporalidades de tiempo y espacio fueron evidentes. Este estudio documenta los impactos negativos de la tercerización del trabajo en la industria textil, la necropolítica y la neoliberalización del SUS sobre el acceso a la atención de salud y los efectos en la salud de este grupo. Este trabajo concluye que, además de las barreras lingüísticas y culturales para acceder a cuidados de salud en el SUS, las mujeres inmigrantes bolivianas se enfrentan también a los obstáculos que suelen tener las usuarias brasileñas, sin embargo, las experiencias de este grupo social con estas barreras se ven profundamente afectadas por sus posicionalidades estructuralmente vulnerables
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Citação
SERRANO, S.L. Cuidados sem fronteiras-mulheres imigrantes bolivianas, maternagem e saúde na Grande São Paulo. São Paulo, 2021. 325 p. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2021