Value at risk e a regulação das reservas obrigatórias de capital: uma abordagem sob o ponto de vista da economia política das finanças
Data
2020-10-21
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
A gestão de risco dos bancos é um fator central para identificar os determinantes
da crise financeira de 2008. Nesse contexto se destaca o value-at-risk (VaR) que se popularizou nos anos 1990 a nível de ser institucionalizado no acordo de Basiléia se tornando a principal ferramenta de risco para determinar as reservas obrigatórias de capital mesmo sendo descrito como um airbag que sempre funciona, exceto no caso de um acidente. Este trabalho se propõe responder à pergunta: por que o value-at-risk se estabeleceu como modelo de gestão de risco dominante? Duas hipóteses explicativas são apresentadas no trabalho. Na primeira, com base na teoria das inovações financeiras, sustentamos que o VaR pode ser visto como um incentivo à inovação no mercado financeiro motivado pelo ganho de participação de mercado àquele que inova, dado que não é comum a utilização de patentes. Como sustentação dessa hipótese, desenvolvemos um estudo de caso para entender como o JP Morgan – instituição financeira que criou o VaR - se beneficiou com a criação e distribuição do modelo. A segunda hipótese utiliza a economia política das finanças para sugerir que, no bojo do processo de financeirização, o VaR acomoda os interesses dos bancos e exerce influência no seu comportamento possibilitando que negociem entre si ativos securitizados e derivativos que possuem títulos hipotecários como ativo subjacente e como isso os coloca numa posição de poder.