PPG - Infectologia

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    Epidemiologia e história natural da infecção pelo vírus da hepatite E no transplante hepático
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-21) Zicker, Michelle [UNIFESP]; Camargo, Luís Fernando Aranha [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8501165687754582; https://lattes.cnpq.br/2495793082296048
    Objetivos: determinar a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite E em uma população de receptores de transplante hepático realizados no Brasil e identificar as frequências dos genótipos virais encontrados nessas infecções; determinar os genótipos do vírus da hepatite E causadores de hepatite aguda e descrever a história natural da infecção pelo vírus da hepatite E na população alvo. Métodos: estudo prospectivo com a realização sistemática e periódica de sorologia, reação em cadeia da polimerase e genotipagem séricos para hepatite E em pacientes maiores de 18 anos, submetidos a transplante hepático no Hospital Israelita Albert Einstein entre 2019 e 2020 e acompanhados durante um ano após o procedimento. Resultados: foram incluídos 107 receptores de transplante hepático, 83 doadores falecidos e analisadas 765 amostras de sangue. A maioria dos participantes era do sexo masculino (73%), com média de idade de 53,5 anos. Cirrose hepática alcóolica foi a doença hepática de base mais frequente. Cerca de 72% dos pacientes eram naturais da região Sudeste do país e 94% proveniente da mesma região. Encontrou-se prevalência de hepatite E de 10.2% nos receptores e de 9.7% nos doadores. Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre as variáveis clínicas dos receptores que apresentaram imunoglobulina G anti-hepatite E positiva e negativa no pré-transplante inclusive em relação aos fatores de risco para infecção pelo vírus da hepatite E, desfecho clínico após um ano de seguimento e necessidade de retransplante. Nenhum paciente apresentou carga viral detectável no pré-transplante ou durante as coletas de seguimento. Não foram identificados episódios de infecção aguda, de reativação ou soroconversão, mesmo nas situações de discordância sorológica entre receptor e doador. Não se identificou transmissão do vírus da hepatite E através do enxerto não sendo possível determinar o genótipo e a incidência da infecção aguda. Conclusões: Infecção aguda e crônica pelo vírus da hepatite E parecem ser eventos raros na população estudada, possivelmente em decorrência de fatores sociais, econômicos e ambientais. Os dados encontrados sugerem que entre receptores de transplante hepático no Brasil a infecção pelo vírus da hepatite E deve ser investigada somente no cenário de aumento de transaminases ou enzimas canaliculares sem causa definida, como parte do diagnóstico diferencial das hepatites soronegativas após o transplante. Considerando as dimensões e heterogeneidade dos hábitos e condições socioeconômicas da população brasileira, outros estudos envolvendo receptores de transplante hepático deveriam ser conduzidos nas demais regiões do país.
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    Análise da distribuição das alterações mutacionais do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) em ciclo único de infecção in vitro
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-06) Furuyama, Taimá Naomi [UNIFESP]; Janini, Luiz Mário Ramos [UNIFESP]; Antoneli Junior, Fernando Martins [UNIFESP]; Carvalho, Isabel Maria Vicente Guedes de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4503426222486154; http://lattes.cnpq.br/7267507565320007; http://lattes.cnpq.br/5713863164263481; http://lattes.cnpq.br/7671794041127239
    Objetivo: Propor a definição de taxas mutacionais como uma distribuição de valores e investigar as propriedades dessa distribuição. Métodos: Este trabalho foi suportado por dados in vitro de infecções celulares em ciclo único de replicação de HIV-1, publicados previamente. A análise de dados é suportada pela probabilidade de ocorrência de substituições dentro de uma abordagem bayesiana com distribuições de Dirichlet. Utilizando-se de técnicas estatísticas, as informações do experimento in vitro foram analisadas como uma distribuição de probabilidades de taxas mutacionais (e não como um único valor médio). Foram considerados a variabilidade e o comportamento dos dados para tornar possível a verificação da dinâmica populacional de vírus RNA, no caso do HIV-1. Resultados: Os dados obtidos indicam que as probabilidades de ocorrência de mutações ao longo das distribuições variam de ~6,34×10^(-5) a ~5,96×10^(-3) substituições por sítio por ciclo de replicação, em média. Este resultado inicial é concordante com as taxas mutacionais do HIV-1 descritas previamente na literatura, variando de 10^(-5) a 10^(-3) alterações de base por sítio por ciclo de replicação. Também foi verificado se existiria uma diferenciação nos dados conforme o gene analisado. As taxas ao longo dos genes foram mantidas com as mesmas ordens de grandeza, apresentando uma amplitude de valor mínimo médio de 6,37×10^(-5) (env) a 9,13×10^(-5) (tat) e de valor máximo médio de 4,81×10^(-3) (vpu) a 5,90×10^(-3) (pol). A metodologia foi aplicada para fragmentos de sequência cada vez menores e a informação foi mantida consistente a uma leitura de até 200nt. Conclusão: As informações comparáveis na literatura encontram-se dentro do intervalo da distribuição de taxas mutacionais observado neste trabalho. Assim, a metodologia poderia ser empregada e apresentar mais informações em relação às taxas mutacionais, seja para vírus RNA ou para outras análises genômicas.
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    Avaliação dos efeitos de um programa de exercícios funcionais supervisionado à distância, com técnicas de monitoração digital remotas, na força muscular, na aptidão física e na composição corporal de idosos vivendo com HIV ou não
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-01-30) Pires, Daniele de Campos [UNIFESP]; Burattini, Marcelo Nascimento [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3645284084334482; http://lattes.cnpq.br/1369305493449051
    Introdução: Os problemas de saúde associados ao envelhecimento estão entre as maiores prioridades da atenção à saúde mundial. Com o envelhecimento ocorre perda da capacidade funcional, da função imune, de funções neurológicas e cognitivas, comprometendo a qualidade de vida do idoso. Além disso, o atendimento às ocorrências de saúde dos idosos representam ~75% dos gastos gerais em assistência à saúde pelo SUS. Ações não medicamentosas de promoção à saúde têm sido valorizadas como essenciais para um processo de senescência mais saudável, com um menor índice de dependência, destacando-se entre elas a prática regular de exercícios. Objetivos: Avaliar o impacto de um programa de exercícios funcionais supervisionado à distância, com técnicas de monitoração digital remotas, na evolução morfológica e funcional, na composição corporal, na aptidão física e na força muscular, comparando os resultados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) ou não, com 60 anos ou mais. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo e randomizado, para comparar os efeitos de um programa de exercícios funcionais supervisionados, em PVHIV ou não, com 60 anos ou mais. Trinta idosos (idade média 69,6 anos), participaram do estudo (20 mulheres e 10 homens), sendo 14 PVHIV e 16 pessoas que não vivem com HIV (PNVHIV). O treinamento consistiu em exercícios calistênicos (exercícios que usam o peso do próprio corpo) e exercícios pliométricos (exercícios com salto), com dificuldade progressiva, baseado no Programa de Exercícios de Otago (PEO), visando o desenvolvimento dos principais grupos musculares: glúteos, abdômen, peitorais, grande dorsal, quadríceps, isquiotibiais, gastrocnêmios, deltóide, tríceps e bíceps braquiais, em duas sessões semanais, com duração de 3/4 de hora (45 minutos) por sessão, supervisionado por professores de educação física especializados na orientação e supervisão da prática de exercícios físicos em idosos, durante 9 meses de treinamento. Todos os participantes foram submetidos a avaliações periódicas antes e aos 3, 6 e 9 meses após o início do treinamento. Foram adotadas diversas medidas para garantir a segurança dos idosos e o estudo recebeu a aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições participantes. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis antropométricas ao longo de 9 meses de treinamento. Em relação as variáveis de força dos MMSS, houve aumento de 18,5% em PVHIV e 21,4% para pessoas que não vivem com HIV (PNVHIV) e de MMII 25,3% em PVHIV e 22,3% para PNVHIV. A respeito da capacidade cardiorrespiratória, houve aumento de 16,26% para PVHIV e 15,47% para PNVHIV com diferença estatisticamente significativa (p = 0,02) e para capacidade funcional, houve redução (o menor valor significa o melhor resultado) de 8,7% para PQVHIV e 8,8% para PNVHIV. Acerca do salto em contramovimento, verificou-se um aumento de 73,79% para PVHIV e 32,50% para PNVHIV, com diferença estatisticamente significante (p = 0,03). Conclusão: O treinamento funcional supervisionado à distância (TFSD) aumentou a força de MMSS, MMII e melhorou a capacidade cardiorrespiratória em ambos os grupos. O TFSD mostrou ser eficiente, pois melhorou todas as variáveis avaliadas e seguro, não houve intercorrências ao longo dos 9 meses relacionadas ao treinamento.
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    Análise da influência do fluconazol e geldanamicina no perfil transcricional de candida tropicalis
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-05) Lima, Ricardo Ferreira [UNIFESP]; Colombo , Arnaldo Lopes [UNIFESP]; Melo, Analy Salles de Azevedo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8922840487452492; http://lattes.cnpq.br/4512261018429681; http://lattes.cnpq.br/1159446188335190
    Atualmente, Candida tropicalis é a primeira ou a segunda espécie de Candida-não-albicans mais prevalente em episódios de fungemia documentados em centros médicos na América Latina. Apesar desta espécie ser sensível a todos os antifúngicos de uso sistêmico, recentemente, tem sido relatado aumento na ocorrência de isolados de C. tropicalis resistentes ao fluconazol, sendo os mecanismos moleculares associados a este fenômeno ainda pouco conhecidos, sobretudo àqueles relacionados às respostas acionadas durante a exposição ao fluconazol ou geldanamicina – inibidor da atividade de Hsp90. A partir de isolados de C. tropicalis resistentes ao fluconazol de centros médicos do Brasil e Colômbia, buscamos identificar os mecanismos clássicos relacionados ao perfil de resistência ao fluconazol, através do sequenciamento do gene ERG11 e da quantificação da expressão (qPCR) dos genes CDR1, MDR1, UPC2 e ERG11 em C. tropicalis submetida a quatro condições; (i) sem tratamento, (ii) exposição ao fluconazol, (iii) exposição à geldanamicina, e, (iv) duplo tratamento (exposição ao fluconazol e geldanamicina) quando comparados à cepa selvagem C. tropicalis ATCC 750 e aos respectivos controles sem tratamento, também realizamos a análise comparativa do transcriptoma de uma linhagem sensível e resistente de C. tropicalis submetidas aos CIMs subinibitórios do fluconazol e geldanamicina. Os nossos resultados mostraram que as amostras de C. tropicalis resistentes ao fluconazol apresentaram mutações pontuais no gene ERG11 e aumento de expressão dos genes CDR1, MDR1, UPC2 e ERG11, ao passo que, a adição dos inibidores causou modulações positivas ou negativas nesse grupo de genes. Verificamos que o tratamento com fluconazol provocou diminuição da expressão dos genes do processamento ribossomal e sistema de reparo de DNA nas duas linhagens de C. tropicalis, enquanto, durante a exposição ao fluconazol observamos um maior aumento de expressão na linhagem resistente para os processos de síntese de ATP, processamento e captação de ferro e atividade peroxissomal, ao passo que, a inibição de Hsp90 mostrou diferenças relacionadas à biossíntese de aminoácidos e metabolismo secundário. Concluímos que além de ter variações na expressão de mecanismos de resistência, a presença de antimicrobianos por si só já provocam respostas relevantes para a sobrevivência entre as linhagens de C. tropicalis.
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    Frequência de bacilos gram-negativos carreadores de genes de resistência aos antimicrobianos em hortaliças e carnes comercializadas em mercados brasileiros
    (Universidade Federal de São Paulo, 2022-04-11) Bessa Neto, Francisco Ozório [UNIFESP]; Silva, Rodrigo Cayô da [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5699739668358897; http://lattes.cnpq.br/0415227863176385
    Introdução: Dentre os principais bacilos gram-negativos multirresistentes (MDR) considerados prioritários pela OMS para vigilância e desenvolvimento de novas opções terapêuticas encontram-se Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli resistentes às cefalosporinas de terceira geração e/ou aos carbapenêmicos. Através do conceito de “saúde única”, é possível compreender o papel dos alimentos na disseminação de bactérias resistentes aos antimicrobianos adquiridas durante seu cultivo e criação. Objetivos: Detectar e caracterizar genes de resistência aos antimicrobianos nos principais gêneros bacterianos gram-negativos recuperados de hortaliças e carnes comercializadas em mercados brasileiros. Além disso, determinar o perfil de sensibilidade para as principais classes de antimicrobianos. Métodos: Amostras de alimentos foram incubadas em água peptonada 1%. Posteriormente, alíquotas foram transferidas para microtubos contendo TSB suplementado com antimicrobianos. Após incubação, as amostras que apresentaram turvação foram inoculadas em placas de ágar cromogênico para isolamento de colônias e posterior identificação pela técnica do MALDI-TOF MS. Os isolados de interesse foram submetidos a triagem de sensibilidade à três β-lactâmicos diferentes pelo método de diluição em ágar e, aqueles que apresentaram resistência a um ou mais desses antimicrobianos passaram então por uma triagem dos genes codificadores de β-lactamases pela técnica de PCR. Os isolados positivos para os genes de β-lactamase investigados, tiverem seu perfil de sensibilidade para as demais classes de antimicrobianos determinado. De acordo com o fenótipo encontrado, a presença de genes de resistência a esses antimicrobianos foi também investigada por PCR. Resultados: Um total de 508 bactérias pertencentes aos quatro gêneros de interesse do estudo foram recuperadas das amostras de hortaliças e carnes, dentre as quais, 123 isolados foram resistentes às cefalosporinas de 3ª geração e 26 resistentes ao meropénem. Ao todos, 187 isolados foram positivos ao menos para um dos genes de β-lactamases pesquisados, sendo os mais frequentes blaCTX-M-1/2-like, blaOXA-1-like e blaTEM-like. Altas taxas de resistência às cefalosporinas de amplo espectro foram verificadas entre os isolados de E. coli e K. pneumoniae, o mesmo sendo verificado para sulfametoxazol/trimetoprima e aztreonam entre os isolados de Acinetobacter spp. e Pseudomonas spp., respectivamente. Entre os isolados produtores de β-lactamases, 25 destes apresentaram fenótipo MDR, enquanto nove foram considerados como sendo XDR. Entre os genes de resistência às demais classes de antimicrobianos avaliados, qepA, qnrB, aac(3’)-Ib, qnrS e dfr foram os mais frequentes. Conclusões. O presente estudo relatou a presença de uma diversidade de genes de resistência aos antimicrobianos em isolados bacterianos gram-negativos proveniente de amostras de hortaliças e carnes adquiridas em mercados brasileiros, incluindo Acinetobacter spp. e Pseudomonas spp.. Isso evidencia a necessidade de um programa de vigilância de resistência aos antimicrobianos que englobe também os alimentos como fonte de genes de resistência aos antimicrobianos e, negligenciá-los ainda mais, seria um erro grave se quisermos realmente combater o fenômeno da resistência bacteriana.