Interação social com um coespecífico com dor e seu possível efeito reforçador em animais controle em um modelo animal de esquizofrenia

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Data
2019-11-28
Autores
Kawamoto, Elisa Mari [UNIFESP]
Orientadores
Abilio, Vanessa Costhek [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
The present work investigated the social interaction in mice with an animal in pain and a possible reinforcing effect induced by such interaction, as well as possible changes promoted by MK-801, an animal model of schizophrenia. We also investigated the action of antipsychotics on the changes found. Four experiments were conducted, all using adult male Swiss EPM-M2 mice. Experiment 1 (pilot study) was conducted to determine the ability of different doses of acetic acid in promoting aversion within the conditioned place preference model. We observed that the lowest dose capable of promoting such aversion was 0.9%, which was used to induce pain in the following experiments. Experiment 2 aimed at determining the effects of MK-801 on the interaction with an animal in pain, regarding both the interaction ability itself and the reinforcing property promoted by such interaction. We observed that the control animals display longer interaction time with animals in pain and that this interaction promotes reinforcing effects, since it induces conditioned place preference. Treatment with MK-801 impairs both. Additionally, writhing in animals in pain are more pronounced when interacting with animals treated with MK-801 than when interacting with control animals. Experiments 3 and 4 were conducted to verify the effects of a typical and an atypical antipsychotic - haloperidol and clozapine, respectively - on the alterations found. Even though these antipsychotics did not improve the preference in interacting with a conspecific in pain, they did restore the rewarding effects of such interaction, being able to induce the development of preference for the compartment associated with interaction with an animal in pain. Our results point to the use of animal models for studying how social behaviors while watching an animal in pain and their reinforcing properties may be altered in schizophrenia, which could contribute to a better understanding of these deficits in schizophrenia, possible actions of antipsychotics, and the proposal of new therapeutic strategies for such impairments.
O presente trabalho teve como objetivo investigar a interação social de camundongos com um animal com dor e um possível efeito reforçador eliciado por tal interação, bem como possíveis alterações promovidas pelo MK-801, um modelo animal de esquizofrenia. A ação de antipsicóticos sobre as alterações encontradas também foi investigada. Foram realizados quatro experimentos, todos utilizando camundongos machos Swiss EPM-M2 adultos. O experimento 1 (piloto) foi realizado para verificar a capacidade do ácido acético de promover aversão no modelo de preferência condicionada por lugar em diferentes doses, constatando-se que a dose mais baixa de ácido acético capaz de promover esta aversão foi a 0,9%, sendo esta utilizada para induzir dor nos experimentos subsequentes. O experimento 2 teve como objetivo verificar os efeitos do MK-801 sobre a interação com um animal com dor, tanto em relação à capacidade de interação em si quanto em relação à propriedade reforçadora promovida pela interação. Observamos que animais controle apresentam: um maior tempo de interação com animais com dor e esta interação promove efeitos reforçadores, uma vez que induz uma preferência condicionada por lugar. O tratamento com MK-801 prejudica ambos. Além disso, as contorções abdominais do animal com dor são maiores quando interagem com animais tratados com MK-801 do que quando interagem com animais controle. Os experimentos 3 e 4 foram realizados para avaliar os efeitos de um antipsicótico típico – o haloperidol – e um atípico – a clozapina – sobre as alterações encontradas. Embora estes antipsicóticos não tenham recuperado o maior tempo de interação com um coespecífico com dor, o tratamento recuperou os efeitos recompensadores desta interação, induzindo o desenvolvimento da preferência pelo compartimento de interação com animal com dor. Nossos resultados apontam para o uso de modelos animais para o estudo de como comportamentos sociais diante da observação de um animal com dor e suas propriedades reforçadoras podem estar alterados na esquizofrenia, o que pode contribuir para um melhor entendimento de déficits nestes processos na doença, possíveis ações dos antipsicóticos e proposição de novas estratégias terapêuticas para esses prejuízos.
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