Avaliação da composição corporal dos pacientes com migrânea em tratamento profilático com Topiramato
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Data
2019-05-30
Autores
Caverni, Camila Naegeli [UNIFESP]
Orientadores
Tengan, Celia Harumi [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Introduction: Migraine is a primary headache that affects 15% of the Brazilian population. The use of prophylactic medication, such as topiramate, may be necessary to manage crisis, however, these medications may lead to the loss of weight and appetite. Additionally, there is a relation between migraine and body mass index, meaning that obese individuals are more susceptible to develop more frequent and disabling crisis. Through an anthropometric evaluation it is possible to study certain body constituents, such as percentage of body fat and fat free mass, allowing to determine which of these constituents are indicative of the current health condition and, therefore, of quality of life. Objective: The purpose of this study was to evaluate the body composition of female patients with migraine using topiramate before and after three months of treatment. Methods: 50 female patients, between 18 and 45 years old were included. The patients were initially evaluated by a neurologist to diagnose the type of migraine between migraine with or without aura and/or chronic migraine and initiate the prophylactic treatment: topiramate 50mg/day, throughout three months. In the beginning and at the end the patients were evaluated by a nutritionist the define the body composition and its change during the study, through a detailed anthropometric evaluation. Results: a total of 37 patients were evaluated in the end of the study, with average age of 31 years, average initial body mass index of 25.89kg/m2, initial average body fat of 36.1% and initial average fat free mass of 42.7kg. After 3 months of prophylactic treatment, the patients reduced significantly the frequency of days of headache per month from 21 days to 7 days (p <0.0001). Regarding the anthropometric parameters, there was a reduction of the body mass index, from 25.89kg/m2 to 25.19kg/m2 (p 0,0001) and percentage of body fat, from 36.1% to 33.2% (p <0.0001). On the other side, the treatment lead to an increase of fat free mass, from 42.7kg to 43.6kg (p 0.0074), mainly to the group with chronic migraine, which increased from 43.2kg to 44;3kg (p 0.0173). Fat free mass increase for patients with overweight (from 44.8kg to 45.8kg; p 0.0128) and obese patients (from 40.3kg to 44.2kg; p 0.0102), but there were no change on eutrophic patients. Considering age, it was observed that the increase of fat free mass, from 42.9kg to 44,3kg (p 0.0087) occurred on patients with lower age range, between 31 and 45 years old. Conclusion: The study demonstrated that the treatment with topiramate has modified the patient’s body composition by reducing the body mass index and body fat, while increasing fat free mass. The group that benefited the most from this treatment was overweight or obese patients, with chronic migraine and over 31 years old. These results suggest that the improvement of body composition may be a parameter of improvement of chronic migraine, however, further studies are required to evaluate the importance of the body composition in patients under treatment for migraine and chronic migraine.
Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária que atinge 15% da população brasileira. A utilização de medicamentos profiláticos, como o topiramato, pode ser necessária para o controle das crises de dor, no entanto, estes medicamentos podem induzir a perda de peso e a redução do apetite. Adicionalmente, há relação entre migrânea e o índice de massa corporal do indivíduo, sendo que indivíduos obesos estão mais suscetíveis a apresentarem crises mais frequentes e incapacitantes. Com a avaliação antropométrica é possível estudar alguns constituintes corporais, como a porcentagem de gordura e a massa magra, podendo determinar quais desses constituintes são indicativos da condição atual de saúde e, consequentemente, da sua qualidade de vida. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a composição corporal de mulheres com migrânea em uso de topiramato antes e após três meses de tratamento. Métodos: Foram incluídas 50 pacientes, do sexo feminino, entre 18 e 45 anos. Inicialmente, as pacientes foram avaliadas por um neurologista para determinar o diagnóstico de migrânea com ou sem aura e/ou migrânea crônica e início do tratamento profilático: topiramato 50mg/dia, durante 3 meses. No início e no final do estudo as pacientes foram avaliadas por uma nutricionista para definição da composição corporal e suas alterações durante o estudo, através de uma avaliação antropométrica detalhada. Resultados: Foram avaliadas ao final do estudo 37 pacientes, com idade média de 31 anos, índice de massa corpórea inicial média de 25,89kg/m2, gordura corporal inicial média de 36,1% e massa magra inicial média de 42,7kg. Após os 3 meses de tratamento profilático, as pacientes reduziram significativamente a frequência de dias de cefaleia/mês, de 21 dias para 7 dias de cefaleia/mês (p <0.0001). Com relação aos parâmetros antropométricos, houve redução do índice de massa corpórea, de 25,89kg/m2 para 25,19kg/m2 (p 0.0001) e percentual de gordura corporal, de 36,1% para 33,2% (p <0.0001). Por outro lado, o tratamento levou ao aumento da massa magra, de 42,7kg para 43,6kg (p 0.0074), principalmente no grupo com migrânea crônica, com aumento de 43,2kg para 44,3kg (p 0,0173). A massa magra corporal aumentou nas pacientes com sobrepeso (de 44,8kg para 45,8kg; p 0,0128) e obesidade (de 40,3kg para 44,2kg; p 0,0102), mas não houve alterações nas pacientes eutróficas. Considerando a idade, observamos que o aumento da massa magra corporal, de 42.9kg para 44.3kg (p 0,0087) ocorreu nas pacientes com faixa etária maior, entre 31 e 45 anos. Conclusão: O estudo demonstrou que o tratamento com topiramato modificou a composição corpórea das pacientes com redução do índice de massa corpórea, redução da gordura corporal e aumento da massa magra. O grupo que mais se beneficiou desse tratamento, foi o das pacientes em sobrepeso ou obesidade, com migrânea crônica e acima dos 31 anos. Estes resultados sugerem que a melhora da composição corporal pode ser um parâmetro de melhora do quadro crônico de migrânea, no entanto, estudos adicionais são necessários para avaliar a importância da composição corporal em pacientes em tratamento para migrânea e migrânea crônica.
Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária que atinge 15% da população brasileira. A utilização de medicamentos profiláticos, como o topiramato, pode ser necessária para o controle das crises de dor, no entanto, estes medicamentos podem induzir a perda de peso e a redução do apetite. Adicionalmente, há relação entre migrânea e o índice de massa corporal do indivíduo, sendo que indivíduos obesos estão mais suscetíveis a apresentarem crises mais frequentes e incapacitantes. Com a avaliação antropométrica é possível estudar alguns constituintes corporais, como a porcentagem de gordura e a massa magra, podendo determinar quais desses constituintes são indicativos da condição atual de saúde e, consequentemente, da sua qualidade de vida. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a composição corporal de mulheres com migrânea em uso de topiramato antes e após três meses de tratamento. Métodos: Foram incluídas 50 pacientes, do sexo feminino, entre 18 e 45 anos. Inicialmente, as pacientes foram avaliadas por um neurologista para determinar o diagnóstico de migrânea com ou sem aura e/ou migrânea crônica e início do tratamento profilático: topiramato 50mg/dia, durante 3 meses. No início e no final do estudo as pacientes foram avaliadas por uma nutricionista para definição da composição corporal e suas alterações durante o estudo, através de uma avaliação antropométrica detalhada. Resultados: Foram avaliadas ao final do estudo 37 pacientes, com idade média de 31 anos, índice de massa corpórea inicial média de 25,89kg/m2, gordura corporal inicial média de 36,1% e massa magra inicial média de 42,7kg. Após os 3 meses de tratamento profilático, as pacientes reduziram significativamente a frequência de dias de cefaleia/mês, de 21 dias para 7 dias de cefaleia/mês (p <0.0001). Com relação aos parâmetros antropométricos, houve redução do índice de massa corpórea, de 25,89kg/m2 para 25,19kg/m2 (p 0.0001) e percentual de gordura corporal, de 36,1% para 33,2% (p <0.0001). Por outro lado, o tratamento levou ao aumento da massa magra, de 42,7kg para 43,6kg (p 0.0074), principalmente no grupo com migrânea crônica, com aumento de 43,2kg para 44,3kg (p 0,0173). A massa magra corporal aumentou nas pacientes com sobrepeso (de 44,8kg para 45,8kg; p 0,0128) e obesidade (de 40,3kg para 44,2kg; p 0,0102), mas não houve alterações nas pacientes eutróficas. Considerando a idade, observamos que o aumento da massa magra corporal, de 42.9kg para 44.3kg (p 0,0087) ocorreu nas pacientes com faixa etária maior, entre 31 e 45 anos. Conclusão: O estudo demonstrou que o tratamento com topiramato modificou a composição corpórea das pacientes com redução do índice de massa corpórea, redução da gordura corporal e aumento da massa magra. O grupo que mais se beneficiou desse tratamento, foi o das pacientes em sobrepeso ou obesidade, com migrânea crônica e acima dos 31 anos. Estes resultados sugerem que a melhora da composição corporal pode ser um parâmetro de melhora do quadro crônico de migrânea, no entanto, estudos adicionais são necessários para avaliar a importância da composição corporal em pacientes em tratamento para migrânea e migrânea crônica.