Protocolo hospitalar: interpretação das alterações laboratoriais tiroidianas do doente hospitalizado.

Abstract

Thyroid function tests are technically simple, fast, and relatively inexpensive. Nowadays, the requests for these tests are common, increasing, and often performed inappropriately, particularly when individual patient circumstances may interfere with the results of such tests. It is estimated that of all requests that are made to hospital laboratories, approximately 25-40% are unnecessary, and when assessing only biochemical tests, this estimate is even higher at between 26-98%. Requests for thyroid function tests should be discouraged in acutely ill patients, as the results are often discordant, difficult to interpret, and generally not reevaluated by the physicians who requested them. Therefore, in addition to not facilitating patient management, they often do not change the clinical outcome, generate an unnecessary expenses, waste of scarce resources, increase laboratory workload, and have a potential negative impact on patient health by generating more tests and often inappropriate treatments. Thereby, it is not recommended to request tests for thyroid function tests to evaluate acute illness patients at the hospital setting, unless there is a strong suspicion of thyroid disease. The purpose of this research project is to elaborate on a hospital guideline that can be easily used by the physicians, establishing the criteria for requesting thyroid function tests in patients with acute and chronic illness, and guide the interpretation of the results and how to proceed with possible laboratory changes.

Os testes de função tiroidiana são exames tecnicamente simples, rápidos e relativamente baratos. Nos dias atuais, as solicitações destes exames são comuns, crescentes e muitas vezes realizadas de forma inapropriada, particularmente quando circunstâncias individuais do paciente podem interferir com os resultados de tais testes. Estima-se que, de todas as solicitações realizadas em laboratórios hospitalares, aproximadamente 25-40% são desnecessárias, e quando se avalia apenas os testes bioquímicos, esta estimativa é ainda mais elevada, entre 26-98%. As requisições de exames de função tiroidiana devem ser desencorajadas em pacientes agudamente doentes, pois frequentemente os resultados são discordantes, de difícil interpretação e, geralmente, não são reavaliados pelos médicos que os solicitaram. Portanto, além de não facilitarem o manejo dos pacientes, muitas vezes não alteram o desfecho clínico, geram gastos desnecessários com desperdício de recursos muitas vezes já escassos, aumentam a carga de trabalho e apresentam potencial impacto negativo na saúde do paciente ao gerar mais exames e tratamentos muitas vezes inapropriados. Diante disso, desaconselha-se a solicitação de testes de avaliação da função tiroidiana em pacientes agudamente enfermos no cenário hospitalar, a menos que haja forte suspeita de tiroidopatia. Este projeto de pesquisa tem por objetivo elaborar um protocolo hospitalar de fácil compreensão pela equipe médica, com critérios para a solicitação de exames de função tiroidiana em pacientes internados com doenças graves agudas e crônicas, orientar a interpretação dos resultados e as intervenções frente às possíveis alterações laboratoriais.