Fatores de risco para eventos adversos respiratórios em adultos submetidos à cirurgias não cardíacas e não torácicas

Data
2019-04-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Justifications and objects: Adverse respiratory event is the highest class of anesthesia complications associated with high mortality. Therefore, it is important to identify the risk factors associated with these complications. This study was made to establish the principal factors of risk in intraoperative respiratory complications. Method: This retrospective descriptive research was combined with anesthesiology reports performed in the University Hospital complex in the city of São Paulo during a 6-year period. The presence of bronchospasm, apnea, dyspnea, hypoventilation, hypoxia, pneumothorax, re-intubation or accidental extubation were considered as adverse intraoperative respiratory events. Incompleted anesthesia reports with adverse events were excluded. The univariate and multivariate analysis were performed by the logistic regression model considering the stepwise variable selection technique. The significance threshold was set at p<0,05. Results: A total of 43,383 anesthetics for noncardiac and non-thoracic surgeries were performed in patients aged 18 years or older. There was a record of 401 (0.92%) anesthesias in which there was at least one intraoperative respiratory adverse event. The most frequent respiratory events were bronchospasm (n = 157, 39.2%), hypoxia (n = 110, 27.4%) and hypoventilation (n = 81, 20.2%). The following were identified as risk factors for the presence of adverse events (p <0.05): male gender (OR 1.68; IC95% 1,13- 2,51), physical health ASA P3 (OR 1.862; IC95% 1,470-2,360), ASA P4 (OR 3.266; IC95% 2.326-4.585), ASA P5 (OR 5.642; IC 95% 3.201-9.945), head and neck surgery (OR 2.927; IC 95% 2.060-4.157, gastrointestinal surgery (OR 1.591; IC95% 1.237-2.046), otorhinolaryngological surgery (OR 1.821; IC95% 1.295-2.561), general anesthesia (OR 2.934; IC95% 2.30-3.742) and presence of the first year resident of anesthesiology. Conclusions: The incidence of adverse intraoperative respiratory events in adult patients undergoing noncardiac and non-thoracic surgeries is low. It is essential that the risk factors intrinsic to the patients, anesthetic technique and surgical specialty is tracked in the preoperative period in order to plan strategies to reduce such intraoperative events.
Justificativa e objetivos: Evento adverso respiratório é uma das maiores complicações em anestesia, sendo associado à alta mortalidade. Sendo assim, torna-se imperativo a identificação dos fatores de riscos que se associam com essas complicações. Este estudo busca identificar os principais fatores de risco para a ocorrência das complicações respiratórias no intraoperatório. Método: Estudo descritivo retrospectivo com análise dos relatórios de anestesias realizadas em um complexo hospitalar universitário da cidade de São Paulo, no período de seis anos. Foram considerados como eventos adversos respiratórios no intraoperatório a presença de broncoespasmo, apneia, dispneia, hipoventilação, hipóxia, pneumotórax, reintubação ou extubação acidental. Foram excluídas as anestesias cujos relatórios apresentavam preenchimento incompleto dos eventos adversos. Foram realizadas as análises univariadas e multivariadas pelo modelo de regressão logística considerando a técnica stepwise de seleção de variáveis. Foi considerada significância estatística p<0,05. Resultados: Um total de 43.383 anestesias para cirurgias não cardíacas e não torácicas foram realizadas em pacientes com idade maior ou igual a 18 anos. Em 401 (0,92%) anestesias em que ocorreu pelo menos um evento adverso respiratório no intraoperatório. Os eventos respiratórios mais frequentes foram broncoespasmo (n=157; 39,2%), hipóxia (n=110; 27,4%) e hipoventilação (n=81; 20,2%). Foram identificados como fatores de risco para a presença de eventos adversos (p < 0,05): sexo masculino (OR 1,68; IC95% 1,13-2,51), estado físico ASA P3 (OR 1,862; IC95% 1,470-2,360), ASA P4 (OR 3,266; IC95% 2,326- 4,585), ASA P5 (OR 5,642; IC 95% 3,201-9,945), cirurgia de cabeça e pescoço (OR 2,927; IC 95% 2,060-4,157), gastrocirurgia (OR 1,591; IC95% 1,237-2,046), cirurgia otorrinolaringológica (OR 1,821; IC95% 1,295-2,561), anestesia geral (OR 2,934; IC95% 2,30-3,742) e presença do residente do primeiro ano de anestesiologia. Conclusões: A incidência de eventos adversos respiratórios no intraoperatório em pacientes adultos submetidos às cirurgias não cardíacas e não torácicas é baixa. Porém, é fundamental que os fatores de risco intrínsecos aos pacientes, técnica anestésica e especialidade cirúrgica sejam rastreados no pré-operatório com o objetivo de se traçar estratégias de sorte a reduzir tais eventos no intraoperatório.
Descrição
Citação
BADESSA, Marianne Peixoto Sobral Giroldo. Fatores de risco para eventos adversos respiratórios em adultos submetidos à cirurgias não cardíacas e não torácicas. 2019. 34f. Dissertação (Mestrado em Medicina Translacional) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.
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