Receptores serotonérgicos 2A/2C do septo dorso lateral e respostas comportamentais de defesa

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Data
2011-12-06
Autores
Torricelli, Aline Serra [UNIFESP]
Orientadores
Viana, Milena de Barros [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
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Resumo
Nos últimos anos, diversas estruturas do sistema nervoso central (SNC) têm sido relacionadas à modulação da ansiedade. Dentre as mais investigadas, destacam-se o sistema septo-hipocampal (SH), a amígdala (AM), o hipotálamo medial (HM), o núcleo dorsal da rafe (NDR) e a substância cinzenta periaquedutal dorsal (SCPD). O envolvimento de diferentes sistemas neuroquímicos na gênese de respostas comportamentais e fisiológicas a estímulos aversivos também tem sido investigado. Neste sentido, a participação da serotonina (5-HT) tem sido ressaltada pela eficácia de drogas serotonérgicas no tratamento clínico de alguns subtipos de ansiedade, como o transtorno do pânico (TP) e o transtorno da ansiedade generalizada (TAG). Numa tentativa de melhor elucidar o papel desempenhado pela 5-HT sobre a ansiedade, Deakin e Graeff (1991) propuseram que esta monoamina exerceria um papel modulatório oposto sobre respostas comportamentais de defesa inatas ou aprendidas. Para verificar esta hipótese, um modelo animal de ansiedade, o modelo do labirinto em T elevado (LTE), foi desenvolvido (Graeff et al, 1993; Viana et al, 1994) . O modelo gera em um mesmo rato dois tipos de respostas comportamentais de defesa: uma relacionada à inibição comportamental (a esquiva inibitória dos braços abertos do labirinto em T) e uma relacionada à emissão (a fuga), respectivamente associadas, em termos clínicos, ao TAG e ao TP. Até o presente momento, existem poucos estudos direcionados à avaliação da função exercida pela área septal lateral neste modelo. Assim, o objetivo deste trabalho foi dar continuidade à investigação da ação desempenhada pela 5-HT sobre a ansiedade, salientando, entretanto, a mediação realizada pela área septo dorso lateral sobre o comportamento de ratos submetidos ao LTE. Para tanto ratos Wistar machos foram administrados unilateralmente intra-septo dorsolateral com o agonista serotonérgico 2A DOI (8 e 16 nmoles), com o agonista seletivo 2C MK-212 (0,1 e 1 nmoles) e com o antagonista serotonérgico 2A quetanserina (10 e 20 nmoles) e dez minutos depois foram testados no modelo. Todos os animais foram expostos a um campo aberto para avaliação da sua atividade locomotora. Os resultados mostraram que o DOI aumentou a latência de esquiva inibitória, um efeito ansiogênico. O MK e a quetanserina foram desprovidos de efeito, embora a quetanserina tenha antagonizado os efeitos ansiogênicos observados com o DOI. Além disso, nenhuma das drogas administradas apresentou alteração da resposta de fuga dos braços abertos do LTE. Esses resultados sugerem que os receptores serotonérgicos 2A do septo dorso lateral estão envolvidos na modulação de uma resposta comportamental de defesa, a esquiva inibitória, e que alterações neste mecanismo neurobiológico podem ser importantes para a fisiopatologia do TAG.
Descrição
Citação
TORRICELLI, Aline Serra. Receptores serotonérgicos 2A/2C do septo dorso lateral e respostas comportamentais de defesa. 2011. 54 f. Trabalho de conclusão de curso de graduação (Psicologia) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2011.
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