Uso da vitamina D e infecção em pacientes com doença renal crônica

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2018-06-28
Autores
Silva, Emanuela Cardoso da [UNIFESP]
Orientadores
Barbosa, Dulce Aparecida [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Vitamin D deficiency / insufficiency associated with chronic kidney disease is a common finding. Several studies have pointed out that vitamin D supplementation in this part of the population directly affects the reduction of morbidity and mortality associated mainly with cardiovascular diseases, bone diseases, hyperparathyroidism, neoplasias and infections. There is no consensus as to whether vitamin D supplementation is a protective factor for infections. Objective: to evaluate the effectiveness of vitamin D supplementation in patients with CKD in conservative treatment as a protection factor against infections. Method: Retrospective cohort study performed at the Conservative Treatment Outpatient Clinic of the Rim Hospital and Hypertension, Federal University of São Paulo. This outpatient clinic is a national and international reference in teaching, care and research. It has around 6,000 patients registered and in followup. Serves on average 300 patients / month. The records of patients' records that met the inclusion criteria, attended at the outpatient clinic between 2013 and 2016, were analyzed. Population: it is a convenience sample, where chronic renal patients were included in conservative treatment, in which they fulfilled the following criteria: medical records with complete data, age above 18 years, both sexes, who had or did not have episodes of infection during the followup period, whether or not they used vitamin D supplementation for at least 6 months. Protocol of the study: sociodemographic data, comorbidity and episodes of patient infection and vitamin D use were collected. The primary outcomes considered in the two groups were: presence or absence of infection at any site: urinary, respiratory, bloodstream and site surgical. It was considered as infection: cases of infections with positive cultures, recording in the medical records of the evaluation and clinical diagnosis of the physician. Analysis of results and statistics: a descriptive analysis of the quantitative and categorical variables was performed, which were presented in absolute and relative frequencies. In the bivariate analysis (table 2x2), the association between the infection (outcome variable) and the other variables (exposure variables) was tested in an exploratory way, using Vitamin D as the main variable, considering a significant result of p <0 , 05 in the chisquare test. In the bivariate analysis, the association measure was Odds Ratio (OR), with an indication of its 95% confidence interval. Results: A total of 263 patients who met the inclusion criteria were included. Patients receiving vitamin D were 59% less likely to develop infection (OR = 0.41, 95% CI 0.150.99) when compared to those who did not receive vitamin D. Conclusion: In this study it was possible to demonstrate that vitamin D supplementation in patients with CKD in conservative treatment was a protective factor against infections of all causes. Among the cases of infection that occurred, most were from the urinary tract and the most isolated microorganism was E. coli. We point out the need for clinical trials to better establish this evidence for this population studied.
Introdução: A deficiência/insuficiência de vitamina D associada a doença renal crônica é um achado comum. Diversos estudos têm apontado que a suplementação de vitamina D nessa parcela da população incide diretamente na diminuição da morbimortalidade associada principalmente às doenças cardiovasculares, ósseas, hiperparatireoidismo, neoplasias e infecções. Ainda não existe consenso se a suplementação de vitamina D se constitui em fator de proteção para infecções. Objetivo: avaliar a efetividade da suplementação de vitamina D em pacientes com DRC em tratamento conservador como fator de proteção contra infecções. Método: Estudo do tipo Coorte retrospectiva realizado no Ambulatório de Tratamento Conservador do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo. Este ambulatório é referência nacional e internacional em ensino, assistência e pesquisa. Possui em torno de 6.000 mil pacientes cadastrados e em acompanhamento. Atende em média 300 pacientes/ mês. Foram analisados os registros dos prontuários dos pacientes que atenderam os critérios de inclusão, atendidos no ambulatório entre 2013 e 2016. População: tratase de uma amostra de conveniência, onde foram incluídos pacientes renais crônicos em tratamento conservador, em que preencheram os critérios: prontuário com dados completos, idade acima de 18 anos, ambos os sexos, que apresentaram ou não episódio de infecção durante o período de acompanhamento, em uso ou não de suplementação de vitamina D por no mínimo 6 meses. Protocolo do estudo: foram coletados dados sociodemográficos, de comorbidade e episódios de infecção dos pacientes e uso da vitamina D. Os desfechos primários considerados nos dois grupos foram: a presença ou não de infecção em qualquer sítio: urinário, respiratório, corrente sanguínea e sítio cirúrgico. Foi considerado como infecção: casos de infecções com culturas positivas, o registro no prontuário da avaliação e diagnóstico clínico do médico. Análise dos resultados e estatística: foi realizada a análise descritiva das variáveis quantitativas e categóricas, que foram apresentadas em frequências absolutas e relativas. Na análise bivariada (tabela 2x2), de forma exploratória foi testada a associação entre a infecção (variável desfecho) e as demais variáveis (variáveis de exposição), sendo o uso de Vitamina D a variável principal, considerando significativo o resultado de p<0,05 no teste quiquadrado. Na análise bivariada medida de associação apresentada foi a Odds Ratio (OR), com indicação de seu intervalo de confiança de 95%. Resultados: Foram incluídos 263 pacientes que preencheram os critérios de inclusão. Os pacientes que receberam vitamina D tiveram 59% menos chance de desenvolver infecção (OR=0,41; IC95% 0,150,99), quando comparados aos que não receberam vitamina D. Conclusão: Neste estudo foi possível demonstrar que a suplementação de vitamina D em pacientes com DRC em tratamento conservador foi fator de proteção contra infecções de todas as causas. Entre os casos de infecção que ocorreram, a maioria foi do trato urinário e microorganismo mais isolado foi a E. coli. Apontamos a necessidade de ensaios clínicos para melhor estabelecimento desta evidência para esta população estudada.
Descrição
Citação
SILVA, Emanuela Cardoso da. Uso da vitamina d e infecção em pacientes com doença renal crônica. 2018. 46 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2018.