A pessoa com deficiência física adquirida: participação social intermediada pela tecnologia assistiva

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Data
2019-11-18
Autores
Neves, Bruna Machado [UNIFESP]
Orientadores
Santos, Maria da Conceição dos [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
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Resumo
Tecnologia assistiva é comumente citada na literatura especializada como equipamentos, dispositivos e ou recursos, fundamentais para a promoção da funcionalidade humana, da participação social e da qualidade de vida de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Participação é um construto relativamente recente e muito valorado na atualidade, desde que a Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade e Saúde mudou o conceito de desvantagem para o de participação social mediado pelos facilitadores e ou barreiras presentes nos fatores ambientais. Dessa perspectiva, participação trata-se do envolvimento em situações da vida privada e ou em comunidade, de maneira satisfatória e significativa considerando-se a subjetividade e o contexto sociocultural do sujeito, e em respeito aos direitos humanos. Para a Terapia Ocupacional, os recursos de tecnologia assistiva, as ocupações e a participação social são temas centrais e conceitos teóricos e filosóficos que merecem a devida atenção dos profissionais, sob a ótica das boas práticas em defesa dos direitos dessa população. Isto posto, o presente estudo objetivou compreender, a partir da ótica de pessoas adultas com deficiência física adquirida, acerca de suas experiências de participação social intermediadas pelo uso de recursos de tecnologia assistiva de locomoção. Optou-se pela metodologia de pesquisa qualitativa, compondo-se uma amostra de conveniência, totalizando cinco participantes - pessoas adultas com deficiência física adquirida, de ambos os sexos. Para o trabalho de campo empregou-se a aplicação de entrevistas abertas, guiadas por roteiro, gravadas e transcritas verbatim, que foram analisadas a partir de categorias adotadas a priori: cotidiano, ocupações e participação social. O resultado da análise temática das entrevistas revelou que a presença do recurso de TA per si não favorecia, plenamente, a qualidade da participação social dos participantes. As ocupações cotidianas relatadas foram variadas, complexas e contexto dependente – trabalhar, passear, ir ao médico, cuidar de si mesmo dentro de casa. Com base nos resultados, ficou demonstrado que um mesmo recurso de tecnologia ora atuou como um facilitador pleno para a qualidade da participação e ora parcial, quando o fator ambiental (físico e ou atitudinal) fragilizava a finalidade e ou utilidade dele, que no caso da maioria dos participantes – a locomoção. Conclui-se que, para a promoção da participação social qualitativamente intermediada por recurso de tecnologia assistiva, é necessário que o terapeuta ocupacional analise criticamente a potência e os limites de um dado recurso no contexto de vida da pessoa. É imprescindível compreender a complexidade da interação dinâmica entre uma pessoa com deficiência e a variabilidade de contextos onde se desenrolam suas diversas ocupações, na vida privada e na vida comunitária, e que a qualidade da participação social será sempre mediada pelos fatores ambientais (físicos e atitudinais). Portanto para planejar uma solução assistiva e prescrever recursos de tecnologia assistiva deve-se tomar o contexto micro, meso e macrossocial, bem como as singularidades de biografias do sujeito alvo da Terapia Ocupacional.
Descrição
Citação
NEVES, Bruna Machado. A pessoa com deficiência física adquirida: participação social intermediada pela tecnologia assistiva. 2019. 34 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Terapia Ocupacional) - Instituto de Saúde e Sociedade (ISS), Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2019.