Detecção De Varizes Gástricas E De Trombose De Veia Porta Em Doentes Portadores De Esquistossomose Hepatoesplênica Após Tratamento Endoscópico Com Erradicação De Varizes Esofágicas
Data
2017-05-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
an expressive problem of public health. The main impact of this disease on health occurs in patients with hepatosplenic form, high morbidity and mortality. Currently in the literature, there is a lack of data on long-term follow-up of these patients, especially those submitted to exclusive endoscopic treatment with eradication of esophageal varices. Objective: To evaluate the incidence of variceal vein thrombosis and gastric varices as well as the association between these events. Methods: We evaluated 50 patients diagnosed with schistosomiasis in the hepatosplenic form who underwent to endoscopic treatment with eradication of esophageal varices. Patients followed in our clinic from April 1, 1983 to December 31, 2016. Inclusion criterion was a minimum follow-up period of 24 months after eradication of esophageal varices, endoscopic and ultrasonographic abdominal Doppler examinations; Patients with liver disease and/or cirrhosis of another etiology were excluded. Results: We identified gender equality with mean age of 52 years and outpatient follow-up averaged 181 months. Regarding gastric varices, eight patients had primary gastric varices and 18 developed secondary ones after the eradication. The mean time of onset of gastric varices after eradication was 103 months. When analyzing ultrasonography, we observed that three patients had portal vein thrombosis and during follow-up was detected in 23 patients, the mean time of thrombus onset after esophageal variceal eradication was 69 months. We observed that portal vein thrombosis generated was 5.25 times more likely to present gastric varices compared to those without thrombosis (CI [1.4, 21.9], Fisher's Exact Test = 0.01). The mortality rate was 10%, with three deaths due to to high varicose digestive hemorrhage. Conclusion: We consider that the follow-up of the patients should be long-lasting, since the formation of portal vein thrombosis was approximately five years on average, and the average onset of gastric variceswas eight years; In addition, we conclude that the appearance of gastric varices is intimately related to portal thrombosis, and these events should be evaluated in the follow-up and treatment of the disease, given its high frequencies and may be associated with morbidity an mortality.
Introdução: A esquistossomose ainda é uma doença endêmica nacional, considerada como um problema expressivo de saúde pública. O principal impacto desta doença na saúde ocorre nos portadores da forma hepatoesplênica, com altos índices de morbimortalidade. Atualmente em literatura, faltam dados do seguimento a longo prazo destes pacientes, em especial aos submetidos ao tratamento endoscópico exclusivo com erradicação das varizes esofágicas. Objetivo: Avaliar as ocorrência de trombose de veia porta e de varizes gástricas, bem como a associação entre estes eventos, nos pacientes submetidos a tratamento endoscópico. Métodos: Avaliamos 50 pacientes com diagnóstico de esquistossomose da forma hepatoesplênica e que foram submetidos a tratamento endoscópico com erradicação das varizes esofágicas, acompanhados em nosso ambulatório de 01 de abril de 1983 a 31 de dezembro de 2016. Os critérios de inclusão foram um período mínimo de acompanhamento de 24 meses após a erradicação das varizes esofágicas, exames endoscópico e ultrassonográfico doppler abdominal seriados; foram excluídos pacientes com hepatopatia e/ou cirrose de outra etiologia. Resultados: Identificamos igualdade entre os gêneros, com média etária de 52 anos e o acompanhamento ambulatorial apresentou uma média de 181 meses. Em relação às varizes gástricas, 8 pacientes apresentavam varizes gástricas primárias e 18 desenvolveram secundárias após a erradicação. O tempo médio do surgimento das varizes gástricas, após a erradicação, foi de 103 meses. Ao analisar as ultrassonografias, observamos que três pacientes apresentavam trombose de veia porta, e durante o acompanhamento foi detectado em 23 pacientes, o tempo médio da detecção do trombo após a erradicação das varizes esofágicas foi de 69 meses. Observamos que o doente que desenvolveu trombose de veia porta apresentou 5,25 mais chances de apresentar varizes gástricas em comparação com aqueles que não tiveram trombose (IC 1,4 a 21,9, Teste Exato de Fisher = 0,01). A taxa de mortalidade em nosso seguimento foi de 10%, sendo três óbitos secundários a hemorragia digestiva alta varicosa. Conclusão: Consideramos que o seguimento dos pacientes deve ser duradouro, visto que a formação da trombose de veia porta foi de aproximadamente 5 anos e o surgimento das varizes gástricas de 8 anos; e concluímos que as varizes gástricas tem intima relação com a trombose portal, devendo estes eventos serem avaliados no seguimento e tratamento da doença, visto suas altas frequências e podendo estar associados a alta morbimortalidade.
Introdução: A esquistossomose ainda é uma doença endêmica nacional, considerada como um problema expressivo de saúde pública. O principal impacto desta doença na saúde ocorre nos portadores da forma hepatoesplênica, com altos índices de morbimortalidade. Atualmente em literatura, faltam dados do seguimento a longo prazo destes pacientes, em especial aos submetidos ao tratamento endoscópico exclusivo com erradicação das varizes esofágicas. Objetivo: Avaliar as ocorrência de trombose de veia porta e de varizes gástricas, bem como a associação entre estes eventos, nos pacientes submetidos a tratamento endoscópico. Métodos: Avaliamos 50 pacientes com diagnóstico de esquistossomose da forma hepatoesplênica e que foram submetidos a tratamento endoscópico com erradicação das varizes esofágicas, acompanhados em nosso ambulatório de 01 de abril de 1983 a 31 de dezembro de 2016. Os critérios de inclusão foram um período mínimo de acompanhamento de 24 meses após a erradicação das varizes esofágicas, exames endoscópico e ultrassonográfico doppler abdominal seriados; foram excluídos pacientes com hepatopatia e/ou cirrose de outra etiologia. Resultados: Identificamos igualdade entre os gêneros, com média etária de 52 anos e o acompanhamento ambulatorial apresentou uma média de 181 meses. Em relação às varizes gástricas, 8 pacientes apresentavam varizes gástricas primárias e 18 desenvolveram secundárias após a erradicação. O tempo médio do surgimento das varizes gástricas, após a erradicação, foi de 103 meses. Ao analisar as ultrassonografias, observamos que três pacientes apresentavam trombose de veia porta, e durante o acompanhamento foi detectado em 23 pacientes, o tempo médio da detecção do trombo após a erradicação das varizes esofágicas foi de 69 meses. Observamos que o doente que desenvolveu trombose de veia porta apresentou 5,25 mais chances de apresentar varizes gástricas em comparação com aqueles que não tiveram trombose (IC 1,4 a 21,9, Teste Exato de Fisher = 0,01). A taxa de mortalidade em nosso seguimento foi de 10%, sendo três óbitos secundários a hemorragia digestiva alta varicosa. Conclusão: Consideramos que o seguimento dos pacientes deve ser duradouro, visto que a formação da trombose de veia porta foi de aproximadamente 5 anos e o surgimento das varizes gástricas de 8 anos; e concluímos que as varizes gástricas tem intima relação com a trombose portal, devendo estes eventos serem avaliados no seguimento e tratamento da doença, visto suas altas frequências e podendo estar associados a alta morbimortalidade.