Avaliação Do Comportamento Social, Do Tipo-Ansioso E Da Resposta De Corticosterona Em Ratos Machos E Fêmeas Adolescentes Submetidos À Privação Materna No Período Neonatal
Data
2017-03-31
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Early life adversity represents major risk factors for stress-related psychiatric disorders, such as anxiety and depression. These pathological conditions are characterized by impairment of social behavior, reflected by avoidance of social interaction. Among the numerous models of childhood adversity, 24 h of maternal deprivation can be considered a transient loss of maternal care, displaying the advantage of pointing out to the importance of age and, consequently, of the ontogenesis, for the outcomes of this manipulation on the brain and behavior developmental trajectory. Objectives: In the present study, anxiety-like behavior was evaluated in the open field, social interest and corticosterone response to the social investigation test, in male and female adolescent rats that were either non-manipulated – control (CTL), maternally-deprived on postnatal day (PND) 3 (DEP3) or on PND 11 (DEP11), tested between PNDs 40 and 45. Methods: Twenty four litters were distributed throughout the three groups, CTL, DEP3 and DEP11. Each litter was standardized to contain four males and four females on PND 1. On the day of maternal deprivation (PND 3 or PND 11), whole litters were removed from the maternity-cage and placed in another cage containing clean sawdust, mixed with nest material. This cage was placed on a heating pad adjusted to 30 to 33oC, in order to mimic the nest temperature, for 24 h. At the end of the deprivation period, the litters were reunited with their dams and remained together, without any disruption, except from routine cage cleaning, until weaning on PND 21. Between PNDs 40 and 45, two males and two females from each litter were assigned to non-tested animals, in order to provide for basal corticosterone plasma levels, whereas the remainder were exposed to the open field, for 10 min, for habituation to and assessment of anxiety-like behavior and during the session locomotion in the central and peripheral segments was counted. On the next day, 24 h after the anxiety-like behavior assessment, the same animals were exposed to the social investigation test, which consisted of placing them, individually, in the center of the open field, containing two metal baskets: one was empty and the other enclosed a target rat, of the same sex and age as the experimental animal. During the 10 min session, the experimental animal could explore the baskets and the environment and the ratio of empty:target baskets exploration was calculated. All session were videorecorded and analyzed offline. Thirty min after the social investigation test, or at the corresponding moment for non-tested rats, animals were blood sampled by decapitation, in order to provide basal and post-test corticosterone plasma levels. After the blood sampling, the phase of the estrous cycle was checked. Results: DEP3 females in proestrous ambulated less in the center of the open field than CTL and DEP11 females in the same estrous phase. Males, on the other hand, displayed reduced social investigation ratio, when compared with CTL and DEP11 counterparts. The social test elicited a hormonal response that was similar for all groups and sexes, e.g., regardless of the group and sex, post-test corticosterone plasma levels were higher than basal. Conclusion: These results suggest that maternal deprivation had a higher impact on anxiety-like behavior when it happened earlier than later in development, with an evident sexual dimorphism.
Introdução: Adversidades no início da vida representam fatores de risco para transtornos psiquiátricos relacionados ao estresse, como ansiedade e depressão. Estas condições patológicas caracterizam-se por prejuízo no comportamento social, refletido por evitação e evasão do convívio social. Entre os diversos modelos de adversidade na infância, a privação materna por 24 h representa a perda temporária e pontual dos cuidados maternos, apresentando, assim, a vantagem de indicar a importância da idade e, consequentemente, da ontogênese, em que este tipo de adversidade pode alterar a trajetória do desenvolvimento do sistema nervoso central e do comportamento. Objetivos: Neste estudo, foram avaliados o comportamento do tipo ansioso no campo aberto, o interesse social e as concentrações de corticosterona de animais adolescentes, de ambos os sexos, controle não-manipulados (CTL), privados da mãe por 24 h aos 3 (PM3) ou aos 11 dias de vida (PM11) e testados entre os dias pós-natais (DPNs) 40 e 45. Metodologia: Foram utilizadas 24 ninhadas, distribuídas nos três grupos, CTL, PM3 e PM11. Cada ninhada foi padronizada para quatro machos e quatro fêmeas no DPN 1. No dia designado para a privação materna, as ninhadas inteiras foram retiradas da gaiolamoradia e transferidas para uma gaiola contendo maravalha limpa, misturada com material do ninho. As gaiolas foram colocadas sobre mantas térmicas ajustadas para 30 a 33oC, a fim de mimetizar a temperatura do ninho, por 24 h. Ao final da privação, as ninhadas foram reunidas com suas mães e permaneceram juntas, sem qualquer outro distúrbio, além da limpeza das gaiolas, até o desmame, no DPN 21. Entre os DPNs 40 e 45, dois machos e duas fêmeas de cada ninhada foram designados como não-testados, para fornecer os parâmetros biológicos basais, enquanto que os animais restantes foram expostos ao campo aberto, por 10 min, para habituação e avaliação do comportamento do tipo ansioso e durante a sessão foi contabilizada a locomoção nos segmentos centrais e periféricos do aparato. No dia seguinte, após 24 h, os mesmos animais foram expostos ao teste de investigação social, que consistiu em colocar o animal experimental no centro do campo aberto, contendo duas cestas de metal: uma delas estava vazia e outro continha um animal de mesmo sexo, idade, mas desconhecido (animal-alvo). Durante a sessão de 10 min o animal experimental pode explorar ambas as cestas e foram contabilizados os comportamentos de exploração em cada uma das cestas. Machos e fêmeas foram testados em dias diferentes e as sessões foram gravadas e analisadas offline. Trinta minutos após o teste de investigação social, ou no momento correspondente para os animais não-testados, os animais foram decapitados para obtenção de plasma, a fim de determinar as concentrações basais e pós-teste de corticosterona. Após a coleta de sangue o ciclo estral foi averiguado. Resultados: Fêmeas PM3 em proestro ambularam menos no centro do campo-aberto do que as fêmeas CTL e PM11 na mesma fase, indicando perfil mais ansioso. Machos PM3, por sua vez, apresentaram menor taxa de investigação social quando comparados aos grupos CTL e PM11. O teste social eliciou resposta hormonal semelhante em todos os grupos, ou seja, independente do sexo e do grupo, as concentrações pós-teste de corticosterona foram maiores do que as basais. Conclusão: Estes resultados sugerem que a privação materna tem maior impacto sobre o comportamento ansioso quando imposta em idade mais precoce, do que em idade mais avançada, com evidente dimorfismo sexual para esses efeitos.
Introdução: Adversidades no início da vida representam fatores de risco para transtornos psiquiátricos relacionados ao estresse, como ansiedade e depressão. Estas condições patológicas caracterizam-se por prejuízo no comportamento social, refletido por evitação e evasão do convívio social. Entre os diversos modelos de adversidade na infância, a privação materna por 24 h representa a perda temporária e pontual dos cuidados maternos, apresentando, assim, a vantagem de indicar a importância da idade e, consequentemente, da ontogênese, em que este tipo de adversidade pode alterar a trajetória do desenvolvimento do sistema nervoso central e do comportamento. Objetivos: Neste estudo, foram avaliados o comportamento do tipo ansioso no campo aberto, o interesse social e as concentrações de corticosterona de animais adolescentes, de ambos os sexos, controle não-manipulados (CTL), privados da mãe por 24 h aos 3 (PM3) ou aos 11 dias de vida (PM11) e testados entre os dias pós-natais (DPNs) 40 e 45. Metodologia: Foram utilizadas 24 ninhadas, distribuídas nos três grupos, CTL, PM3 e PM11. Cada ninhada foi padronizada para quatro machos e quatro fêmeas no DPN 1. No dia designado para a privação materna, as ninhadas inteiras foram retiradas da gaiolamoradia e transferidas para uma gaiola contendo maravalha limpa, misturada com material do ninho. As gaiolas foram colocadas sobre mantas térmicas ajustadas para 30 a 33oC, a fim de mimetizar a temperatura do ninho, por 24 h. Ao final da privação, as ninhadas foram reunidas com suas mães e permaneceram juntas, sem qualquer outro distúrbio, além da limpeza das gaiolas, até o desmame, no DPN 21. Entre os DPNs 40 e 45, dois machos e duas fêmeas de cada ninhada foram designados como não-testados, para fornecer os parâmetros biológicos basais, enquanto que os animais restantes foram expostos ao campo aberto, por 10 min, para habituação e avaliação do comportamento do tipo ansioso e durante a sessão foi contabilizada a locomoção nos segmentos centrais e periféricos do aparato. No dia seguinte, após 24 h, os mesmos animais foram expostos ao teste de investigação social, que consistiu em colocar o animal experimental no centro do campo aberto, contendo duas cestas de metal: uma delas estava vazia e outro continha um animal de mesmo sexo, idade, mas desconhecido (animal-alvo). Durante a sessão de 10 min o animal experimental pode explorar ambas as cestas e foram contabilizados os comportamentos de exploração em cada uma das cestas. Machos e fêmeas foram testados em dias diferentes e as sessões foram gravadas e analisadas offline. Trinta minutos após o teste de investigação social, ou no momento correspondente para os animais não-testados, os animais foram decapitados para obtenção de plasma, a fim de determinar as concentrações basais e pós-teste de corticosterona. Após a coleta de sangue o ciclo estral foi averiguado. Resultados: Fêmeas PM3 em proestro ambularam menos no centro do campo-aberto do que as fêmeas CTL e PM11 na mesma fase, indicando perfil mais ansioso. Machos PM3, por sua vez, apresentaram menor taxa de investigação social quando comparados aos grupos CTL e PM11. O teste social eliciou resposta hormonal semelhante em todos os grupos, ou seja, independente do sexo e do grupo, as concentrações pós-teste de corticosterona foram maiores do que as basais. Conclusão: Estes resultados sugerem que a privação materna tem maior impacto sobre o comportamento ansioso quando imposta em idade mais precoce, do que em idade mais avançada, com evidente dimorfismo sexual para esses efeitos.
Descrição
Citação
CESCHIM, Viviane Cortes. Avaliação Do Comportamento Social, Do Tipo-Ansioso E Da Resposta De Corticosterona Em Ratos Machos E Fêmeas Adolescentes Submetidos À Privação Materna No Período Neonatal. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2017.