Características dismórficas e desenvolvimento neurocomportamental de filhos de mães com epilepsia generalizada genética após a exposição intraútero aos fármacos antiepilépticos : um estudo observacional

View/ Open
Date
2017-07-31Author
Zetehaku, Ana Carolina [UNIFESP]
Advisor
Yacubian, Elza Marcia Targas [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
Show full item recordAlternative Title
Dysmorphic features and neurobehaviour development of children of mothers with genetic generalized epilepsy after in utero exposition to antiepileptic medications an observational studyAbstract
Objective: To analyze pregnancies of mothers with genetic generalized epilepsy (M-GGE) regarding seizure control, treatment, and outcome; cognitive impairment, dysmorphic features (DF), and major congenital malformations (MCMs) in offspring, concerning prenatal exposure to antiepileptic drugs (AEDs), especially valproate (VPA). Methods. Data of 65 pregnancies of 41 M-GGE from a tertiary Brazilian epilepsy outpatient clinic. Groups: (1) pregnancies under VPA monotherapy; (2) polytherapy including VPA; (3) mono/polytherapy without VPA; and (4) without AED. Fifty-three living births were examined for DF/MCMs. Standard photographs from 49 children were analyzed by geneticists to identify DF according to gestalt, determining the presence of fetal valproate syndrome (FVS).Thirty-four children were evaluated with neurodevelopmental tests, 37 with behavioral tests, and 36 using autistic traits screening (AST) tests; 38 M-GGE were submitted to WAIS-R. Results. Group (1) had 19 pregnancies; (2), 16; (3), 15; and (4), 3. During pregnancy, more M-GGE were free from generalized tonic-clonic seizures than previously, especially in the first trimester (p = 0.023). Eleven (22.4%) children fulfilled the criteria for FVS (9 exposed to VPA). MCMs occurred in 17.1% of fetuses exposed to VPA (at least 6 DFs each, minimum dose of 750 mg/day, 4 in polytherapy). Children with FVS had more MCMs (p=0.019). Vineland score was normal in no-FVS children (p=0.033). Two children (18.2%) with FVS showed AST. Neurodevelopmental and behavior tests were not influenced by folic acid supplementation (IQ/mental maturity: p=1.000; CARS: p=0.293; Vineland: p=0.631). Higher maternal IQ (p<0.001) and PHT dose (p=0.006) were associated with AST. Conclusions: FVS prevalence was 11 times that of DF (2%) in Brazilian general population and MCMs 7 times (2-3%). AST was 30 times more frequent than the rate of WHO (0.6%). FVS, MCMs, and AST may not depend on VPA dose. Objetivo. Analisar as gestações de mães com epilepsias generalizadas genéticas (M EGGs) em relação ao controle de crises tônico-clônicas generalizadas (TCGs), tratamento e desfecho, bem como alterações cognitivas, características dismórficas (CDs) e malformações congênitas maiores (MCMs) em seus filhos, tendo em vista a exposição prenatal aos fármacos antiepilépticos (FAEs), especialmente ao valproato (VPA). Métodos. Foram coletados dados de 65 gestações de 41 M-EGGs do Ambulatório de Epilepsia da UNIFESP. Grupos: (1) gestações expostas ao VPA em monoterapia; (2) politerapia incluindo VPA, (3) mono/politerapia sem VPA e, (4) sem FAEs. Cinquenta e três nascidos vivos foram examinados para possivelmente registrar CDs/MCMs. Fotografias padronizadas de 49 crianças foram avaliadas por geneticistas para identificar CDs de acordo com sua gestalt, determinando a presença de síndrome do valproato fetal (SVF). Trinta e quatro crianças foram avaliadas com testes neuropsicológicos, 37 por testes de comportamento, e 36 foram submetidas a triagem de transtornos do espectro autista (TEAs); 38 M-EGGs foram submetidas ao WAIS-R. Resultados. Grupo (1) foi composto por 19 gestações; (2), 16; (3), 15; e (4), 3. Durante as gestações, mais M- EGGs ficaram livres de crises TCGs do que antes da gravidez, especialmente no primeiro trimestre (p=0,023). Onze (22,4%) das crianças preencheram os critérios de SVF (9 expostas ao VPA). MCMs ocorreram em 17,1% das crianças expostas ao VPA (pelo menos 6 CDs cada, com dose mínima de 750 mg/dia, 4 em politerapia). Crianças com SVF tiveram mais MCMs (p=0,019). A pontuação da escala de Vineland foi normal em crianças sem SVF (p=0,033). Duas crianças (18,2%) com SVF evidenciaram TEAs. Os testes de neurodesenvolvimento e comportamentais não foram influenciados pela suplementação do ácido fólico (QI/maturidade mental: p=1,000; CARS: p=0,293; Vineland: p=0,631). Maior QI materno (p<0,001) e a dose de fenitoína (p=0,006) foram associados aos TEAs. Conclusões. A prevalência de SVF foi 11 vezes maior do que as CDs (2%) na população geral brasileira, enquanto as MCMs foram 7 vezes maior (2-3%). TEAs foram 30 vezes mais frequentes do que a prevalência da Organização Mundial de Saúde (0,6%). SVF, MCMs, e TEAs podem não depender da dose do VPA.
Keywords
EpilepsyAutism
Congenital malformation
Fetal valproate syndrome
Fetal anticonvulsant syndrome
Epilepsia
Malformação congênita
Síndrome do valproato fetal
Síndrome dos anticonvulsivantes fetais
Traço de espectro autista
Sponsorship
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)