O que vêm da terra não faz mal: relatos de problemas relacionados ao uso de plantas medicinais por raizeiros de Diadema/SP

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Date
2009-03-01Author
Lanini, Juliana [UNIFESP]
Duarte-Almeida, Joaquim Mauricio [UNIFESP]
Nappo, Solange Aparecida [UNIFESP]
Carlini, Elisaldo Araujo [UNIFESP]
Type
ArtigoISSN
0102-695XIs part of
Revista Brasileira de FarmacognosiaDOI
10.1590/S0102-695X2009000100022Metadata
Show full item recordAlternative Title
Natural and therefore free of risks: adverse effects, poisonings and other problems related to medicinal herbs by raizeiros in Diadema/SPAbstract
Traditionally, medicinal herbs have been considered gentle and harmless because of their natural origin: natural and therefore free of risks. However, toxic potential, various consumer-related factors (such as age, disease factors, pregnancy, etc), contamination, and lack of regulation concerning quality control are some of the risk factors deemed to be associated with herbal adverse reactions, poisonings and other complications. Over a 7-month period, semi-structured interviews were carried out with 20 raizeiros (traditional healers) in Diadema/SP. We found 40 unexpected events related to 22 species of medicinal herbs. The most frequent species reported were Luffa operculata - buchinha (7 reports), Senna alexandrina - sene (4 reports) and Paullinia cupana - guaraná (3 reports). Among the adverse events, the most frequent signs and symptoms reported involved the central nervous, gastrointestinal and cardiovascular systems. They also reported one case of abortion (related with S. alexandrina) and three deaths related with L. operculata. Adverse events that result from natural medicines are relatively uncommon, but they certainly occur more often than acknowledged. Medicinal plants are traditionally considered as innocuous, but as commercially available medicinal products they require sanitary surveillance in order to identify their risks, to give them a legal status, to evaluate their efficacy and to ascertain their safety. A crença de que medicamentos à base de plantas são isentos de riscos à saúde faz parte da bagagem cultural da população afeita ao seu uso: o que vêm da terra não faz mal. No entanto, o potencial tóxico, as características específicas do usuário, a possibilidade de contaminação e a falta de regulamentação constituem fatores de risco para a ocorrência de reações adversas, intoxicações e outras complicações decorrentes de seu uso. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas junto a 20 raizeiros (vendedores de ervas in natura) na cidade de Diadema/SP. Foram relatados 40 casos de problemas relacionados ao uso de 22 espécies de plantas medicinais. As espécies mais citadas foram Luffa operculata - buchinha (7 casos), Senna alexandrina - sene (4 casos) e Paullinia cupana - guaraná (3 casos). Dentre os sinais e sintomas relatados, os mais freqüentes foram relacionados ao sistema nervoso central, problemas gastrointestinais e cardiovasculares. Os entrevistados também relataram um caso de aborto relacionado ao uso de S. alexandrina e três casos de óbito após a ingestão do chá do fruto de L. operculata. O caráter natural das plantas medicinais não é sinônimo de ausência de riscos para a população usuária. É necessária a implantação de políticas de fitofarmacovigilância eficientes, a fim de tornar o consumo mais racional e, deste modo, minimizar os riscos à população usuária.
Citation
LANINI, Juliana et al . "O que vêm da terra não faz mal": relatos de problemas relacionados ao uso de plantas medicinais por raizeiros de Diadema/SP. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa , v. 19, n. 1a, p. 121-129, mar. 2009Keywords
Adverse reactionspoisonings
medicinal herbs
phytopharmacovigilance
semi-structured interviews
Reações adversas
intoxicações
plantas medicinais
fitofarmacovigilância
entrevistas semi-estruturadas
Sponsorship
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