Ultrassom de ênteses em pacientes com espondilite anquilosante: um estudo comparativo com indivíduos saudáveis

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Data
2014-05-22
Autores
Narimatsu, Suellen [UNIFESP]
Orientadores
Natour, Jamil Natour [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Objetivos: Comparar os achados de ultrassom (US) de ênteses entre indivíduos saudáveis e pacientes com espondilite anquilosante (EA), e avaliar a associação e correlação dos achados do US das ênteses com variáveis clínicas, funcionais e laboratoriais nos pacientes com EA. Material e método: Foram avaliados em um corte transversal 50 pacientes com EA e 30 indivíduos saudáveis. Foram avaliadas as seguintes ênteses: tríceps braquial, quadríceps femoral, tendão patelar proximal, tendão patelar distal, tendão calcâneo e fáscia plantar. A avaliação clínica dos pacientes incluiu escala visual analógica (EVA) para dor, edema da êntese e avaliação global (do paciente e do médico), cálculos BASDAI, BASFI, BASMI, HAQ-S, ASDAS-VHS e índice clínico de entesite SPARCC (Spondyloarthritis Research Consortium of Canada Enthesitis Index). O US foi realizado bilateralmente por dois radiologistas com experiência em exame músculoesquelético, ambos ?cegos? para os achados clínicos e baseado no índice de entesite MASEI (Madrid Sonographic Enthesis Index) total e a análise dos seus subitens (bursite, calcificação, erosão, power Doppler, espessamento, alteração estrutural). Para isso foi utilizado o aparelho Esaote MyLab60 equipado com um transdutor linear com frequência de 6-18 MHz. Resultados: Foram avaliadas pelo US 960 ênteses de uma amostra total na qual 63 eram homens (78,75%) e 17 mulheres (21,25%). A média de tempo de doença foi de 11,11 (+ 6,76) anos. A comparação da média do MASEI entre os grupos (16,32 + 11,22 / 10,70 + 5,27) não mostrou diferença estatística (p=0,063). Houve diferença estatística entre os grupos para a detecção de erosão em êntese de calcâneo: 17 pacientes e 0 saudáveis (p<0,001); para erosão e espessamento de fáscia plantar: 7 pacientes e 0 saudáveis (p=0,046) e 38 pacientes e 9 saudáveis (p=0,002) respectivamente. Esse último apresentou razão de chances de 3,47 (p=0,03) de pertencer ao grupo EA, segundo a regressão logística. A presença de calcificação em êntese de quadríceps femoral também foi estatisticamente diferente entre os grupos: 41 pacientes e 7 saudáveis, com p=0,001e razão de chances de 5,26. Não houve diferença entre os grupos para a avaliação ultrassonográfica das demais ênteses. A associação entre o US de ênteses e os aspectos clínicos, funcionais, e de atividade inflamatória da EA foi pequena. No entanto, o US da êntese do calcâneo teve associação da EVA dor e de edema locais com erosão (p = 0,032 e p = 0,001), power Doppler (p = 0,001 e p < 0,001) e espessamento (p = 0,019 e p = 0,001). Houve associação positiva entre espessamento do tendão e dor para: calcâneo (p = 0,019), fáscia plantar (p = 0,045), quadríceps (p = 0,014). As correlações foram fracas para dor, porém foi boa para a espessura quantitativa do tendão calcâneo e edema local (r = 0,549 e p < 0,001). Conclusão: Ao US, a erosão de calcâneo (tendão e fáscia), o espessamento da fáscia plantar e a calcificação em quadríceps foram as únicas variáveis capazes de diferenciar pacientes com EA de indivíduos saudáveis. A êntese de calcâneo foi a que mais apresentou associação positiva com os dados clínicos. O espessamento foi a variável ultrassonográfica que mais apresentou associações e correlações com dor local.
Descrição
Citação
NARIMATSU, Suellen. Ultrassom de ênteses em pacientes com espondilite anquilosante: um estudo comparativo com indivíduos saudáveis. 2014. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.