Ultrassonografia de interfalângicas de mãos: correlação com clínica e função em pacientes com osteoartrite sintomática

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Data
2014-09-10
Autores
Paschoal, Natalia de Oliva Spolidoro [UNIFESP]
Orientadores
Furtado, Rita Nely Vilar Furtado [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O ultrassom figura como um método de imagem emergente, seguro, de fácil aplicabilidade e baixo custo, tendo ainda seu uso limitado na OA de mãos. Objetivos: 1) Avaliar a correlação/associação entre medidas ultrassonográficas de hipertrofia sinovial e variáveis clínicas e funcionais de articulações interfalângicas proximal (IFP) e distal (IFD) de pacientes com OA sintomática de mãos. 2) Avaliar a reprodutibilidade intra e interobservador desses achados ultrassonográficos. Material e Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo envolvendo 60 pacientes com diagnóstico de OA sintomática de interfalângicas de mãos. A interfalângica mais sintomática dos pacientes foi avaliada em 6 tempos (T0, T1, T4, T8, T12 e T48 semanas) por avaliadores “cegos” segundo avaliação clínica e ultrassonográfica. Para a Avaliação Clínica foram utilizadas as seguintes variáveis: Escala visual analógica (EVA de 0-10 cm) de dor em repouso (EVAr), dor em movimento (EVAm) e edema articular (EVAe); goniometria articular; uso de paracetamol; força de preensão palmar; força de três tipos de pinça digital (polpa-polpa, trípode e chave); e dois questionários funcionais de membros superiores (questionário COCHIN e índice de AUSCAN). Para a Avaliação Ultrassonográfica foram utilizadas as seguintes variáveis: medida quantitativa (em mm) e semiquantitativa (0-3) de hipertrofia sinovial e medida semiquantitativa (0-3) de captação ao power Doppler. As medidas ultrassonográficas foram realizadas no recesso sinovial dorsal e palmar de cada interfalângica estudada. Para avaliação ultrassonográfica, foi utilizado o ultrassom May Lab 60, Esaote Itália, com transdutor linear de 6-18 MHz. A avaliação da reprodutibilidade intra e interobservador foi realizada em 25% da amostra. Considerou-se uma significância estatística de 5%. Resultados: Foram realizadas 360 medidas ultrassonográficas em recessos dorsais e 360 em recessos palmares, contabilizando um total de 720 medidas ultrassonográficas, que foram avaliadas em conjunto. Os 60 pacientes apresentaram média de idade de 60,7 (&#61617; 8,2) anos, tinham tempo médio de doença de 5 (&#61617; 3,6) anos, e na sua maioria, eram mulheres (96,7%). As avaliações foram divididas segundo o sítio de acometimento em IFP e IFD. Nas IFPs, as medidas quantitativas de hipertrofia sinovial do recesso dorsal apresentaram correlação estatística com a EVAe (s=0,149; p= 0,043) e correlação estatística inversa com a força de pinça polpa-polpa (s=-0,149; p=0,043). Na avaliação palmar da IFP houve correlação estatística da avaliação ultrassonográfica com a EVAe (s=0,197; p=0,007) e o Índice Auscan-função (s=0,149; p=0,044) e correlação estatística inversa com a força de preensão palmar (s=-0,154; p=0,037), pinça chave (s=-0,222; p=0,003), pinça polpa-polpa (s=-0,173; p=0,019) e pinça trípode (s=-0,176; p=0,017). Na avaliação ultrassonográfica semiquantitativa de hipertrofia sinovial dorsal das IFPs os pacientes que apresentaram resultados ultrassonográficos não patológicos apresentavam menor EVAe (2,0 X 3,1; p=0,010), e maior força de pinça chave (6,4 X 5,2; p=0,027), polpa-polpa (3,3 X 2,3; p=0,003) e trípode (4,5 X 3,4; p=0,014). Na avaliação ultrassonográfica semiquantitativa palmar das IFPs, os pacientes não patológicos apresentaram menor Auscan-função (14,1 X 17,2; p=0,048) e maior força de preensão palmar (15,2 X 12,2; p=0,031), pinça chave (6,4 X 5,7; p=0,006) e trípode (4,5 X 3,9; p=0,041). Na avaliação das IFDs não foram encontradas correlações/associações estatisticamente significantes entre os achados ultrassonográficos e as variáveis clínico-funcionais. Observou-se captação ao power Doppler em pouquíssimas avaliações ultrassonográficas, o que impossibilitou incluir essa variável na análise estatística do estudo. Exceto para a avaliação do escore semiquantitativo de hipertrofia sinovial do recesso palmar em IFDs (p=0,623), a avaliação da reprodutibilidade intraobservador mostrou-se reprodutível, variando o ICC de 0,519 a 0,852 (p<0,001) para as medidas ultrassonográficas quantitativas de hipertrofia sinovial e o kappa de 0,640 a 0,673 (p<0,001) para as medidas semiquantitativas. A reprodutibilidade interobservador variou o ICC de 0,474 a 0,857 (p<0,001) para as medidas ultrassonográficas quantitativas de hipertrofia sinovial e o kappa de 0,390 a 0,617 (p<0,001) para as medidas semiquantitativas. Conclusão: Observaram-se correlações/associações de fraca intensidade entre a avaliação ultrassonográfica de hipertrofia sinovial e variáveis clínico-funcionais de interfalângicas de mãos com OA. As variáveis estatisticamente relacionadas à avaliação ultrassonográfica foram EVAe, força de pinça digital, força de preensão palmar e índice Auscan-função, mas somente nas IFPs. A ultrassonografia das IFs de mãos com OA mostrou-se reprodutível, tanto na avaliação intra, como na interobservador.
Descrição
Citação
PASCHOAL, Natalia de Oliva Spolidoro. Ultrassonografia de interfalângicas de mãos: correlação com clínica e função em pacientes com osteoartrite sintomática. 2014. 104 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.