O papel da espécies reativas de oxigênio e do antioxidante astaxantina em oócitos bovinos submetidos ao estresse térmico in vitro

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Date
2013-08-21Author
Ispada, Jessica [UNIFESP]
Advisor
Lopes, Fabiola Freitas de Paula [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
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Condições ambientais adversas, tais como temperatura e umidade elevada, limitam a exploração do máximo potencial genético animal. Em bovinos, o estresse térmico materno compromete a fertilidade de vacas leiteiras, resultando em prejuízos econômicos para indústria de leite. Sabe-se que o oócito e o embrião no estágio pré-implantacional inicial são os principais alvos dos efeitos deletérios causados pelo estresse térmico materno, entretanto, os mecanismos celulares desencadeados pela temperatura elevada e o papel do estresse oxidativo neste contexto são pouco conhecidos. Estudos recentes indicaram que a exposição de embriões bovinos ao choque térmico aumentou a concentração de espécies reativas de oxigênio (EROs) intracelular embrionária e o uso de antioxidantes, tais como a astaxantina, reverteram estes efeitos. Com isto, o presente estudo visou avaliar os efeitos do choque térmico e do antioxidante astaxantina durante a maturação in vitro (MIV) de oocitos bovinos na (1) concentração das EROs, (2) competência oocitária, (3) atividade de enzimas antioxidantes e (4) peroxidação lipídica em complexos cumulus-oócito (CCOs) bovinos. O experimento 1 avaliou os efeitos de diferentes concentrações de astaxantina (0, 50, 100, 200 ou 500 µM) na competência oocitária à 38,5°C (etapa 1) e os efeitos de diferentes concentrações de astaxantina (0, 12,5, 25, 50, 100 ou 50 000 nM) na competência de oocitos bovinos submetidos ao choque térmico (etapa 2). As doses de 100, 200 e 500 µM de astaxantina reduziram (P< 0,05) a proporção de embriões clivados que atingiu o estágio de blastocisto. A exposição de oocitos bovinos ao choque térmico reduziu (P< 0,05) as taxas de clivagem e blastocistos. No entanto, a adição de astaxantina em oocitos submetidos ao modelo de choque térmico resgatou a clivagem embrionária (P<0,05); doses de 12,5, 25, 50, 100 e 50 000 nM de astaxantina) e o desenvolvimento a blastocisto (P< 0,05; doses de 12,5 e 25 nM de astaxantina) quando comparadas ao grupo controle-veículo 41°C. O experimento 2 visou padronizar a técnica de ressonância paramagnética eletrônica (RPE) em CCOs bovinos. Para tanto, foram realizados vários estudos preliminares a fim de estabelecer o protocolo de RPE em CCOs. No entanto, não foi possível detectar as EROs em CCOs na maioria dos procedimentos conduzidos. Quando CCOs submetidos aos tratamentos Controle (38,5°C por 14 horas) e Choque Térmico (41°C por 14 horas) foram incubados com 100 µM do pró-oxidante menadiona e 50 mM de PBN em meio MIV e PBS 10 mM 1:1 as EROs foram detectadas apenas no grupo choque térmico. Os experimentos 3 e 4 avaliaram os efeitos da astaxantina (0, 12,5 e 25 nM) e da temperatura (38,5 ou 41°C) durante as primeiras 14 horas da MIV na atividades das enzimas antioxidantes (superóxido dismutase - SOD, glutationa peroxidase - GPX e catalase - CAT) e os níveis de peroxidação lipídica no meio MIV. O choque térmico não afetou a atividade das enzimas GPX, SOD e CAT em oócitos ou células do cumulus e a taxa de peroxidação lipídica no meio MIV. Em oocitos submetidos ao choque térmico as doses de 12,5 (P=0,09) e 25 nM (P<0,05) astaxantina estimularam a atividade de GPX quando comparado aos oócitos do grupo controle veiculo 41°C. Em contraste, a dose de 25 nM de astaxantina reduziu (P<0,05) a atividade de GPX em células do cumulus independente de temperatura. A atividade da enzima SOD foi estimulada (P<0,05) em oocitos do grupo controle maturados com 25 nM de astaxantina em relação a 0 nM de astaxantina. A dose de 12,5 nM de astaxantina estimulou (P<0,05) a atividade de SOD em oocitos do grupo choque térmico em relação a mesma dose no grupo controle. O perfil de atividade da SOD em células do cumulus variou com a dose. Enquanto a dose de 12,5 nM de astaxantina inibiu a SOD,a dose de 25 nM estimulou a atividade de SOD no grupo choque térmico. Houve tendência (P=0,09) da dose de 12,5 nM de astaxantina em aumentar a atividade de CAT em oócitos apenas durante o choque térmico. Foi também observada uma tendência da dose de 12,5 nM de astaxantina em aumentar (P= 0,09) a formação do MDA/TBA no grupo estressado termicamente, quando comparado a mesma dose durante a temperatura controle. Em conclusão, o choque térmico afetou a competência oocitária e a astaxantina reverteu esse efeito resgatando a competência oocitária. É possível que este efeito da astaxantina tenha sido mediado pelo aumento na atividade de enzimas GPX, SOD e CAT em oócitos submetidos ao choque térmico. As vias pelas quais este antioxidante exerce efeito termoprotetor ainda não foram completamente compreendidas. Adverse environmental conditions such as temperature and high humidity, limiting the
exploitation of animal genetic maximum potential. In cattle, maternal heat stress compromises
the fertility of dairy cows, resulting in economic losses to the dairy industry. It is known that
the oocyte and embryo in early preimplantation stage are the main targets of the deleterious
effects caused by maternal heat stress, however, the cellular mechanisms triggered by
elevated temperature and the role of oxidative stress in this context are poorly understood.
Recent studies have indicated that exposure of bovine embryos to heat shock increased the
concentration of reactive oxygen species (ROS) and the use of embryonic intracellular
antioxidants, such as astaxanthin, reversed these effects. With this, the present study aimed to
evaluate the effects of heat shock and antioxidant astaxanthin during in vitro maturation
(IVM) of bovine oocytes in (1) concentration of ROS, (2) oocyte competence, (3) the activity
of antioxidant enzymes and (4) lipid peroxidation in cumulus - oocyte complexes (COCs)
cattle. The first experiment evaluated the effects of different concentrations of astaxanthin (0,
50, 100, 200 or 500 mM) in oocyte competence to 38.5°C (step 1) and the effects of different
concentrations of astaxanthin (0, 12.5, 25, 50, 100 or 50 000 nM) in the competence of bovine
oocytes subjected to heat shock (step 2) . Doses of 100, 200 and 500 mM of astaxanthin
decreased (P < 0.05) than the proportion of cleaved has reached the blastocyst stage embryos.
Exposure of bovine oocytes to heat shock reduced (P < 0.05) rates of cleavage and blastocyst.
However, the addition of astaxanthin in oocytes subjected to heat shock model rescued the
embryonic cleavage (P < 0.05; doses of 12.5, 25, 50, 100, and 50 000 nM astaxanthin) and
development to blastocyst ( P < 0.05; doses of 12.5 and 25 nM of astaxanthin) compared to
the vehicle control group 41°C. Experiment 2 aimed to standardize the technique of electron
paramagnetic resonance (EPR ) in bovine oocytes. To this end, several preliminary studies
were conducted to establish the protocol RPE in COCs. However, it was not possible to detect
ROS in oocytes conducted in most procedures. When subjected to the control oocytes (38.5°C
for 14 hours) and hot water (41°C for 14 hours) treatments were incubated with 100 mM of
pro-oxidant menadione and 50 mM PBN in IVM medium and 10 mM PBS 1:1 ROS were
detected only in group thermal shock. The experiments 3 and 4 assessed the effects of
astaxanthin (0, 12.5 and 25 nM) and temperature (38.5 or 41°C) during the first 14 hours of
the IVM in the activities of antioxidant enzymes (superoxide dismutase – SOD, glutathione
peroxidase - GPX and catalase - CAT) and lipid peroxidation levels in IVM medium. Heat
shock did not affect the activity of GPX, SOD and CAT enzymes in oocytes and cumulus
cells and the rate of lipid peroxidation in the IVM medium. In oocytes subjected to thermal
shock doses of 12.5 (P = 0.09 ) and 25 nM (P <0.05) astaxanthin stimulated GPX activity
when compared to the vehicle control group oocytes 41°C. In contrast, a dose of 25 nM
astaxanthin decreased (P <0.05) GPx activity in cumulus cells independent of temperature.
The activity of SOD was stimulated (P < 0.05) in the control group oocytes matured with 25
nM astaxanthin compared to 0 nM astaxanthin. The dose of 12.5 nM astaxanthin stimulated
(P <0.05) the SOD activity in the group of oocytes thermal shock compared to the same dose
in the control group. The profile of SOD activity in cumulus cells varied with dose. While the
dose of 12.5 nM astaxanthin inhibited the SOD dose of 25 nM stimulated the activity of SOD
in thermal shock group. There was a trend (P = 0.09) in a dose of 12.5 nM astaxanthin
increase in CAT activity in oocytes only during thermal shock. We also observed a trend of
dose of 12.5 nM astaxanthin to increase (P = 0.09) the formation of MDA/TBA in thermally
stressed animals compared with the same dose for the temperature control . In conclusion , the
thermal shock affect oocyte competence and astaxanthin reversed this effect rescuing the
oocyte competence. It is possible that this effect of astaxanthin was mediated by an increase
in the activity of GPX, SOD and CAT enzyme in oocytes subjected to thermal shock. The
pathways by which this antioxidant exerts termoprotetor effect have not been fully
understood.
Citation
ISPADA, Jessica. O papel da espécies reativas de oxigênio e do antioxidante astaxantina em oócitos bovinos submetidos ao estresse térmico in vitro. 2013. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Diadema, 2013.Keywords
OócitoBovino
Choque térmico
Espécies reativas de oxigênio
Astaxantina
Oocyte
Bovine
Heat shock
Reactive oxygen species
Astaxanthin
Sponsorship
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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- PPG - Biologia Química [152]