Avaliação dos fatores de risco para ressondagem vesical em pacientes críticos

Date
2015-11-25Author
Schettini, Daniel Almeida [UNIFESP]
Advisor
Machado, Flavia Ribeiro Machado [UNIFESP]Type
Dissertação de mestrado profissionalMetadata
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A retenção urinária aguda após retirada de sonda vesical é frequente entre pacientes críticos. Esse estudo tem por objetivos determinar a incidência de retenção urinária aguda após retirada de sonda vesical de demora e identificar os fatores de risco associados a essa condição em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Tratou-se de estudo unicêntrico, prospectivo, no qual foram incluídos pacientes clínicos e cirúrgicos admitidos na unidade de terapia intensiva da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva do Hospital São Paulo maiores que 18 anos, submetidos à sondagem vesical de demora por mais de 48 horas e com indicação de retirada da mesma pelo médico assistente. Foram excluídos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ginecológicos, urológicos, vítimas de trauma pélvico, genital ou lesão raquimedular, história de retenção urinária e prostatismo, e insuficiência renal aguda ou crônica oligúrica. Retenção urinária aguda foi definida por um volume urinário vesical superior a 400 ml determinado por ultrassonografia ou cateterização vesical intermitente, associado à incapacidade miccional. Foram incluídos 85 pacientes entre julho de 2014 a maio de 2015, sendo a maioria com diagnóstico cirúrgico (71,8%). Retenção urinária aguda após retirada de sonda vesical de demora ocorreu em 26 pacientes (30,6%); 22 (22,0%) necessitaram ressondagem de demora. Os fatores associados de forma independente à retenção foram o uso de hipnóticos (midazolam ou propofol em infusão contínua) [OR 14,87 (IC 95% 1,32 ? 167,79); p = 0,029], sondagem vesical de demora superior a 7 dias [OR 9,87 (IC 95%2,97 ? 32,85); p < 0,001] e restrição ao leito [OR 9,43 (IC 95% 1,07 ? 83,33); p = 0,043]. Concluiu-se que a incidência de retenção urinária aguda após retirada de sonda vesical de demora é elevada, sendo os principais fatores de risco para sua ocorrência a sondagem prévia prolongada, a restrição no leito e o uso de hipnóticos.