Avaliação da percepção de valor em relação aos medicamentos genéricos e da disponibilidade para pagar por medicamentos de referência
Data
2015-12-31
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Objective: (i) To assess value perception of generic drugs when compared to the respective brand name drugs; (ii) To assess the preference for brand name drugs over generic drugs, using the willingness to pay (WTP) method. Method: Between March and August 2013, three groups of participants were interviewed: (i) 50 customers at pharmacies located in the city of São Paulo; (ii) 50 patients/accompanying person in the outpatient clinic at Hospital São Paulo; (iii) 50 practitioners from the Brazilian healthcare system and opinion leaders. The survey explored demographic characteristics and social-economic status of respondents and their perceived value of generic drugs. Responses regarding value perceptions were evaluated, and used to build a global score ? the Generic Drug Perception Global Score (GDPGS). The ?willingness to pay? (WTP) method was employed to assess preferences for brand name drugs over generics. To this end, two hypothetical scenarios were designed: Scenario 1 (a child with tonsillitis) and Scenario 2 (an adult with type 2 diabetes). Two response formats were used: payment scale (PS) and open-ended (OE) Results: The respondents were predominantly women (57%) with a mean age of 54 years. In general, a positive perception was identified towards generics, as 66% of participants believe that generics are as effective as brand name drugs, 65% believe they have the same quality, and 54% believe they are equally safe. When assessing preference issues, a greater willingness to pay for brand name drugs was observed in Scenario 1 (PS: 38.96 BRL and OE: 30.56 BRL) when compared to Scenario 2 (PS: 26.22 BRL and OE: 22.82 BRL). Yet, a larger proportion of respondents were unwilling to pay any more for a brand name drug (WTP=0) in Scenario 2 when compared to Scenario 1 (Scenario 1 ? PS: 34%, n=50 and OE: 47%, n=70; Scenario 2 ? PS: 49%, n=72 and OE: 62%, n=92). Regarding different participant groups, opinion leaders mentioned greater willingness to pay for brand name drugs in Scenario 1 (PS and OE) and in Scenario 2 (PS) while people interviewed in the hospital environment declared lower WTP in both scenarios and formats. No statistically significant results were found when WTP was related to participants? socio-economic status and demographic characteristics. Nonetheless, in both scenarios and formats, statistically significant results were obtained (p0.05) in the comparison between WTP and statements related to participants? perception of generics. There was a correlation between GDPGS and WTP in both scenarios and formats, i.e., the worse participants? perception towards generics, the more he/she would pay for a brand name drug (p<0.01): Scenario 1, r = -0.604 (PS) and r = -0.647 (OE) and Scenario 2, r = -0.644 (PS) and r= -0.603 (OE). Conclusion: Participants generally showed positive perception of value towards generic drugs. Regarding the drug preferences, participants were willing to pay more in Scenario 1 than in Scenario 2, and opinion leaders declared greater willingness to pay for brand name drugs. The respondents? perceived value of generic drugs was more relevant for determining WTP for brand name drugs than variables such as income, education level and gender. Finally, the results show that people?s preference is a key driver of medicines consumption, and preferences are considerably influenced by individual?s perception towards generic and brand name drugs.
Objetivo: (i) avaliar a percepção de valor em relação aos medicamentos genéricos quando comparados aos seus respectivos medicamentos de referência; (ii) avaliar a preferência por medicamentos de referência em comparação com genéricos, utilizando, para isso, o método disponibilidade para pagar (DPP). Método: foram entrevistados, entre março e agosto de 2013, três grupos de participantes: (i) 50 clientes em drogarias localizadas na cidade de São Paulo; (ii) 50 pacientes / acompanhantes em ambulatórios do Hospital São Paulo; (iii) 50 profissionais do sistema de saúde brasileiro e formadores de opinião. Os questionários abordaram características socioeconômicas e demográficas dos entrevistados e as suas percepções de valor em relação aos medicamentos genéricos. As afirmações referentes à percepção de valor dos entrevistados foram pontuadas e utilizadas para a composição de um escore global, denominado Escore Global da Percepção sobre os Medicamentos Genéricos ? EGPMG. Para a avaliação da preferência dos entrevistados por medicamentos de referência, quando comparados aos genéricos, utilizou-se o método ?Disponibilidade para Pagar? (DPP). Para isso, elaboraram-se dois cenários hipotéticos: Cenário 1 (amigdalite em uma criança) e Cenário 2 (um adulto com diabetes tipo 2). Foram utilizados dois formatos de respostas: escala de pagamento (FE) e aberto (FA). Resultados: os respondentes são predominantemente mulheres (57%) e têm uma média de idade de 54 anos. Em geral, foi encontrada uma percepção favorável dos entrevistados em relação aos genéricos: 66% dos entrevistados afirmam que os genéricos são igualmente efetivos aos medicamentos de referência, 65% consideram que aqueles possuem a mesma qualidade destes e 54% acreditam que os medicamentos genéricos possuem a mesma segurança dos de referência. Na avaliação da preferência, foi observado um maior valor de DPP pelo medicamento de referência no Cenário 1 (FE: R$38,96 e FA: R$30,56) do que no Cenário 2 (FE: R$26,22 e FA: R$22,82) e uma proporção maior de entrevistados que não estavam dispostos a pagar nada a mais pelo medicamento de referência (DPP=0) no cenário 2 do que no cenário 1 (Cenário 1 ? FE: 34%, n=50 e FA: 47%, n=70; Cenário 2 ? FE: 49%, n=72 e FA: 62%, n=92). Em relação aos grupos de entrevistados, os formadores de opinião expressaram maiores valores de DPP por um medicamento de referência no cenário 1 (FE e FA) e no cenário 2 (FE), já os entrevistados no hospital expressaram os menores valores de DPP em todos os cenários e formatos. Não foram encontrados resultados estatisticamente significantes quando relacionadas as DPPs com as variáveis socioeconômicas e demográficas dos entrevistados. Porém, em ambos os cenários e formatos, foram obtidos resultados estatisticamente significantes (p0,05) na comparação entre a DPP e as afirmações referentes à percepção dos entrevistados em relação aos genéricos. Houve correlação entre o EGPMG e as DPPs em ambos cenários e formatos, sendo que, quanto pior a percepção do entrevistado em relação aos genéricos, mais ele pagaria por um medicamento de referência (p<0,01): Cenário 1, r=-0,604 (FE) e r=-0,647 (FA) e Cenário 2, r= -0,644 (FE) e r= -0,603 (FA). Conclusão: em geral, os entrevistados demonstraram percepção de valor favorável em relação aos genéricos. Na avaliação da preferência por medicamentos, os entrevistados estavam dispostos a pagar mais no Cenário 1 do que no Cenário 2 e os formadores de opinião foram os que demonstraram maiores valores de DPP por medicamentos de referência. A percepção de valor dos entrevistados em relação aos genéricos foi mais relevante para se determinar a DPP por medicamentos de referência do que as variáveis renda, educação e gênero. Por fim, os resultados obtidos forneceram embasamentos para considerar que a preferência da população (i) é um determinante importante do consumo de medicamentos e (ii) é consideravelmente influenciada pela percepção do indivíduo sobre o genérico em relação ao medicamento de referência.
Objetivo: (i) avaliar a percepção de valor em relação aos medicamentos genéricos quando comparados aos seus respectivos medicamentos de referência; (ii) avaliar a preferência por medicamentos de referência em comparação com genéricos, utilizando, para isso, o método disponibilidade para pagar (DPP). Método: foram entrevistados, entre março e agosto de 2013, três grupos de participantes: (i) 50 clientes em drogarias localizadas na cidade de São Paulo; (ii) 50 pacientes / acompanhantes em ambulatórios do Hospital São Paulo; (iii) 50 profissionais do sistema de saúde brasileiro e formadores de opinião. Os questionários abordaram características socioeconômicas e demográficas dos entrevistados e as suas percepções de valor em relação aos medicamentos genéricos. As afirmações referentes à percepção de valor dos entrevistados foram pontuadas e utilizadas para a composição de um escore global, denominado Escore Global da Percepção sobre os Medicamentos Genéricos ? EGPMG. Para a avaliação da preferência dos entrevistados por medicamentos de referência, quando comparados aos genéricos, utilizou-se o método ?Disponibilidade para Pagar? (DPP). Para isso, elaboraram-se dois cenários hipotéticos: Cenário 1 (amigdalite em uma criança) e Cenário 2 (um adulto com diabetes tipo 2). Foram utilizados dois formatos de respostas: escala de pagamento (FE) e aberto (FA). Resultados: os respondentes são predominantemente mulheres (57%) e têm uma média de idade de 54 anos. Em geral, foi encontrada uma percepção favorável dos entrevistados em relação aos genéricos: 66% dos entrevistados afirmam que os genéricos são igualmente efetivos aos medicamentos de referência, 65% consideram que aqueles possuem a mesma qualidade destes e 54% acreditam que os medicamentos genéricos possuem a mesma segurança dos de referência. Na avaliação da preferência, foi observado um maior valor de DPP pelo medicamento de referência no Cenário 1 (FE: R$38,96 e FA: R$30,56) do que no Cenário 2 (FE: R$26,22 e FA: R$22,82) e uma proporção maior de entrevistados que não estavam dispostos a pagar nada a mais pelo medicamento de referência (DPP=0) no cenário 2 do que no cenário 1 (Cenário 1 ? FE: 34%, n=50 e FA: 47%, n=70; Cenário 2 ? FE: 49%, n=72 e FA: 62%, n=92). Em relação aos grupos de entrevistados, os formadores de opinião expressaram maiores valores de DPP por um medicamento de referência no cenário 1 (FE e FA) e no cenário 2 (FE), já os entrevistados no hospital expressaram os menores valores de DPP em todos os cenários e formatos. Não foram encontrados resultados estatisticamente significantes quando relacionadas as DPPs com as variáveis socioeconômicas e demográficas dos entrevistados. Porém, em ambos os cenários e formatos, foram obtidos resultados estatisticamente significantes (p0,05) na comparação entre a DPP e as afirmações referentes à percepção dos entrevistados em relação aos genéricos. Houve correlação entre o EGPMG e as DPPs em ambos cenários e formatos, sendo que, quanto pior a percepção do entrevistado em relação aos genéricos, mais ele pagaria por um medicamento de referência (p<0,01): Cenário 1, r=-0,604 (FE) e r=-0,647 (FA) e Cenário 2, r= -0,644 (FE) e r= -0,603 (FA). Conclusão: em geral, os entrevistados demonstraram percepção de valor favorável em relação aos genéricos. Na avaliação da preferência por medicamentos, os entrevistados estavam dispostos a pagar mais no Cenário 1 do que no Cenário 2 e os formadores de opinião foram os que demonstraram maiores valores de DPP por medicamentos de referência. A percepção de valor dos entrevistados em relação aos genéricos foi mais relevante para se determinar a DPP por medicamentos de referência do que as variáveis renda, educação e gênero. Por fim, os resultados obtidos forneceram embasamentos para considerar que a preferência da população (i) é um determinante importante do consumo de medicamentos e (ii) é consideravelmente influenciada pela percepção do indivíduo sobre o genérico em relação ao medicamento de referência.
Descrição
Citação
NARDI, Elene Paltrinieri. Avaliação da percepção de valor em relação aos medicamentos genéricos e da disponibilidade para pagar por medicamentos de referência. 2015. 94 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.