Uretroplastia onlay com prepúcio anastomosado em túnica albugínea do corpo cavernoso sem aplicação de enxerto para o componente dorsal da uretra: estudo experimental em coelhos

Abstract

Objetivos: Avaliar experimentalmente a integração histológica e a cicatrização epitelial de uma uretroplastia “onlay” com retalho de prepúcio anastomosado diretamente à túnica albugínea do pênis sem interposição de tecidos para compor a parede dorsa da neouretra. Métodos: Estudamos a uretra peniana em 16 coelhos. Metade dos animais foi utilizada como um grupo “sham” onde a uretra foi aberta dorsalmente e reanastomosada à albugínea (Grupo I). O restante dos animais foi submetido à excisão de 1,0 cm da uretra peniana e posterior reconstrução com retalho de prepúcio anastomosado de forma “onlay” diretamente à albugínea para formar a neouretra (Grupo II). Cada grupo de 8 animais foi dividido em grupos de 2 animais sacrificados com 2, 4, 8 e 12 semanas de pós-operatório e então foi realizada a avaliação histológica. Resultados: Não houve mortes relacionadas ao procedimento, retenção urinária ou deiscência de sutura. No grupo II foram identificadas três fístulas, sendo duas associadas com estenose uretral. A avaliação histológica demonstrou em ambos os grupos a presença de reepitelização sobre a albugínea. Um epitélio de transição inicialmente imaturo, com o decorrer do tempo tornou-se mais maduro, transformando-se em um urotélio similar ao nativo e o epitélio escamoso estratificado não queratinizado do retalho de prepúcio interno se integrou bem com poucas áreas de acantose. Conclusões: Neste modelo experimental, observou-se que a albugínea foi recoberta por um epitélio regenerativo que se diferenciou num epitélio maduro, crescendo a partir das bordas uretrais, houve pouca interferência do retalho prepucial neste processo de cicatrização. O retalho de prepúcio anastomosado “onlay” na albugínea se integrou bem à neouretra.