Efeito da sinvastatina na função vascular em modelo experimental de hipertensão com desnervação sinoaórtica

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2016-05-04
Autores
Farah, Daniela de Moura Azevedo Tuma [UNIFESP]
Orientadores
Irigoyen, Maria Claudia Costa Irigoyen [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Estudos mostraram que a sinvastatina pode promover a melhora na sensibilidade dos pressorreceptores, provavelmente por aumentar a descarga aferente frente aos mesmos níveis de pressão arterial. Neste trabalho avaliamos o efeito pleiotrópico da sinvastatina sobre a modulação autonômica cardiovascular, resistência vascular, função cardíaca e o estresse oxidativo em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) submetidos ou não a desnervação sinoaórtica (DSA) com a idéia de quantificar a participação dos aferentes barorreceptores nessa resposta. Ratos machos SHR foram divididos em 4 grupos (n=8 cada grupo): controle hipertenso (HC), hipertenso tratado com sinvastatina (HS), hipertenso desnervado (HD) e hipertenso desnervado tratado com sinvastatina (HDS). Os grupos HD e HDS foram submetidos à cirurgia de DSA. Os grupos HS e HDS foram tratados durante 5 semanas com sinvastatina na dose de 1mg/Kg/dia por via subcutânea através de uma bomba de liberação lenta (Alzet® mini-pump) a partir da 5ª semana de protocolo. Ao final do protocolo (10 semanas) foi realizada a avaliação do perfil lipídico, da pressão arterial (registro direto), da sensibilidade dos pressorreceptores, reatividade vascular, análise da modulação autonômica cardiovascular, função cardíaca e perfil oxidativo sistêmico. Testes estatísticos foram devidamente aplicados para comparação dos dados. Não houve diferença significativa no peso, pressão arterial, perfil lipídico e reatividade vascular entre os grupos, entretanto os grupos HD e HDS (381±7; 384±9 bpm) apresentaram taquicardia de repouso em relação ao grupo HS (355±9 bpm). A raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR estava reduzido no grupo HD e HDS em relação aos grupos HC e HS (HC:8±0,9; HS:10±0,6; HD:6±0,4; HDS:5±0,6 msec). A variância do intervalo de pulso estava menor no grupo HD e HDS em relação aos grupos HC e HS (HC: 109,8±13; HS:109,2±10; HD:62,3±3; HDS:68,9±9 ms2), e a variância da pressão arterial sistólica foi menor no grupo HS (55,7±2,9 mmHg2) em relação ao HC (84,1±7,7 mmHg2), e o grupo HDS apresentou menores valores em relação ao HD (HD:134,3±11,1; HDS:106,7±13,1 mmHg2). Função sistólica e diastólica estavam piores no grupo HD em relação aos demais. O fluxo coronariano e renal do grupo HD foi pior em relação ao HC (COR- HC:4,2±0,6 HD:1,4±0,4; REN- HC:3,4±0,6; HD:1,8±0,3 ml/min/g), e a resistência vascular coronariana estava aumentada no grupo HD em relação aos demais (HC:51±9; HS:85±15; HD:289±58; HDS:83±27 mmHg/mL/min/kg). A resistência vascular renal apresentou-se maior nos grupos HD e HDS em relação ao HC e HS (HC:76±9; HS:80±19; HD:166±43; HDS:232±63 mmHg/mL/min/kg). O grupo HS teve menor lipoperoxidação em relação ao HC (HC:0,29±0,01; HS:0,21±0,02 umol/mg proteína), o grupo HDS teve menor oxidação de proteínas que os grupos HS e HD (HS:1,12±0,05; HD:1,14±0,03; HDS:0,98±0,05 nmol/mg proteína). O grupo HD teve menor SOD que todos os grupos (HC: 0,7±0,02; HS:0,7±0,03; HD:0,6±0,04; HDS:0,7±0,03 Usod/mg), e TRAP ficou reduzida nos grupos HD e HDS em relação aos grupos HC e HS (HC:3,3±0,3; HS: 2,8±0,3; HD:1,3±0,3; HDS:1,7±0,2 uM de trolox). O grupo HD teve aumento de peróxido de hidrogênio em relação ao HC (HC:2,4±0,4; HS:5,4±1,0; HD:7,6±1,9; HDS:4,8±1,1 ?M H2O2). Nossos resultados sugerem que o tratamento com sinvastatina associado ou não à desnervação sinoaórtica foi capaz de atenuar a disfunção autonômica e melhorar a sensibilidade baroreflexa. Todavia, a desnervação sinoaórtica atenuou marcantemente os benefícios autonômicos do tratamento com sinvastatina neste modelo de hipertensão, reforçando o papel dos pressorreceptores como modulador dos efeitos pleiotrópicos deste fármaco.
Descrição
Citação
FARAH, Daniela de Moura Azevedo Tuma. Efeito da sinvastatina na função vascular em modelo experimental de hipertensão com desnervação sinoaórtica. 2016. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.