Efeito de um período de treinamento físico resistido na pressão arterial de idosos hipertensos: influência do polimorfismo da enzima conversora de angiotensina

Date
2013-09-25Author
Montrezol, Fábio Tanil [UNIFESP]
Advisor
Medeiros, Alessandra [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
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In Brazil, hypertension affects 60% of the population above 65 years of age. This age group is growing and according prediction of the World Health Organization the Brazilian population above 60 years of age will be 27 million in 2020. Aging increases the loss of muscle mass, increasing the risk of falls in the elderly. However, the elderly have the ability to increase muscle mass and gains in muscle strength. There are several etiologic factors of hypertension. We highlight polymorphism of angiotensin I converting enzyme (ACE: I/I, I/D and D/D) and that individuals carrying the deletion allele have higher activity of ACE, this fact may be responsible for the individuals who do not present reduction of blood pressure after periods of resistance exercise training. High blood pressure levels can trigger chronic inflammation leading to cardiovascular risk. Therefore, the aim of the study was to evaluate the effect of resistance exercise training on muscle strength, blood pressure and chronic inflammation in elderly hypertensive subjects and the influence of different genotypes of ACE (I/I, I/D and D/D) in the observed responses. We evaluated 135 volunteers aged between 60 and 80 years old. Of these, 86 comprised the Training Group and 49 volunteers made up the Control Group. We observed significant improvements in muscle strength in the Training Group (21.10 ± 6.59 vs. 25.76 ± 7.43 kg; pre vs. post, respectively, p<0.05, chest press; 9.93 ± 2.76 vs. 14.41 ± 4.15 kg; pre vs. post, respectively, p<0.05; knee extension), as well as significant reductions in systolic blood pressure (126.79 ± 11.99 vs. 124.50 ± 13.08 mmHg; pre vs. post, respectively, p<0.05; awaked period), (120.69 ± 13.76 vs. 118.20 ± 15.05 mmHg. pre vs. post, respectively, p<0.05; sleep period) and (125.11 ± 11.91 vs. 122.67 ± 13.12 mmHg. pre vs. post, respectively, p<0.05; 24 hours period). We observed increases in circulating adiponectin levels (4.61 ± 2.21 vs. 5.32 ± 2.35 pg/mL; pre vs. post, respectively p<0.05), we verify significant reductions in circulating levels of ICAM-1 after experimental protocol (4.61 ±2.21 vs. 5.32 ± 2.35 pg/mL, pre vs. post, respectively, p<0.05). Dividing the three possible genotypes of the angiotensin converting enzyme I (I/I, I/D and D/D) we observed that the biggest beneficiaries of the resistance exercise training are homozygous insertion allele, because it reduced blood pressure (127.12 ± 13.65 vs. 122.46 ± 14 31 mmHg pre vs. post, respectively, p<0.05; systolic; 71.87 ± 8.40 vs. 68.46 ± 8.96 mmHg pre. vs. post, respectively, p<0.05, diastolic, 94.18 ± 10.0 vs. 89.46 ± 10.13 mmHg pre vs. post, respectively, p<0.05; mean arterial pressure) for 24 hours. The insertion allele carriers also increased circulating adiponectin levels ( 4.42 ± 2.08 vs. 5.18 ± 2.31 ng / mL; pre. vs. post, respectively, p<0.05, D/I; 4. 79 ± 2.54 vs. 5.94 ± 2.88 ng/mL, pre vs. Post, respectively, p<0.05, I/I), circulating level of ICAM-1 was reduced significantly after experimental protocol only among the heterozygous (344.53 ± 88.84 vs. 295.42 ± 81.77 ng/mL, pre vs. post, respectively, p<0.05, D/I). Although the group D / D display decreased levels of angiotensin II (234.8 ± 633.8 vs. 99.9 ± 353.4 ng / mL, pre vs. post respectively, p <0.05), this group showed no reduction in blood pre ssure. Our results suggest, in addition to promoting the effects of muscle strength gains in elderly hypertensive patients, the resistance physical training may be safely used as part of nonpharmacological treatment of hypertension, improving inflammatory status of the elderly hypertensive. Our results also suggest that the deletion allele of the polymorphism of the ACE, in particular homozygous D/D can be correlated with individuals who do not get reduced blood pressure after periods of resistance exercise training. No Brasil, a hipertensão arterial sistêmica acomete cerca de 60% da população acima dos 65 anos de idade. Esta faixa etária está em crescimento e segundo previsão da Organização Mundial de Saúde a população brasileira acima de 60 anos de idade será de 27 milhões em 2020. O envelhecimento aumenta a perda de massa muscular, aumentando o risco de quedas na terceira idade. Porém, o idoso tem capacidade de aumento de massa muscular e de ganhos de força muscular . Existem vários fatores etiológicos da Hipertensão. Destacamos o polimorfismo da enzima conversora de angiotensina I(ECA: I/I, I/D e D/D), sendo que indivíduos portadores do alelo Deleção possuem maior atividade da ECA, podendo ser o responsável pela parcela de indivíduos que não apresentam redução dos níveis de pressão arterial após períodos de treinamento físico resistido. Além disso, níveis pressóricos elevados podem desencadear inflamação crônica acarretando maior risco cardiovascular. Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito do treinamento físico resistido na força muscular, pressão arterial e inflamação crônica de sujeitos idosos hipertensos e a influência dos diferentes genótipos da ECA (I/I, I/D e DD) nas respostas observadas. Avaliamos 135 voluntários com idade entre 60 e 80 anos de idade. Destes, 86 compuseram o Grupo Treinado e 49 voluntários com puseram o Grupo Controle. Observamos melhoras significativas de força muscular no grupo treinado (supino sentado 21.10 ± 6.59 vs. 25.76 ± 7.43 Kg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05;cadeira extensora 9.93 ± 2.76 vs. 14.41 ± 4.15 Kg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05), assim como reduções significantes de pressão arterial sistólica (126.79 ± 11.99 vs. 124.50 ± 13.08 mmHg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05; período de vigília; 120.69 ± 13.76 vs. 118.20 ± 15.05 mmHg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, período de sono e 125.11 ± 11.91 vs. 122.67 ± 13.12 mmHg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, período de 24 horas). Verificamos aumentos dos níveis circulantes de adiponectina (334.38 ± 100.98 vs. 293.05 ± 90.73 pg/mL, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05), verificamos também redução significante dos níveis circulantes de ICAM-1 após o período experimental (4.61 ± 2.21 vs. 5.32 ± 2.35 pg/mL, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05). Ao dividirmos pelos três possíveis genótipos da ECA notamos que os maiores beneficiados pelo treinamento físico resistido foram os homozigotos do alelo Inserção, pois os mesmo reduziram a pressão arterial (12 7.12 ± 13.65 vs. 122.46 ± 14.31 mmHg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, sistólica; 71.87 ± 8.40 vs. 68.46 ± 8.96 mmHg, pré vs. pós, respectivamente, <0.05, diastólica;94.18 ± 10.0 vs. 89.46 ± 10.13 mmHg, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, média) do período de 24 horas. Os portadores de alelo Inserção também aumentaram os níveis circulantes de adiponectina (4.42 ± 2.08 vs. 5.18 ± 2.31 ng/mL, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, D/I; 4.79 ± 2.54 vs. 5.94 ± 2.88 ng/mL, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, I/I).Os níveis circulantes de ICAM-1 estavam reduzidos após o período experimental apenas nos heterozigotos (344.53 ± 88.84 vs. 295.42 ± 81.77 ng/mL, pré vs. pós, respectivamente, p<0.05, D/I). Apesar do grupo D/D apresentar redução dos valores de Angiotensina II (234.8 ± 633,8 vs. 99.9 ± 353.4 ng/mL, pré vs. pós respectivamente, p<0.05) este grupo não apresentou redução de pressão arterial. Nossos resultados sugerem, que além de promover os efeitos de ganhos de força muscular em idosos hipertensos, o treinamento físico resistido pode ser utilizado com segurança como parte do tratamento não medicamentoso da hipertensão, melhorando o perfil inflamatório de idosos hipertensos. Nossos resultados sugerem também que o alelo Deleção do polimorfismo da ECA, em especial os homozigotos D/D, podem estar correlacionados com indivíduos que não obtêm redução dos níveis de pressão arterial após período de treinamento físico resistido.