Doença de chagas e gravidez: análise da morbidade materna e fetal

Data
2013-09-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
FUNDAMENTO: Pacientes portadoras de doença de Chagas (DC) podem desenvolver formas graves de cardiopatia durante a idade reprodutiva, e com isso maior risco de complicações maternas e fetais durante a gravidez. Objetivo: avaliar a influencia da doença de Chagas sobre a evolução materna e fetal durante a gestação e puerpério. METODOS: Analise retrospectiva de 164 gestações, em150 pacientes, através da analise do banco de dados do setor de cardiopatia e gravidez da UNIFESP. Avaliados três grupos de acordo com a forma de apresentação da DC (cardiomiopatia chagásica, com marcapasso cardíaco, e sem cardiopatia aparente) em relação a variáveis maternas e fetais. Resultados: Os grupos foram assim distribuídos: Cardiomiopatia chagásica com 77 (47%) das gestantes, BAV com marcapasso 35 (21,3%) e sem cardiopatia aparente 52 (31,7%). O grupo de gestantes com cardiomiopatia chagásica associou-se estatisticamente ao baixo peso ao nascer com incidência de 20 (26,7%) casos (P = 0,011; OR - 3,364; IC de 95% 1,380 - 8,200), com o maior uso de medicações cardiológicas maternas com incidência de 32 (41,6%) casos (P = 0,041; OR - 2,101; IC de 95% 1,083 - 4,076), e com maior número de complicações cardiológicas maternas com incidência de 32 (41,6%) casos (p = 0,001; OR - 3,708; IC de 95% 1,787 - 7,692), enquanto na prematuridade e nos fetos pequenos para idade gestacional não houve associação estatística. Já as gestantes com sorologia positiva para DC mas sem cardiopatia aparente e as portadoras de marcapasso definitivo não tiveram aumento significante da morbidade materno e fetal para nenhuma das variáveis analisadas. As gestantes com classe funcional (CF) III e IV no 3º trimestre, independente da forma de apresentação da DC, tiveram maior numero de complicações maternas com incidência de 10 (90,9%) casos (p = 0,000; RR - 15 ), prematuridade com incidência de 9 (42,9%) casos (p = 0,000; RR - 4,57), e de baixo peso ao nascer com incidência de 8 (38,1%) casos (p = 0,012; RR - 2,98). Conclusão: As gestantes com cardiomiopatia chagásica, principalmente as com classe funcional III e IV, tiveram aumento da morbidade materno-fetal, enquanto que as gestantes sem cardiopatia aparente e as portadoras de marcapasso definitivo não tiveram aumento de morbidade durante a gestação.
Descrição
Citação
LUCENA, Alexandre Jorge Gomes de. Doença de chagas e gravidez: análise da morbidade materna e fetal. 2013. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.