Associação entre biomarcadores e cognição na esquizofrenia

Date
2014-05-28Author
Asevedo, Elson de Miranda [UNIFESP]
Advisor
Brietzke, Elisa Macedo Brietzke [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
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Os estudos que compõem esta dissertação tiveram como objetivo avaliar possíveis biomarcadores relacionados com a neuroplasticidade na esquizofrenia, especificamente em aspectos relacionados ao desempenho cognitivo. Embora a presença de déficits cognitivos na esquizofrenia tenha sido amplamente documentada a neurobiologia subjacente a essas alterações ainda é pouco estudada. O primeiro estudo investigou o papel do BDNF, dos marcadores de estresse oxidativo e das quimiocinas no desempenho cognitivo de portadores de esquizofrenia. A análise intergrupos mostrou aumento dos níveis de BDNF e decréscimo dos níveis de TBARS no grupo da esquizofrenia comparado com os controles saudáveis. Quando examinamos somente o grupo dos portadores de esquizofrenia, foi encontrada uma correlação entre o BDNF e a geração semântica, o que está de acordo com a literatura, que descreve essa associação em indivíduos saudáveis. Também foi evidenciada uma correlação negativa entre o desempenho em teste de memória de trabalho e o marcador de peroxidação lipídica PCC. Quanto às quimiocinas, a CCL-11 foi negativamente correlacionada à memória de trabalho, o que é um achado novo em humanos. No segundo estudo, explorou-se o papel da IL-2 como marcador de gravidade na esquizofrenia, tanto em parâmetros relacionados ao seu curso quanto ao desempenho cognitivo. Os pacientes apresentaram níveis reduzidos de IL-2 quando comparados aos controles saudáveis. Além disso, a IL-2 foi negativamente correlacionada com o escore da subescala de sintomatologia negativa da PANSS. Quanto à cognição, a IL-2 foi positivamente correlacionada com os escores no Span de dígitos e inteligência. Os resultados desses estudos possuem relevância na medida em que contribuem para o conhecimento da neurobiologia da esquizofrenia e abrem caminho para a testagem de medicamentos ou intervenções psicossociais que tenham como objetivo a modulação desses mediadores relacionados à neuroplasticidade para melhorar sintomatologia negativa ou o desempenho cognitivo desses portadores.