Evolução da massa muscular de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (dpoc) após um ano de seguimento

Date
2016-08-31Author
Silva, Luciana Franco da [UNIFESP]
Advisor
Jardim, Jose Roberto de Brito Jardim [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
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Introdução: Os principais mecanismos fisiopatológicos da DPOC são a inflamação crônica e o estresse oxidativo das vias aéreas, parênquima e sistema vascular pulmonar. Estes processos são causados diretamente pela agressão inflamatória do tabagismo ao epitélio da via aérea pela liberação exagerada de espécies reativas do oxigênio no sistema músculo esquelético, associando-se com perda de força e massa muscular. Em acréscimo, com o envelhecimento ocorrem alterações da composição corporal, como o aumento da adiposidade e diminuição da massa corporal magra. Objetivo: Avaliar a evolução da massa magra dos membros superiores e inferiores de pacientes com DPOC no período de um ano e avaliar as massas gorda, total androide e ginoide, índice apendicular de massa magra e força muscular dos membros superiores no período de um ano e relaciona-los com fatores de risco como sexo, idade, exacerbação, uso de corticoide oral ou inalatório, função pulmonar e força dos membros superiores direito e esquerdo, verificando a influência com a perda de massa muscular em pacientes com DPOC. Métodos: Estudo de reavaliação após um ano em 77 pacientes com DPOC e 69 idosos sem doença pulmonar como grupo controle, pareados pela idade e sexo, que foram avaliados quanto à função pulmonar, composição corporal realizadas pelo exame DXA (absortometria de dupla energia) e força muscular dos membros superiores (dinamometria). Resultados: Os pacientes com DPOC tinham idade de 68,5 ± 8,9 anos e o grupo controle 65,4 ± 9,0 anos, IMC de 27,65 ± 5,60 kg/m² para o grupo DPOC e 29,99 ± 4,54 kg/m² para o grupo controle. O grupo DPOC VEF1 pós-BD de 52,7 ± 21,0% e CVF de 75,9 ± 20,0% e o grupo controle VEF1 pós-BD de 97,0 ± 14,6 % e CVF de 93,4 ± 16,0%. O braço esquerdo do grupo DPOC perdeu 10% de massa magra e o grupo controle 5% de após um ano (p < 0.001). Na perna esquerda houve perda de massa magra no grupo DPOC de 5% (p < 0,001) e no grupo controle 2,5% (p 0,003). O braço direito, perna direita e tronco não apresentaram alteração. O grupo DPOC aumentou a massa gorda no braço esquerdo de 36% (p < 0,001) e o grupo controle não apresentou alteração. No braço direito ambos os grupos apresentaram aumento de massa gorda, grupo DPOC de 47,3% e o controle de 18,3% (p < 0,001). Na perna esquerda somente o grupo DPOC apresentou aumento de massa gorda de 18,5% (p < 0,001). Na perna direita, ambos os grupos apresentaram aumento de massa gorda, no grupo DPOC de 20% (p < 0,001) e no grupo controle 6,14% (p 0,005). Em relação às gorduras androide e ginoide, os grupos DPOC e controle e apresentaram aumento das duas gorduras, DPOC 4 e 5% e controle 2 e 5%, respectivamente, sem significância estatística. Em relação à força do membro superior não houve diferença estatística no grupo DPOC porém o grupo controle perdeu força nos dois membros com diferença estatística de (p> 0,001). A força do membro superior, somente o grupo controle apresentou perda de força no sexo masculino membro superior esquerdo (p < 0,001) e membro superior direito (p0,003) e no sexo feminino, membro superior esquerdo ( p< 0,001) e membro superior direito (p< 0,001). O índice apendicular de massa magra, houve perda de massa muscular para os homens do grupo DPOC (p < 0,001) e controle (p 0,002), mas não houve diferença estatística nas mulheres em ambos os grupos. Em relação à perda de massa magra após um ano nos membros superiores e inferiores, foi identificado que os pacientes do grupo DPOC tiveram perda de massa magra nos dois compartimentos. No membro superior a perda foi maior no sexo masculino, já no membro inferior a perda de massa magra está relacionada com a piora da função pulmonar VEF1. Conclusão: A avaliação da massa muscular pela DXA de pacientes com DPOC e indivíduos do grupo controle, pareados por sexo e idade, nos mostrou que: em relação à massa magra os pacientes com DPOC apresentaram perda de massa magra e o grupo controle não. Na massa gorda os pacientes com DPOC e controle apresentaram aumento de gordura. As gorduras androide e ginoide nos pacientes com DPOC e controle já apresentavam aumento do risco de doenças metabólicas, para homens mulheres, e não houve aumento um ano após. A força do membro superior somente o grupo controle apresentou perda de força no sexo feminino e masculino após um ano. Em relação ao índice de massa magra somente os homens do grupo DPOC e controle apresentaram perda de massa magra. E por fim houve perda de massa magra após um ano nos membros superiores e inferiores nos pacientes DPOC. No membro superior a perda foi maior no sexo masculino e no membro inferior a perda de massa magra está relacionada com a piora da função pulmonar VEF1