Estudo da sinalização celular do naadp em modelo celular da doença de huntington

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Data
2016-04-30
Autores
Medaglia, Natalia de Castro [UNIFESP]
Orientadores
Smaili, Soraya Soubhi [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
A doença de Huntington (DH) é uma desordem neurodegenerativa clinicamente caracterizada por alterações motoras, déficit cognitivo e sintomas neuropsiquiátricos, resultantes da neurodegeneração. A DH consiste em um distúrbio genético autossômico dominante causado por uma expansão instável do trinucleotídeo CAG no éxon 1 do gene do transcrito interessante (IT15), responsável pela síntese da proteína huntingtina. Na sua forma mutada, esta forma agregados proteicos conhecidos como corpos de inclusão intracelulares, que podem ser removidos pelo processo autofágico. A autofagia é uma via de degradação lisossomal de remoção de proteínas e de organelas danificadas, a qual pode ser regulada pelo íon Ca2+. O ácido nicotínico adenina dinucleotídeo fosfato (NAADP) tem sido reportado como um importante mobilizador de Ca2+ intracelular de estoques lisossomais, por meio da ativação dos canais Two-Pore Channels (TPCs). Uma vez que a DH tem sido associada o acúmulo de proteínas, as quais podem ser moduladas pela autofagia, e que alterações na sinalização de cálcio podem exercer um papel na indução autofágica, estas características e a correlação entre elas foram investigadas. Portanto, este trabalho teve como objetivo estudar a sinalização de Ca2+ mediada pelo NAADP e o seu envolvimento com a modulação autofágica em astrócitos que superexpressam a porção poliQ da huntingtina mutada. Neste estudo, foi verificado que o modelo celular para DH apresenta maior mobilização de Ca2+ lisossomal em resposta ao NAADP-AM. Foi demonstrado também que, em condições basais, a autofagia está elevada no modelo para DH, verificado pela maior concentração do marcador autofágico, a proteína LC3II. Este resultado pode estar relacionada à maior atividade da proteína AMPK observada neste modelo celular. No entanto, o tratamento com NAADP-AM não foi capaz de induzir a autofagia nestas células, diferentemente do observado nos astrócitos controle. Além disso, a inibição do SUP pelo MG132 não foi capaz de reverter este efeito, indicando que também não houve indução do SUP. Embora, a huntingtina mutada e o receptor TPC2 (pEGFP-Q74 e myc-TPC2) tenham colocalizado, a imunoprecipitação não demonstrou interação entre estas proteínas. No entanto, este achado pode indicar que os fragmentos mutados da huntingtina possam interferir com a funcionalidade deste receptor e prejudicarem esta via de sinalização. Embora sejam necessários estudos mais aprofundados para elucidar o mecanismo completo envolvendo a autofagia na DH, nossos dados contribuem para compreensão dos mecanismos subjacentes à DH e podem auxiliar na busca de novas terapêuticas para a DH.
Descrição
Citação
MEDAGLIA, Natalia de Castro. Estudo da sinalização celular do naadp em modelo celular da doença de huntington. 2016. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.