Aterosclerose subclínica e resistência à insulina no jovem com diabetes melito do tipo 1: relação com fatores de risco cardiovascular pessoais e familiares

Data
2013-10-31
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Nas últimas decadas, tem-se observado uma redução significante na prevalência das complicações microangiopáticas nos pacientes com diabetes melito do tipo 1 (DM1), mas o mesmo não vem ocorrendo com as doenças cardiovasculares (DCV) nesta população. Discute-se se a resistência à insulina (RI), a qual pode ser considerada um dos fatores importantes para o desenvolvimento das DCV, está presente nesses pacientes, bem como, quais seriam os aspectos envolvidos no seu desenvolvimento e na patogênese da aterosclerose neste grupo. No primeiro artigo desta tese, observamos que a sensibilidade à insulina (aferida pelo cálculo do estimated glucose disposal rate - eGDR) nos jovens com DM1 apresentando controle glicêmico adequado, associou-se, negativamente, com a idade destes indivíduos (&#946; = - 0,105, p = 0,023) e, com fatores de risco cardiovacular clássicos [maior peso (&#946; = - 0,043, p = 0,004), níveis séricos mais elevados de LDL colesterol (&#946; = - 0,014, p = 0,026) e presença de microalbuminúria (&#946; = - 0,915, p = 0,019)]. Adicionalmente, a RI nesses pacientes com DM1 correlacionou-se, tanto à RI (aferida pelo cálculo do homeostasis model assessment - HOMA-IR) (&#946; = - 0,541, p = 0,029), quanto à presença de diabetes melito do tipo 2 (DM2) (&#946; = - 1,952, p < 0,001) nas mães destes indivíduos. Encontramos, também, que um perfil lipídico aterogênico nesses pacientes com DM1 relacionou-se diretamente com a lipemia de suas mães, independentemente da adiposidade dos jovens estudados [colesterol total (&#946; = 0,230, p = 0,001), LDL (&#946; = 0,197, p = 0,002), HDL (&#946; = 0,237, p = 0,018), e triglicérides (&#946; = 0,126, p = 0,003)]. Por outro lado, não identificamos nenhuma relação entre as características paternas e o perfil metabólico dos filhos com DM1. Estes achados sugerem que há um predomínio do fenótipo clínico e metabólico materno na prevalência dos fatores de risco para as DCV nesses jovens. Dentro desta linha de pesquisa, no segundo artigo desta tese, verificamos se havia diferença entre os graus de aterosclerose subclínica, avaliada pela aferição da espessura da camada médio-intimal (CMI) de carótidas, nos jovens com e sem DM1 e, quais seriam os fatores associados a este processo. Considerando todos os indivíduos estudados como um único grupo, encontramos que uma maior espessura da CMI de carótidas correlacionou-se, positivamente, com o peso dos participantes (&#946; = 0,001, p = 0,016), com o gênero masculino(&#946; = 0,163, p = 0,008) e, com a presença do DM1 (&#946; = 0,070, p < 0,001) nesta população. Nos jovens com DM1, especificamente, os níveis séricos de HDL colesterol estiveram, negativamente, associados (&#946; = - 0,001, p = 0,036) com a espessura da CMI dos vasos carotídeos. Analisando-se, ainda, a relação entre os valores de HDL colesterol e a espessura da CMI de carótidas nos pacientes com DM1, verificamos que níveis de HDL colesterol &#8804; 47,5 mg/dL, no sexo masculino, associaram-se ao tercil superior de espessura da CMI carotídea. Estes achados colaboram com as discussões sobre o impacto do ganho de peso no desenvolvimento do processo aterosclerótico nos jovens com e sem DM1 e, especificamente nos pacientes com DM1, contribuem para a determinação dos valores séricos de HDL colesterol considerados de risco para a macroangiopatia.
Descrição
Citação
PINTO, Camila Stela. Aterosclerose subclínica e resistência à insulina no jovem com diabetes melito do tipo 1: relação com fatores de risco cardiovascular pessoais e familiares. 2013. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.