Impacto do teste ergométrico em pacientes com artrite reumatoide, espondilite anquilosante e lúpus eritematoso sistêmico, assintomáticos do ponto de vista cardiovascular, antes de iniciar um programa de exercícios físicos supervisionados

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2014-08-15
Autores
Klemz, Barbara Nascimento de Carvalho [UNIFESP]
Orientadores
Pinheiro, Marcelo de Medeiros Pinheiro [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte em todo o mundo, incluindo indivíduos da população geral e em pacientes com doenças reumáticas inflamatórias sistêmicas (DRIS). Esses pacientes têm elevado risco para eventos coronarianos e cerebrovasculares mesmo na ausência dos fatores de risco tradicionais, pois a inflamação crônica per se também é considerada um importante fator de risco para DCV. Além do tratamento farmacológico, os exercícios físicos regulares, em especial os supervisionados, têm sido implicados como relevante estratégia não medicamentosa para reduzir o risco de DCV. No entanto, para essa prática, os pacientes com DRIS precisam ser adequadamente avaliados. Uma das maneiras de melhor identificar esse risco é por meio do teste ergométrico (TE), que é um método universalmente aceito para o diagnóstico das DCV. Não existem recomendações específicas para a realização de TE antes do início dos programas de exercícios físicos em pacientes com DRIS. Além disso, esse estudo se faz necessário devido à ausência de recomendações específicas para a avaliação do risco CV em pacientes com DRIS antes da prescrição de exercícios físicos. Objetivos: Avaliar o impacto do TE antes da prescrição de EFS para pacientes com DRIS. Pacientes e Métodos: Este estudo é uma compilação de três ensaios clínicos randomizados (ECR), longitudinais, placebo-controlados, não duplo-cegos, avaliando pacientes com artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e espondilite anquilosante, comparando-os com um grupo controle. Foram avaliados dados de pacientes com artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e espondilite anquilosante, fornecidos pelos ensaios, dentre os quais: idade, sexo, índice de massa corpórea (IMC), presença de fatores de risco, medicação utilizada, índices de atividade de doença e capacidade funcional, além de dados relativos aos testes ergométricos realizados no momento daqueles estudos, obtidos através do laudo deste exame. Resultados: Os grupos AR e LES eram compostos, apenas, por mulheres. Por sua vez, o grupo de pacientes com EA era composto por ambos os sexos, sendo 63,2% do sexo masculino. A maioria dos pacientes dos três grupos apresentava algum fator de risco para DCV, sendo a HAS sobrepeso e obesidade eram mais frequentes. Os pacientes apresentavam índices de atividade de doença leve a moderada no LES, moderada na AR e moderada a alta na EA. Pacientes com EA apresentavam maior gravidade e limitação funcional. Observou-se menor consumo de oxigênio (VO2 estimado) e maior frequência cardíaca de repouso nos três grupos de pacientes quando comparados ao CS. Pacientes com LES, AR e EA apresentaram maior número de alterações no TE em relação aos seus controles, sendo o comportamento hipertensivo ao exercício e alteração na recuperação da frequência cardíaca no primeiro minuto mais frequentes na AR. Além disso, os pacientes apresentavam mais frequentemente incompetência cronotrópica do que os CS. A doença, per se, foi a principal variável implicada nos três grupos de pacientes como mais associada com TE positivo. Conclusão: A positividade do teste ergométrico foi maior em pacientes com DRIS, sem sintomas cardiovasculares, do que em indivíduos saudáveis pareados para sexo, idade e IMC. As principais alterações do teste ergométrico foram comportamento anormal da pressão arterial, incompetência cronotrópica e a alteração da recuperação da frequência cardíaca no primeiro minuto. Há necessidade de realizar o TE antes da prescrição de EFS para pacientes com DRIS, a fim de identificar pacientes com DCV subclínica (ou latentes) e garantir a segurança da intervenção.
Descrição
Citação
KLEMZ, Barbara Nascimento de Carvalho. Impacto do teste ergométrico em pacientes com artrite reumatoide, espondilite anquilosante e lúpus eritematoso sistêmico, assintomáticos do ponto de vista cardiovascular, antes de iniciar um programa de exercícios físicos supervisionados. 2014. 118 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.