Fatores de risco para desenvolvimento de agitação em pacientes críticos
Data
2015-06-06
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Agitation is a common condition in critically ill patients and may contribute to increased morbidity and mortality. Risk factors assessment can help to better understand agitation and may contribute to its prevention. The aims of this study were to evaluate the incidence of agitation in the first seven days after admission to the intensive care unit, to identify its risk factors and to determine if agitation in the ICU is associated with poor clinical outcome. This is a single-center prospective cohort study of patients admitted to a general intensive care unit. We have included patients over 18 years, those admitted to the ICU for more than 24 hours and who had expected to stay for more than 48 hours. Pregnant women, psychiatric patients and patients who had previously used medication for agitation. Demography, clinical characteristics, agitation scales, sedation, pain and other risk factors for agitation were collected during the first seven days of hospitalization. Agitation was defined as scoring more than +2 in Richmond Agitation and Sedation Scale. Agitated and not agitated were compared by univariate and multivariate analysis to determine the risk factors and to asses clinical outcomes. We enrolled 113 patients between April and August 2014. Agitation occurred in 31.8% of patients in the first seven days after admission in the intensive care unit. In the univariate analysis, agitation was associated with smoking habit (p = 0.019), hospitalization due to acute neurological disease (p = 0.001), moderate or severe pain (p = 0.020), mechanical ventilation (p <0.001) and delirium (p <0.001). In the multivariate analysis, delirium [OR = 24.14 (5.15 ? 113.14) p <0.001], moderate or severe pain [OR = 5.74 (1.73 ? 19.10) p = 0.004], mechanical ventilation [OR = 10.14 (2.93 ? 35.10) p <0.001] and smoking habit [OR = 4.49 (1.33 ? 15.17) p = 0.015] were independently associated with an increased risk of developing agitation. The presence of hyperlactatemia was associated with lower risk occurrence of agitation [OR = 0.169 (0.04 ? 0.77) p = 0.021]. Agitated had less mechanical ventilation free time at 7 days [7.0 (3.5 ? 7.0) versus 5.0 (1.2 ? 6.7) p = 0.003]. In conclusion, the incidence of agitation in the first 7 days after admission in the intensive care unit was high. Delirium, moderate or severe pain, mechanical ventilation and smoking habit were independent risk factors for the development of agitation, while hyperlactatemia was a protective factor. Agitated patients had fewer ventilator-free days in the first seven days.
Agitação é uma condição frequente em pacientes críticos, podendo contribuir para o aumento de sua morbimortalidade. A determinação dos fatores de risco a ela associados pode auxiliar no seu entendimento e no embasamento de medidas para sua prevenção. Os objetivos deste estudo foram avaliar a incidência de agitação nos primeiros 7 dias de admissão em unidade de tratamento intensivo; identificar seus fatores de risco e verificar se sua presença associa-se à má evolução clínica. Trata-se de estudo de coorte unicêntrico prospectivo com pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva geral. Foram incluídos maiores 18 anos, internados há menos de 24h com previsão de permanência superior a 48 horas. Foram excluídos gestantes, pacientes com condição psiquiátrica prévia, transferidos de outra unidade e aqueles que fizeram uso prévio à admissão das medicações haloperidol, dexmedetomidina, risperidona ou quetiapina. Dados demográficos, características clínicas, escalas de agitação, sedação, dor e outros fatores de risco para agitação foram coletados durante os sete primeiros dias de internação. Agitação foi definida como pontuação igual ou superior a +2 na Escala de Agitação e Sedação de Richmond. Todos os demais sujeitos foram considerados não agitados. Agitados e não agitados foram comparados por análise uni e multivariada para determinação dos fatores de risco e avaliação dos desfechos. Foram incluídos 113 pacientes entre abril e agosto de 2014. Agitação ocorreu em 31,8% dos pacientes nos primeiros sete dias de internação. Na análise univariada, agitação associou-se ao tabagismo (p=0,019), internação por doença neurológica aguda (p=0,001), dor moderada ou intensa (p=0,020), ventilação mecânica (p<0,001) e delirium (p<0,001). Na análise multivariada, delirium [OR=24,14 (5,15 ? 113,14) p<0,001], dor moderada ou intensa [OR=5,74 (1,73 ? 19,10) p=0,004], ventilação mecânica [OR=10,14 (2,93 ? 35,10) p<0,001] e tabagismo [OR=4,49 (1,33 ? 15,17) p=0,015] foram independentemente associados a maior risco de desenvolver de agitação. Por outro lado, hiperlactatemia associou-se a menor risco de ocorrência de agitação [OR=0,169 (0,04 ? 0,77) p=0,021]. Pacientes agitados tiveram menor tempo livre de ventilação mecânica em 7 dias [7,0 (3,5 ? 7,0) versus 5,0 (1,2 ? 6,7) p = 0.003]. Concluiu-se que a incidência de agitação nos 7 primeiros dias de internação em unidade de terapia intensiva foi elevada. Delirium, dor moderada ou intensa, ventilação mecânica e tabagismo foram fatores de risco independentes para o desenvolvimento de agitação, enquanto hiperlactatemia se mostrou fator protetor. Pacientes agitados tiveram menor tempo livre de ventilação mecânica nos 7 primeiros dias.
Agitação é uma condição frequente em pacientes críticos, podendo contribuir para o aumento de sua morbimortalidade. A determinação dos fatores de risco a ela associados pode auxiliar no seu entendimento e no embasamento de medidas para sua prevenção. Os objetivos deste estudo foram avaliar a incidência de agitação nos primeiros 7 dias de admissão em unidade de tratamento intensivo; identificar seus fatores de risco e verificar se sua presença associa-se à má evolução clínica. Trata-se de estudo de coorte unicêntrico prospectivo com pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva geral. Foram incluídos maiores 18 anos, internados há menos de 24h com previsão de permanência superior a 48 horas. Foram excluídos gestantes, pacientes com condição psiquiátrica prévia, transferidos de outra unidade e aqueles que fizeram uso prévio à admissão das medicações haloperidol, dexmedetomidina, risperidona ou quetiapina. Dados demográficos, características clínicas, escalas de agitação, sedação, dor e outros fatores de risco para agitação foram coletados durante os sete primeiros dias de internação. Agitação foi definida como pontuação igual ou superior a +2 na Escala de Agitação e Sedação de Richmond. Todos os demais sujeitos foram considerados não agitados. Agitados e não agitados foram comparados por análise uni e multivariada para determinação dos fatores de risco e avaliação dos desfechos. Foram incluídos 113 pacientes entre abril e agosto de 2014. Agitação ocorreu em 31,8% dos pacientes nos primeiros sete dias de internação. Na análise univariada, agitação associou-se ao tabagismo (p=0,019), internação por doença neurológica aguda (p=0,001), dor moderada ou intensa (p=0,020), ventilação mecânica (p<0,001) e delirium (p<0,001). Na análise multivariada, delirium [OR=24,14 (5,15 ? 113,14) p<0,001], dor moderada ou intensa [OR=5,74 (1,73 ? 19,10) p=0,004], ventilação mecânica [OR=10,14 (2,93 ? 35,10) p<0,001] e tabagismo [OR=4,49 (1,33 ? 15,17) p=0,015] foram independentemente associados a maior risco de desenvolver de agitação. Por outro lado, hiperlactatemia associou-se a menor risco de ocorrência de agitação [OR=0,169 (0,04 ? 0,77) p=0,021]. Pacientes agitados tiveram menor tempo livre de ventilação mecânica em 7 dias [7,0 (3,5 ? 7,0) versus 5,0 (1,2 ? 6,7) p = 0.003]. Concluiu-se que a incidência de agitação nos 7 primeiros dias de internação em unidade de terapia intensiva foi elevada. Delirium, dor moderada ou intensa, ventilação mecânica e tabagismo foram fatores de risco independentes para o desenvolvimento de agitação, enquanto hiperlactatemia se mostrou fator protetor. Pacientes agitados tiveram menor tempo livre de ventilação mecânica nos 7 primeiros dias.
Descrição
Citação
ALMEIDA, Thiago Miranda Lopes de. Fatores de risco para desenvolvimento de agitação em pacientes críticos. 2015. 35 f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.