Associação entre a excreção urinária de sódio e a rigidez arterial em octogenários

Abstract

Introduction: A higher sodium intake is associated with increased cardiovascular risk (CVR). As a preventive measure the World Health Organization (WHO) recommends an intake lower than 2.0 g of sodium per day (5.26 g/salt per day). Another important factor of the DCV risk is arterial stiffness. Among all parameters that evaluates this stiffness, the pulse wave velocity (PWV) and the pulse pressure amplification (PPA) are highlighted, and being the last one the best risk predictor for octogenarians. Objective: This paper aims to evaluate the association between sodium intake estimated by urinary excretion, and arterial stiffness measured noninvasively, in independent octogenarians. Method: Elderly people from both sexes, aged 80 years old or more, physically and cognitively independents were included. The parameters of central circulation were assessed through a noninvasive procedure using the Mobil-O-GraphTM equipment. And the estimative of 24-hour urinary sodium and creatinine excretion was calculated through their measurement in an isolated from urine sample. Results: A total of 113 elderly people with a mean age of 87,6 ± 4,2 years old were evaluated, the major part of them were women (78.8%). Individuals were categorized as intake groups with an intake of < 3.0 g of sodium per day and ? 3.0 g/day of sodium. In relation to arterial stiffness parameters we found, respectively, PWV of 14.2 m/s vs 13.9 m/s (p=0.34), and PPA of 30.8% and 25.2% (p=0.008*). Conclusion: Octogenarian individuals who intake ? 3.0g sodium /day had higher artery stiffness measured by the PPA index. These data suggest that at least in some way, the increase of cardiovascular risk related to sodium intake might be atributtable to higher arterial stiffness. Therefore, recommendations for the control of salt intake should be strengthened.

Introdução: Uma ingesta elevada de sódio está relacionada com aumento do risco cardiovascular (RCV). Como medida preventiva a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma ingesta menor de 2,0 g de sódio por dia (5,26 g/dia de sal). Outro importante fator de RCV é a rigidez arterial. Dentre os parâmetros que avaliam essa rigidez, destacam-se a velocidade de onda de pulso (VOP) e a amplificação da pressão de pulso (APP), tendo esta última demonstrado ser melhor preditora de risco em idosos octogenários. Objetivo: Avaliar a associação entre a ingesta de sódio, estimada através da excreção urinária, e a rigidez arterial, avaliada de forma não invasiva, em octogenários independentes. Método: Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou maior a 80 anos, física e cognitivamente independentes. Os parâmetros da circulação central foram obtidos de forma não invasiva com equipamento Mobil-O-Graph®. Já a estimativa da excreção urinária de sódio em 24 horas foi calculada a partir da dosagem do sódio e creatinina urinários, em amostra de urina isolada. Resultados: Foram analisados 113 idosos, com idade média de 87,6 ± 4,2 anos, sendo a maioria do sexo feminino (78,8%). Categorizamos os indivíduos em grupos com ingesta < 3,0 g/dia de sódio e ? 3,0 g/dia de sódio. Em relação aos parâmetros de rigidez arterial, foram obtidos, respectivamente, os valores para VOP de 14,2 m/s vs 13,9 m/s (p=0,34); e para APP de 30,8% e 25,2% (p=0,008*). Conclusão: Indivíduos octogenários que ingerem uma quantidade ? 3,0 g de sódio/dia apresentaram maior rigidez arterial, avaliada pelo índice de APP. Estes dados sugerem que, pelo menos em parte, o aumento de risco cardiovascular relacionado ao sódio possa ser devido a uma maior rigidez arterial e fortalece as recomendações de controle da ingesta de sal.