Avaliação do tratamento com n-acetilcisteína nas manifestações comportamentais e histológicas causadas pela pilocarpina

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2015-06-30
Autores
Patsis, Vassiliki de Brito [UNIFESP]
Orientadores
Fernandes, Maria Jose da Silva Fernandes [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Epilepsy is the most common neurological dysfunction, affecting more than 65 million people worldwide. Temporal lobe epilepsy (TLE) is the most prevalent form in adults, affecting 40% of all cases. Hippocampal sclerosis is frequently observed in patients with mesial TLE, characterized by cell loss in the hippocampal subregions (CA1, CA3 and hilus), gliosis, granular cell dispersion and mossy fiber sprouting. The increase in intracellular calcium has been associated with lesion resulting from seizures by production of reactive oxygen species, reactive nitrogen species and consequent oxidative stress. The control of oxidative stress by antioxidants may represent a challenge for epileptologists. N-acetylcysteine (NAC) is an antioxidant derivated of the L-cysteine aminoacid usually used in clinic as acetaminophen detoxified. NAC restores glutathione levels, the larger endogenous antioxidant, it modulates glutamatergic, neurotrophic and inflammatory pathways. However, little is known about the effect of NAC in epilepsy. Pilocarpine (Pilo) is a cholinergic agonist that mimics TLE in rats. Objectives: The present study verified the effects of the treatment with NAC considering their antioxidatives properties in the epileptogenic process caused by Pilo. Methods: Wistar rats, males, adults, 2 months old, weighing about 300g, submitted to Pilocarpine (360 mg/kg, intraperitoneal), treated with NAC ad libitum during 8 weeks. NAC was administered by gavage (24mg/day) for 7 days, and ad libitum in the water of the drinking fountains (600 mg/L) in the 7 weeks that followed. The following groups were studied: Saline-Water, Saline-NAC, Pilo-Water and Pilo-NAC. Behavioral analysis was done by video surveillance to check the amount and intensity of seizures during these 7 weeks. The Fluoro-Jade B (FJ-B) was used as marker of neuronal degeneration in the hippocampal subregions. The analysis of free radicals and antioxidants was taken respectively by measuring of NO, MDA, GSH and GSH total. Results: There was a reduction in seizure frequency in Pilo-NAC rats when compared to Pilo-Water. Histological analysis found neurodegeneration in CA1, CA3 and hilus in Pilo group (Pilo-Pilo-Water and NAC) and NAC did not change this pattern of cell loss. There was normalization of the levels of NO and MDA in treatment of NAC compared to Pilo-Water group. There was no statistical differences in the levels of GSH and GSH-total between experimental groups. Conclusions: According to our data, NAC normalized the levels of NO and MDA which were increased by seizures, but was not able to preventing the hippocampal neurodegeneration caused by Pilo. However, because of the improvement in behavior, the NAC can be considered as a possible adjunct therapy in the treatment of epilepsy.
Introdução: A epilepsia é a disfunção neuronal mais comum na clínica neurológica, afeta mais de 65 milhões de pessoas no mundo. A epilepsia do lobo temporal (ELT) é a forma mais prevalente em adultos, acometendo 40% dos casos. A esclerose hipocampal é a alteração histopatológica mais comum na ELT, caracterizada por perda celular no hipocampo (CA1, CA3 e hilo), gliose, dispersão de células granulares e rebrotamento de fibras musgosas. O aumento do cálcio intracelular tem sido associado com fatores envolvidos com neurodegeneração causada por crises, incluindo produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio e estresse oxidativo. O controle do estresse oxidativo por meio do uso de antioxidantes pode representar uma forma terapêutica complementar no processo epileptogênico. A N-acetilcisteína (NAC) é um antioxidante derivado do aminoácido L-cisteína, usada habitualmente na clínica como desintoxicante de paracetamol. A NAC age restaurando o nível de glutationa reduzida (GSH), importante antioxidante endógeno, que pode modular o glutamato, agentes neurotróficos e inflamatórios. Pouco se sabe sobre o efeito da NAC na epilepsia. A Pilocarpina (Pilo) é um agonista colinérgico que mimetiza a epilepsia lesional em ratos. Objetivos: O presente estudo avaliou o efeito do tratamento com a NAC, considerando suas propriedades antioxidantes, no processo epileptogênico causado pela aplicação sistêmica de Pilo. Métodos: Ratos Wistar, machos, adultos com dois meses de idade, pesando cerca de 300g, foram submetidos ao modelo da Pilo, (360mg/kg, intraperitoneal) e tratados com NAC ad libitum (v.o) durante 8 semanas. A NAC foi administrada por gavagem. (24mg/dia) por 7 dias, e ad libitum em água de beber (600mg/L) durante as 7 semanas seguintes. Os grupos do estudo foram: Salina-Água, Salina-NAC, Pilo-Água e Pilo-NAC. A análise comportamental foi feita por videomonitoramento para verificar a quantidade e intensidade das crises durante as 7 semanas. O Fluoro Jade-B (FJ-B) foi usado como marcador de neurônios em degeneração nos subcampos do hipocampo. A quantificação de radicais livres e antioxidantes foi feita no hipocampo por meio da mensuração do NO, do MDA, da GSH e da GSH-total. Resultados: Houve uma redução da frequência de crises nos ratos Pilo-NAC quando comparados ao Pilo-Água. Na análise histológica constatou-se neurodegeneração em CA1, CA3 e hilo, sendo significante em CA1 nos animais Pilo (Pilo-Água e Pilo-NAC) e a NAC não alterou este padrão de perda celular. Houve normalização dos níveis de NO e MDA com tratamento da NAC comparado ao grupo Pilo-Água. Não houve diferença estatística na dosagem de GSH entre os grupos estudados. Conclusões: O estudo mostrou que a NAC normaliza os níveis de NO e MDA, mas não é capaz de impedir a neurodegeneração hipocampal causada pela Pilo. Contudo, a melhora no quadro comportamental faz com que a NAC possa ser considerada uma possível terapia complementar no tratamento de epilepsias.
Descrição
Citação
PATSIS, Vassiliki de Brito. Avaliação do tratamento com n-acetilcisteína nas manifestações comportamentais e histológicas causadas pela pilocarpina. 2015. 84 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.