Desafios e a importância do cuidado para a reinserção profissional de pessoas com esquizofrenia
Data
2017
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Work is considered one of the main forms of social organization; however, only few individuals with schizophrenia have work opportunities. This study aimed to identify and analyze the relationship between symptomatology and work acquisition and permanence, as well as the perceptions about positive and negative experiences related to work experiences. Methods: Two studies were conducted: the first one, with quantitative approach and longitudinal follow-up of eighteen months. Fifty-three individuals with schizophrenia in outpatient treatment were included. All of them participated in a prevocational training group. At the end of the group and eighteen months later, socio-demographic, clinical data and the occupational history were collected. Furthermore, instruments to evaluate symptoms (PANSS), depression (Calgary), severity of the disorder (CGI), functionality (GAF), personal and social performance (PSP) and cognitive functions (MATRICS battery) were used. The second study used a cross sectional and with a qualitative approach. Were included 11 subjects among participants of Study I. All of them answered one question about the positive and negative aspects of work experiences during the follow up. From the answers 4 representative categories were defined. The Thematic Analysis Technique was used for discussing the results. Results: The first study indicated that those who had some work experience (n=19) presented lower scores on PANSS, Calgary, GAF, CGI and PSP scales (p<0.05) compared to those who did not work. Among those who worked, there was a slight positive symptom worsening (positive PANSS). The second study reflected about the importance of care considering the four thematics cathegories: overload and lack of information/guidance at work, payment, responsibility, hope and overcoming and health care. Conclusions: To promote professional inclusion, some actions are important, such as to encourage new ways of understanding schizophrenia and dealing with the stigma and lack of information about the disorder. Furthermore, work engagement requires an understanding of the impact of the disorder on job inclusion and maintenance. Lastly, support for work acquisition entails avoiding occupational risks and minimizing the interference of employment in symptomatic worsening. While considering such conditions, it is possible to argue for the construction of treatment strategies that enable social participation, ordinary social status and advocacy for these individuals.
Desafios e a importância do cuidado para a reinserção profissional de pessoas com esquizofrenia Introdução: O trabalho é considerado uma das principais formas de organização social, no entanto, poucos os portadores de esquizofrenia têm oportunidade de trabalho. Para desenvolver estratégias de participação social pelo trabalho, deve-se pensar o cuidado em saúde de forma ampliada, para assegurar a qualidade de vida e a defesa de direitos. Os objetivos deste estudo são avaliar a relação entre a sintomatologia da doença e a aquisição de trabalho e construir uma proposta de cuidado a partir dos relatos das experiências dos portadores de esquizofrenia. Métodos: Foram realizados dois estudos: no primeiro, de abordagem quantitativa e seguimento longitudinal de dezoito meses foram incluídos 53 portadores de esquizofrenia em tratamento ambulatorial. Todos participaram de um grupo de orientação para o trabalho. Ao final do grupo e dezoito meses depois, foram coletados dados sócio-demográficos, clínicos e do histórico ocupacional e aplicadas escalas para avaliar a sintomatologia (PANSS), depressão (Calgary), gravidade da doença (CGI), funcionalidade (GAF), performance pessoal e social (PSP) e as funções cognitivas (bateria MATRICS). O segundo estudo, de corte transversal e abordagem qualitativa incluiu uma subamostra de 11 pessoas entre os participantes do Estudo I, que responderam uma questão sobre os aspectos positivos e negativos do trabalho. A partir das respostas foram definidas 4 categorias representativas. Para discutir as categorias foi utilizada a Técnica da Análise Temática. Resultados: Participaram do primeiro estudo 53 pessoas. Os que tiveram alguma experiência de trabalho (n=19) apresentaram menores escores nas medidas das escalas PANSS, Calgary, GAF, CGI e PSP (p<0,05) comparados àqueles que não trabalharam. Entre os que trabalharam, houve uma pequena piora nos sintomas positivos (PANSS positiva) que não representa relevância do ponto de vista clínico, mas dispara a discussão que permeia o Estudo II. No segundo estudo é feita uma reflexões sobre o cuidado para discutir as quatro categorias temáticas: sobrecarga e falta de informação/orientação no trabalho, remuneração, responsabilidade, esperança e superação e o cuidado com a saúde. Conclusões: Pacientes com menor gravidade de doença tiveram melhor desempenho na aquisição de trabalho. A mudança na sintomatologia positiva não representa relevância clínica, portanto não parece afetar xvii a participação no trabalho, entretanto, traz a necessidade de ampliarmos a discussão sobre o cuidado à saúde dos portadores de esquizofrenia que querem trabalhar. Pensar no cuidado de forma ampliada requer uma relação de afeto e responsabilidade, valorizando a singularidade e o empoderamento para a superação da doença e desenvolvimento de projetos de vida significativos.
Desafios e a importância do cuidado para a reinserção profissional de pessoas com esquizofrenia Introdução: O trabalho é considerado uma das principais formas de organização social, no entanto, poucos os portadores de esquizofrenia têm oportunidade de trabalho. Para desenvolver estratégias de participação social pelo trabalho, deve-se pensar o cuidado em saúde de forma ampliada, para assegurar a qualidade de vida e a defesa de direitos. Os objetivos deste estudo são avaliar a relação entre a sintomatologia da doença e a aquisição de trabalho e construir uma proposta de cuidado a partir dos relatos das experiências dos portadores de esquizofrenia. Métodos: Foram realizados dois estudos: no primeiro, de abordagem quantitativa e seguimento longitudinal de dezoito meses foram incluídos 53 portadores de esquizofrenia em tratamento ambulatorial. Todos participaram de um grupo de orientação para o trabalho. Ao final do grupo e dezoito meses depois, foram coletados dados sócio-demográficos, clínicos e do histórico ocupacional e aplicadas escalas para avaliar a sintomatologia (PANSS), depressão (Calgary), gravidade da doença (CGI), funcionalidade (GAF), performance pessoal e social (PSP) e as funções cognitivas (bateria MATRICS). O segundo estudo, de corte transversal e abordagem qualitativa incluiu uma subamostra de 11 pessoas entre os participantes do Estudo I, que responderam uma questão sobre os aspectos positivos e negativos do trabalho. A partir das respostas foram definidas 4 categorias representativas. Para discutir as categorias foi utilizada a Técnica da Análise Temática. Resultados: Participaram do primeiro estudo 53 pessoas. Os que tiveram alguma experiência de trabalho (n=19) apresentaram menores escores nas medidas das escalas PANSS, Calgary, GAF, CGI e PSP (p<0,05) comparados àqueles que não trabalharam. Entre os que trabalharam, houve uma pequena piora nos sintomas positivos (PANSS positiva) que não representa relevância do ponto de vista clínico, mas dispara a discussão que permeia o Estudo II. No segundo estudo é feita uma reflexões sobre o cuidado para discutir as quatro categorias temáticas: sobrecarga e falta de informação/orientação no trabalho, remuneração, responsabilidade, esperança e superação e o cuidado com a saúde. Conclusões: Pacientes com menor gravidade de doença tiveram melhor desempenho na aquisição de trabalho. A mudança na sintomatologia positiva não representa relevância clínica, portanto não parece afetar xvii a participação no trabalho, entretanto, traz a necessidade de ampliarmos a discussão sobre o cuidado à saúde dos portadores de esquizofrenia que querem trabalhar. Pensar no cuidado de forma ampliada requer uma relação de afeto e responsabilidade, valorizando a singularidade e o empoderamento para a superação da doença e desenvolvimento de projetos de vida significativos.
Descrição
Citação
BARBOSA, Larissa Campagna Martini. Desafios e a importância do cuidado para a reinserção profissional de pessoas com esquizofrenia. 2017. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2017.