Estudo longitudinal dos aspectos cognitivos no transtorno de humor

Abstract

Major Depressive Disorder (MDD) is among the most prevalent psychiatric disorders and is one of the most common current problems in mental health. There are studies associating MDD with cognitive and functional deficits, with cognitive domains being more commonly impaired, such as memory, attention, concentration, mental flexibility and abstraction. Objective: To identify neuropsychological patterns present in individuals with MDD following a year of psychotherapeutic treatment, to discriminate which cognitive aspects are most impaired and to verify if the time of exposure of the sample to psychotherapy has repercussions on the results. Method: Participants were assessed before admission to psychotherapeutic treatment and reassessed after one year, in the test-retest form. Instruments: For the psychiatric diagnosis, the Structured Clinical Interview for DSM-IV-R (SCID I) was used and for the evaluation of the cognitive profile the following neuropsychological tests were selected: Wechsler Scales of Intelligence - 3rd ed., Rey Complex Figure , Rey Auditory Verbal Learning Test and Modified Wisconsin Card Sorting Test. Results: A total of 29 adults, both males and females, with a mean age of 38.93 years (SD: 11.83) with a diagnosis of Major Depressive Disorder attended in psychoanalytic psychotherapy at the Psychotherapy Outpatient Clinic of the Federal University of São Paulo Paulo - UNIFESP. The longitudinal study carried out showed that after one year of treatment, individuals presented cognitive improvement in the speed of information processing, sustained attention, visual recall of immediate and late recall, verbal memory of immediate and late recall, and executive function. Reduction of depressive symptoms was also observed. Conclusion: The treatment offered contributed to the reduction of depressive symptoms, which allowed a more structured and adequate cognitive functioning to the demands of the environment.

O Transtorno Depressivo Maior (TDM) está entre os transtornos psiquiátricos mais prevalentes e é um dos problemas atuais mais comuns em saúde mental. Existem estudos associando o TDM a déficits cognitivos e funcionais, sendo os domínios cognitivos mais comumente prejudicados, tais como: a memória, atenção, concentração, flexibilidade mental e abstração. Objetivo: Identificar padrões neuropsicológicos presentes em indivíduos com TDM em seguimento de um ano de tratamento psicoterápico, discriminar quais aspectos cognitivos estão mais prejudicados e verificar se o tempo de exposição da amostra à psicoterapia repercute nos resultados. Método: Os participantes foram avaliados antes do ingresso no tratamento psicoterápico e reavaliados após um ano, na forma teste-reteste. Instrumentos: Para o diagnóstico psiquiátrico foi utilizada a Entrevista Clinica Estruturada para o DSM-IV-R (SCID I) e para a avaliação do perfil cognitivo foram selecionados os seguintes testes neuropsicológicos: Escalas Wechsler de Inteligência ? 3ª ed., Figura Complexa de Rey, Rey Auditory Verbal Learning Test e Modificad Wisconsin Card Sorting Test. Resultados: Foram avaliados 29 adultos, de ambos os sexos, com idade média de 38,93 anos (DP: 11,83) com diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior atendidos em psicoterapia psicanalítica no Ambulatório de Psicoterapia do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo ? UNIFESP. O estudo longitudinal realizado mostrou que após um ano de tratamento os indivíduos apresentaram melhora cognitiva na velocidade de processamento da informação, na atenção sustentada, na memória visual de evocação imediata e tardia, na memória verbal de evocação imediata e tardia e na função executiva. Também foi observada redução dos sintomas depressivos. Conclusão: O tratamento oferecido contribuiu para a redução dos sintomas depressivos, a qual permitiu um funcionamento cognitivo mais estruturado e adequado às demandas do meio.