Avaliação da influência da esteatose do enxerto no resultado do transplante de fígado

Data
2014-12-17
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Steatosis is frequently present in liver grafts, and it is usually admitted that small grade (<30%) of macrosteatosis is safe to transplant and is not advisable to use graft with severe (>=60%) macrosteatosis. However there is no consensus about the real cut off for extent of macrosteatosis and on the risk of microsteatosis. The aim of this study is to evaluate the steatosis influence on transplant outcome in a large unicentric cohort. Methods: We performed a retrospective analysis of a prospectively maintained database in a single center. Two thousand seven hundred and six patients (2.706) were transplanted from December 3, 1984 to December 31, 2010. Among these grafts, 1132 had steatosis (924 macro, 782 micro, 458 macro and micro). Graft biopsies were available in 98% of the cases. Donor and recipient data and surgical factors were analyzed. The end-points were primary dysfunction, delayed graft function (aspartate aminotransferase level >2.000 and TP<30%), 3-month, 1-year and 5-year survival. A multivariable analysis and logistic regression were performed to indentify the risk factors associated with the outcome. Results: The presence of microsteatosis or macrosteatosis at any percentage is a risk factor for graft dysfunction or primary nonfunction (OR: 1.41 and 1.39; P= 0.01 and 0.02 respectively). The 3-month and 1-year graft survival is only affected by macrosteatosis more than 30% (OR: 1,94, P= 0.002 and OR: 1.41, p= 0.02 respectively). According to the grade of macrosteatosis, the 1 year graft survival was 81% for <30% macrosteatosis, 73% for 30-50% macrosteatosis, 67% for 50-60% macrosteatosis, 58% for >=60% macrosteatosis; the 5 year graft survival was 67% for <30% macrosteatosis, 66% for 30-50% macrosteatosis, 44% for 50-60% macrosteatosis, 38% for >=60% macrosteatosis. Conclusion: The presence of graft steatosis, (macro or micro) does affect the initial graft function. Only Macrosteatosis more than 30% does affect graft survival. With more than 50% macrosteatosis risk of graft loss overexceeds 50% and becomes prohibitive.
Introdução: A esteatose é frequentemente encontrada em enxertos de fígado e, usualmente, é admitido grau leve (<30%) de macroesteatose como sendo seguro e grau severo (>=60%) como sendo proibitivo para transplante. No entanto, não existe consenso sobre o verdadeiro ponto de corte para ampliar os critérios de aceitação da macroesteatose e sobre o risco da microesteatose sobre o transplante. O objetivo deste estudo é avaliar a influência da esteatose no desfecho do transplante em um grande centro transplantador. Métodos: Realizamos uma análise retrospectiva de um banco de dados mantido prospectivamente em um único centro de transplante. Dois mil, setecentos e seis (2.706) pacientes foram transplantados entre 3 de dezembro de 1984 e 31 de dezembro de 2010. Destes, 1.132 enxertos apresentavam esteatose (924 macrovesicular, 782 microvesicular, 458 macro e microvesicular). Biópsias do enxerto foram obtidas em 98% dos casos. Os desfechos estudados foram disfunção primária do enxerto, função retardada do enxerto (aspartato aminotransferase >2.000 e TP<30%), sobrevida do enxerto aos 3 meses, 1 ano e 5 anos. Resultados: A presença de microesteatose ou macroesteatose em qualquer porcentagem foi um fator de risco para função retardada do enxerto – GDF ou para disfunção primária do enxerto - PNF (OR: 1.41 e 1.39; P= 0.01 e 0.02 respectivamente). A sobrevida do enxerto em 3 meses e 1 ano foi afetada somente pela macroesteatose >30% (OR: 1,94, P= 0.002 e OR: 1.41, p= 0.02 respectivamente). De acordo com o grau de macroesteatose, a sobrevida do enxerto em um ano foi 81% para <30% macroesteatose, 73% para 30-50% macrosteatose, 67% para 50-60% macrosteatose, 58% para >=60% macrosteatose; a sobrevida do enxerto em 5 anos foi 67% para <30% macrosteatose, 66% para 30-50% macrosteatose, 44% para 50-60% macrosteatose, 38% para >=60% macrosteatose. Conclusão: A presença de esteatose no enxerto (macro ou microvesicular) afeta a função inicial do enxerto. Somente a macroesteatose >30% afeta a sobrevida do enxerto. Mais de 50% de macroesteatose apresenta um risco de perda do enxerto >50% em 5 anos e torna o seu uso desaconselhável.
Descrição
Citação
CEZAR, Leandro Dias. Avaliação da influência da esteatose do enxerto no resultado do transplante de fígado. 2014. 43 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.